Eleições 2010 e a educação política

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Luiz Feitosa, professor da ESMAC e SENAC.


Nos processos eleitorais a lembrança de Lênin que deveríamos disputar o parlamento burguês e esgotar as ilusões da revolução com conciliação de classe do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Passados 93 anos, vemos que o parlamento se tornou um espaço de grande disputa entre os setores populares e conservadores. Ocorre um fenômeno onde as práticas eleitorais estão se assemelhando em muitos lugares, e tenderão a ficarão mais parecidas entre si, caso não haja um debate sobre essa situação.
As tentativas de compras de votos estão mais refinadas, agora não se compra nas vésperas das eleições, havendo todo um processo de alienação e cooptação de lideranças que são tragadas para este tipo de delito, um crime eleitoral com certeza absoluta.
Estranhamos que setores social democratas da esquerda que ainda reivindiquem para si o discurso da moralidade e da ética sejam contraditórios na sua práxis cotidiana. Um dos principais alvos destas eleições é a juventude, que são eleitores que participarão da sua primeira eleição.
Deveríamos aproveitar o momento para demonstrar que não se deve comprar o voto, mas conquistá-los com muito esclarecimento. O processo pedagógico das eleições deve retornar, com a importância que lhe é devida, com uma metodologia calcada na formação política socialista.
Relembrando Lênin e a sua obra, verificamos que não deve existir diferenciação entre o militante político do PT e a sociedade. Não são estranhos entre si, são feitos dos mesmos elementos culturais e educacionais, são da mesma e maior classe: a dos trabalhadores.
Eles não se conhecem de vésperas, pois desde o seu nascimento o militante político do PT conhece seus familiares e vizinhos. Sua infância é vivida nas mesmas ruas e escolas. Sua juventude é tão perigosa, quanto é fecunda para sua formação comunitária e social-familiar.
A realidade de ambos deve ser mudada, mas reconhecendo que não conseguiremos libertar a juventude das correntes das sensações e encantos ilusórios do capitalismo, talvez não na intensidade que desejaríamos. A integração consciente dos jovens para viver para a política como se afirma Max Webber. O militante de esquerda está livre do senso comum e das ilusões de riqueza para aqueles que somente “trabalham” sem questionar sua realidade.
Perguntamos quantas pessoas oriundas das massas de trabalhadores surgirão como adeptos da luta de classe com formação socialista? Temos o exemplo de certo operário conhecido por Lula que toma consciência que a sua ação pessoal é importante para melhorar a vida de muitos outros. Este é o primeiro passo.
Quantos jovens buscarão mais informações sobre os candidatos? Eles devem receber um material explicativo que lhe mostre que a situação atual foi decorrente de anos e anos de lutas sociais por políticas públicas de combate a pobreza e a exclusão social, que muitos de nós, fomos vitimas e ainda somos mesmos não sendo jovens.
Este blog da ArtEsquerda se torna um local para se fazer perguntas e muitas delas para mostrar adequadamente que resultados políticos e organizativos da classe trabalhadora de hoje são resultantes de escolhas erradas feitas no passado.
Ter um governo ou um mandato não é o destino final dos socialistas, é o meio termo que devemos direcionar fortalecendo e ajudando a classe trabalhadora para se libertar da alienação ilusória capitalista.
Essa é uma opção, desde incentivar a organização da sociedade, o fortalecimento dos sindicatos combativos, o aumento da democracia, criar mais incentivo à participação popular como bases de controle social das políticas públicas.
Não aceitamos governantes da esquerda que caíram na armadilha da governabilidade via parlamento e em detrimento da força dos movimentos sociais e assim optaram por apenas em atrair lideranças políticas de centro-direita, que no primeiro aceno de uma alternativa política conservadora, sairão para detonar a primeira experiência dos trabalhadores no Governo Paraense. Os inimigos ideológicos estão enfraquecidos, mas não o suficiente que nos garantissem uma vitória em primeiro turno.
Nas eleições de 2010, nunca antes o debate sobre a educação política foi tão imprescindível. Basta que se faça com responsabilidade e a certeza que haverá um futuro socialista. Que haja a educação política permanente, que rompa com o senso comum e as amarras das ilusões capitalistas.
A classe trabalhadora e as suas futuras lideranças estão sendo forjadas nos movimentos sociais, nas ruas e nas escolas, e precisaram ser educadas. A articulação de Esquerda se colocar a disposição para contribuir na formação de lideranças novas acima dos horizontes da internet.


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1 Response to "Eleições 2010 e a educação política"

  1. Acredito que a internet é uma ferramenta para ajudar na formação política que almejamos oferecer aos novos e atuais companheiros, e até mesmo um mecanismo que vai nos ajudar a divulgar quem somos e nossos ideais, mas isso não quer dizer que ficaremos só "internetando", a formação política está além disso, todos sabemos. Por tal motivo é que existem as agendas da AE em todos estado. Reuniões, encontros, congressos, parceria com movimentos sociais, igrejas etc.
    Companheiros, vejam este canal como mais uma forma de estarmos unidos em prol dos nossos ideais.
    Avante Militância!

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