Valter Pomar: “precisamos de uma estratégia e de uma governabilidade que combinem social com institucional”

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Há décadas, o PT tem como principais bandeiras algumas reformas que, em dez anos de governo petista, não avançaram. Qual a sua opinião sobre a viabilidade das reformas política, tributária e agrária, bem como a regulamentação dos meios de comunicação?
Viável tudo é, desde que ganhemos o povo para isso. Mas, para ganhar o povo, é preciso que o partido esteja convencido disso. E há setores do PT que não querem reforma política nem Lei da Mídia Democrática porque estão cooptados pelo empresariado e pelo PIG. No caso da reforma agrária, tem gente que acha que ela é uma bandeira ultrapassada. Por isso, aliás, virou costume confundir política de assentamento com reforma agrária. Reforma agrária é expropriação do latifúndio. Continuamos precisando disso. Mas, se o PT não estiver convencido, não há como avançar.
Em relação ao Parlamento, como restabelecer uma ação conjunta em que prevaleçam os princípios e decisões partidários?
Com o PT acontece algo bem comum noutros partidos: as direções são crescentemente ocupadas por parlamentares, ou por assessores de parlamentares, ou por pessoas que desejam ser parlamentares ou se projetar para eleições governamentais. Isso gera todo tipo de deformação e ineficiência, entre as quais a falta de autonomia entre a direção e nossa atuação parlamentar.
Por isso, o próximo congresso do partido deveria adotar uma resolução que proíba o acúmulo de cargos e estabeleça uma quarentena, de forma a que os cargos de direção partidária sejam ocupados por dirigentes partidários, não por pré-candidatos ou mandatários.
Mas a regra atual é outra e, para o bem ou para o mal, teremos parlamentares – inclusive apoiados por nós – ocupando a Presidência do PT em vários estados e municípios do país. Assim, o que fazer nos próximos quatro anos para termos ação conjunta, prevalecendo a posição do partido?
Na minha opinião, o centro está na orientação política. A luta de classes no país é mais do que o eleitoral, é mais do que o institucional, é mais do que o congressual. Se tivermos claro que precisamos de uma estratégia e de uma governabilidade que combinem social com institucional, isso já será um bom ponto de partida. E, claro, precisamos de uma direção e de um presidente que façam valer a posição do partido. O caso recente em que o Diretório Nacional do PT não quis determinar ao deputado Cândido Vaccarezza que se retirasse da Comissão da Reforma Política, lugar em que ele foi parar por indicação do PMDB e no qual vem atuando contra os interesses do PT, é um exemplo a não ser seguido.
#PED2013 – eleições 10 e 24 de novembro
Valter Pomar é candidato a presidente nacional do PT


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