por Fábio Pessôa*
Três são as visões, grosso modo, apresentadas em relação à s prévias do PT em Belém. A primeira, parte da idéia de que esse método expõe o partido a um processo de desgaste entre as lideranças, fragilizando o processo de construção da candidatura majoritária. Discordo. A fragilidade atual do partido se dá, do nosso ponto de vista, pela tática eleitoral equivocada em 2010 de aliança, por vezes explÃcita, com o atual prefeito de Belém. Se dá também pela opção tomada pelo setor hegemônico do partido nas eleições de 2004 e 2008, “rifando” nossas candidaturas nesses pleitos em troca de uma pseudo unidade polÃtica nacional. Isso sim é desgastar nossas lideranças.
A segunda visão parte da idéia de que as prévias representam a oportunidade para reforçar a tática eleitoral de determinadas lideranças, sejam aquelas dispostas a concorrer em 2012 à vereança, sejam aqueles atualmente com mandatos que se reforçariam para a reeleição em 2014. Embora tenha sentido, essa tese representa o “gargalo” central da disputa, qual seja, o de trocar o debate de construção partidária, de elevação da consciência polÃtica da militância, da discussão sobre a gestão da cidade de Belém, pelo oportunismo tão comum ao carreirismo eleitoral. Há quem afirme que a candidatura em Belém não seria para valer, seria um blefe para atrair aliados para o real interesse de parte do partido: as eleições para o governo em 2014.
A terceira possibilidade, mais que uma “via”, é o que nos motivou em apoiar a realização das prévias no PT. O partido precisa oxigenar sua liderança, sair dos acordos de cúpula, de gabinete, e fazer valer sua democracia interna. Precisa reatar os laços com a sua base social e polÃtica, ir para os bairros, conversar com as pessoas, com os movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores, jovens e intelectuais, para sentir os problemas que atingem a classe que dá nome ao partido: os trabalhadores.
O PT construiu uma força polÃtica e social sem precedentes na história do Brasil, do Pará e de Belém. Essas prévias podem significar um engodo, um jogo de cartas marcadas. Mas podem significar também um outro patamar na luta social na cidade, fortalecendo os laços de solidariedade de nossa população, rompendo com o pragmatismo eleitoral e reforçando a opção pelo “modo petista de governar” derrotando aos partidos e candidatos da direita do controle do governo municipal em favor dos interesses da população de Belém. É nisso que apostamos.
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