Para Pomar, do ponto de vista político-ideológico, há no PT atualmente quatro grandes correntes

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Durante os 20 dias que antecedem o #PED, Valter Pomar responde a 2 perguntas diárias sobre o conjunto da nossa tese.
1 - Quantas tendências competem à direção do partido e como se diferenciam ideologicamente? Qual destas é atualmente a mais forte dentro do PT?

Há oito chapas nacionais. Há cinco chapas puxadas, cada uma delas, basicamente por uma única tendência (O Trabalho, Esquerda Marxista, Militância Socialista, Articulação de Esquerda, Mensagem ao Partido, Construindo um novo Brasil); há uma chapa impulsionada por um agrupamento regional; e há duas listas baseadas numa aliança entre tendências (Movimento PT + Esquerda Popular Socialista; Construindo um Novo Brasil + Partido de Luta e Massas + Novo Rumo). Ou seja: em âmbito nacional há pelo menos oito tendências atuantes. Mas algumas tendências (caso da Construindo um Novo Brasil, Movimento PT e Mensagem ao Partido) são em si mesmas federações de tendências menores, grupos regionais e mandatos parlamentares. Assim, o mais correto é dizer que temos mais de oito tendências no Partido, hoje.

Do ponto de vista político-ideológico, contudo, a coisa é mais complicada. Existem hoje, no Partido, pelo menos quatro grandes correntes: os sociais-liberais, bastante minoritários mas ainda muito influentes, dado seus laços com setores do empresariado; os desenvolvimentistas; os social-democratas clássicos; e os socalistas clássicos. A principal corrente interna, hoje, é desenvolvimentista, o que é positivo se pensarmos que nosso inimigo principal ainda é o neoliberalismo; mas é negativo, se pensarmos que nosso objetivo principal não é o desenvolvimento capitalista, mas sim o socialismo.

Cada uma destas quatro grandes correntes ideológicas tem seus representantes em várias das tendências partidárias, Algumas (como O Trabalho e Esquerda Marxista) são muito pequenas e “puras” do ponto de vista ideológico. Mas as demais tem uma pluralidade maior e podemos encontrar dirigentes com posições ideológicas conflitantes entre si, convivendo e disputando na mesma tendência. Isto se explica, em parte, porque nos últimos anos as tendências internas do PT deixaram de ser principalmente correntes de opinião e se converteram, ao menos parcialmente, em estruturais mais ou menos permanentes de disputa de espaços nas estruturas partidárias.

Do ponto de vista numérico e considerando ainda a influência que possuem nos debates internos, a principal corrente é a Construindo um Novo Brasil, que junto com seus aliados obteve mais de 50% dos votos nas eleições internas de 2009. Depois disputam Movimento PT e Mensagem ao Partido. Em seguida vem a Articulação de Esquerda, tendência de que eu faço parte, e a seguir as demais. Mas isto pode mudar nas eleições de 2013.

2 - Fale-nos um pouco sobre a Articulação de Esquerda. O que é, quando e porque se formou?

A Articulação de Esquerda surgiu em 1993, temos portanto vinte anos de existência. Nossa história, nossa interpretação acerca do socialismo, do mundo, da região e do Brasil, assim como nossas posições programáticas, estratégicas, táticas e organizativas, estão disponíveis em centenas de documentos, resoluções, livros e exemplares do nosso jornal Página 13. E tudo isto pode ser consultado na página eletrônica www.pagina13.org.br
 A Articulação de Esquerda, como o nome sugere, surgiu de uma cisão da tendência Articulação, que foi majoritária e hegemônica no PT entre 1983 e 1993. A cisão deveu-se basicamente ao seguinte: entendemos que um setor de nossa então tendência, a Articulação, estava fazendo um giro à direita e nos organizamos para derrotar esta inflexão e manter as posições tradicionais do petismo. Ganhamos o primeiro round desta disputa, dirigimos o PT entre 1993 e 1995. Em 1995, o outro setor da Articulação ganhou a disputa, elegeu José Dirceu presidente do PT e, desde então, fazemos parte da minoria de esquerda. As vezes mais influentes, as vezes menos influentes, mas minoria. A novidade, nestas eleições internas de 2013, é que podemos ficar fora da direção nacional do Partido, ao menos de sua comissão executiva nacional, de que fazemos parte como tendência desde 1993. Isto teria um efeito catastrófico sobre nossa existência como tendência.
#PED2013 – eleições 10 e 24 de novembro
Valter Pomar é candidato a presidente nacional do PT
(Estas perguntas foram respondidas na entrevista concedida ao Site de Esquerda Claridad, de Porto Rico)


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