"O uso desproporcional da força está levando a consequências desfavoráveis e à morte de civis inocentes", alertou o Ministério de Relações Exteriores da Rússia. A lei internacional não proíbe explicitamente ataques contra comandantes militares em tempos de guerra, mas a determinação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) autorizando a ação da Otan encarrega as forças aliadas de estabelecer uma zona de restrição aérea e de proteger civis dos ataques.
Rússia, China e Brasil, que são membros do Conselho de Segurança alertaram que as tentativas de mudar o regime ou eliminar seus membros seriam uma violação do mandato concedido à Otan.
Representantes e líderes das forças aliadas negaram enfaticamente que estivessem perseguindo Kadafi com o objetivo de romper o impasse na guerra entre as forças de governo melhor treinadas e os rebeldes fracamente armados. A Otan disse que o anúncio do governo líbio de que esse filho mais novo e três netos de Kadafi foram mortos por um ataque aéreo hoje continua sem confirmação.
"Todos os alvos da Otan são militares por natureza e estavam claramente ligados aos ataques sistemáticos do regime de Kadafi contra a população líbia. Não visamos civis", disse o general canadense Charles Bouchard, que comanda as operações da Otan na Líbia. Ele afirmou que o ataque era parte da estratégia da Organização de desestabilizar e destruir "o comando e o controle dessas forças que têm perseguido civis".
O diretor do Instituto Royal United Services, especializado em ações militares, Michael Clarke, destacou que os aviões da Otan mudaram seu foco nas últimas duas semanas, concentrando-se mais em centros de comunicação e militares do governo do que no apoio aos rebeldes nas linhas de frente.
O objetivo imediato dessa mudança de estratégia parece ser o de prejudicar a capacidade de Kadafi de dirigir unidades que cercam o enclave de Misrata ou a costa mediterrânea, onde forças pró-regime têm sofrido uma série de revezes, disse Clarke. Outro objetivo pode ser aumentar a pressão psicológica sobre Kadafi e pessoas próximas ao ditador, ao mostrar que "a guerra está se aproximando deles", acrescentou o especialista. As informações são da Associated Press.
Agência Estado-SP
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