“Audaces fortuna iuvat. (A Fortuna favorece aos ousados)”
Sêneca, filósofo romano.
Nestes meses que antecederam o início legal da campanha eleitoral de 2010 muito se falou de campanha antecipada. Criou-se, inclusive, neologismos jurídicos para disfarçar a antecipação da disputa, especialmente em nível nacional: era a “pré-campanha” com suas “pré-candidaturas” e seus “pré-candidatos”.
Assistimos, vale citar, várias tentativas da Justiça Eleitoral de conter o tal “clima de pré-campanha” impondo multas às mais diversas manifestações eleitorais antecipadas de parte a parte. Não apenas os principais “pré-candidatos” foram multadas, juntamente com seus respectivos e bases partidárias de apoio: o próprio presidente Lula não se conteve e saiu em defesa de sua “pré-candidata”, sendo várias vezes punido/multado.
Em Parauapebas, ainda que a Justiça Eleitoral local não se mostre muito preocupada em conter os ânimos, também assistimos a tal “pré-campanha”. Alguns candidatos, sem grandes preocupações com a descrição que a Lei exige, mantiveram suas campanhas na rua, mesmo que sem muito alarde. Outros, assentados na máquina pública da administração municipal, usaram-na para seus fins eleitorais às “barbas do MPE” e mandaram ver, principalmente na montagem dos “fundos de campanha”.
Passada a tal pré-campanha, oficializadas as candidaturas, iniciada oficialmente a campanha, o que estamos vendo em Parauapebas vai muito além da simples disputa político-eleitoral por uma vaga na Assembléia Legislativa do Pará, julgando pelos principais nomes postos à disposição dos nossos eleitores, NÃO APENAS ANTECIPAMOS A ELEIÇÃO 2010, MAIS: ANTECIPAMOS A ELEIÇÃO MUNICIPAL DE 2012.
Se repararmos bem, vamos notar que todos os principais nomes postos para esta disputa eleitoral que se “avizinha” em outubro próximo dos principais partidos do nosso espectro político, chegaremos à conclusão de que, mais do que a vaga na ALEPA ou a demarcação de espaço político, o que está em jogo é a força eleitoral de cada um para as eleições de 2012: todos são “pré-candidatos” à prefeitura municipal e estão antecipando suas campanhas.
Se citarmos um a um os nomes dos principais candidatos a deputado estadual de Parauapebas, veremos suas segundas intenções, ou melhor, suas “primeiras”, seu alvo principal no fim do túnel: a cobiçada prefeitura municipal, esbelta, novinha em folha; vermelha, provavelmente de vergonha da atual situação vivenciada pela cidadã, embora alguns acreditem que ela o é por conta da cor da legenda do atual gestor municipal.
Dentre os nomes em disputa, temos candidaturas, digamos, fortíssimas, tanto à vaga na ALEPA, como ao Paço Municipal, aqui apresentados em ordem alfabética, para evitar problemas: Bel Mesquita (PMDB), Faisal Salmen (PSDB), Milton Zimmer (PT) e Valmir Mariano (PDT), estão, sem sobra de dúvida na dupla disputa. No mínimo, se atrapalharão mutuamente e, se não for possível conquistar a sonhada vaga de deputado estadual, ao menos embaraça as pretensões dos adversários. Tipo assim: “não sou eleito, mas meu adversário também não – o jogo fica zerado”.
Outros nomes, que não dispõem de uma grande estrutura partidária, nem de forte base de apoio, nem da máquina administrativa para bancar suas campanhas, mesmo não tendo grandes chances de virem a ser eleitos à ALEPA, não apenas embaralham ainda mais a atual disputa eleitoral, e também a seguinte (de 2012), como podem se fortalecer, dependendo da votação que venham a amealhar, como são os casos de Charles Borges (PRB), Hipólito Reis (PSC) e Marden Henriques (PSOL), que podem surpreender. Além de Rui Hildebrando (PRB), que, ao seu modo, tem forte apelo junto ao eleitorado da periferia da cidade.
Surpreender, no caso, tem duplo sentido: não apenas podem significar obstáculos para as candidaturas supostamente mais fortes e financeiramente mais estruturadas, pulverizando votos e lhes impedindo a vitória eleitoral, passo fundamental para quaisquer pretensões em 2012; como, e mais importante, obtendo votações acima de suas reais possibilidades (ao menos, em teoria) e estruturas e se “cacifando”, como se diz em linguagem política, para a disputa municipal de 2012. Na pior das hipóteses, podem se transformarem em cabos eleitorais decisivos.
Como disse Júlio Cesar, general, político e ditador romano: “Alea jacta est!” (“A sorte está lançada!”). Isto, no nosso caso, quer dizer: A CAMPANHA COMEÇOU! Quem tiver fôlego, discurso e alguns milhares de notas de reais para gastar; e, devo dizer, é melhor ter estas do que os outros, pode até não virar deputado estadual, mas terá grandes chances de vir a ser prefeito de Parauapebas.
Tempo é dinheiro em qualquer segmento, na política então nem se fala. A antecipação das campanhas é devida também ao pouco tempo que se tem para fazer muita coisa, acho que essa afirmativa se encaixa também quando se trata de antecipaçãoaté para as próximas eleições (2012).
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