Tapajós: também queremos ser "cidadões"

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por Ivoneide Ferreira (Monte Alegre)

Meus caros,
 
É verdade que moramos em um país democrático, mesmo que muitas vezes não usamos de tal democracia.
Usaremos a tal sonhada democracia no dia 11 de dezembro de 2011, com o plebiscito para escolha do futuro Estado do Tapajós. E, conto com o voto a favor da divisão do Estado do Pará, peço a compreensão de todos que viram a minha luta para conseguir cursar o ensino superior, que sentiram de perto o drama para eu chegar até a capital do Estado e de lá partir para um município mais distante ainda, Soure-Ilha do Marajó. O ensino superior, ou melhor a Educação é um direito de todos, por que então as universidades estam somente na capital do "inteiro estado do Pará", para quem mora a uma ou duas horas da capital, tranquilo, da para cursar sem muito custo, agora para quem mora do outro lado do Estado...ah meus caros, é muito sacrifício. Sacrifício esse  que com a divisão do Estado pode ser melhorado. Só que isso é um pontinho perto dos grandes problemas.  Pior ainda é a situação de minha prima, que faz tratamento de saúde em Belém, assim como milhares de moradores do Oeste Paraense(oeste esse que faz parte do "inteiro Estado do Pará")ela sofre de uma doença chamada câncer de mama, e não sei se vocês sabem, só tem tratamento na Capital, Belém. Um paciente que sai de Monte Alegre para fazer tratamento desse porte, tem que passar dois dias dentro de um navio para chegar a capital do "inteiro Estado do Pará", é, realmente ele é muito grande. Agora imagine, uma pessoa que recebe tal notícia, já é f...pior ainda é só ter tal tratamento para a doença na capital do "inteiro Estado do Pará". É, para quem mora a uma ou duas horas da capital não é tão difícil, se bem que não é nada fácil tal tratamento para quem quer que seja, agora imagine para quem mora milhas e milhas distante da Capital do “inteiro Estado do Pará”, ficar longe da família que tanto precisa nesse momento tão difícil, pior ainda é ter que ficar em casa de apoio, longe de tudo e de todos que fazem parte de sua vida. É, realmente, não desejo isso a ninguém.
Por isso, meus caros peço a todos que pensem, não somente nas pessoas que moram na capital e em seus arredores, mas nas pessoas que moram longe da Capital do “inteiro Estado do Pará”, porque de inteiro ele não tem nada, convido vocês a virem visitar o Oeste Paraense, para conhecer de perto a nossa realidade, aviso a vocês que o custo da viagem não é muito baixo, mas acredito que quem não quer a divisão do Estado do Pará, queira conhecê-lo melhor. Ah, só lembrando... se ficar um custo muito alto, retirem do pacote a hospedagem, a alimentação, o transporte e o pacote turístico, esses ficam por minha conta, mesmo assim se continuar alto o custo...ah, aí meus caros, pensem nos estudantes que viajam a cada semestre para cursar faculdade na capital e seus arredores, eles só podem cursar o intervalar, pois precisam trabalhar para se manter e aqui não temos cursos regulares em nossos municípios, somente Santarém tem, e somente uma minoria do Oeste do Paraense pode ter tal acesso, se ainda não se convencerem, lembrem das pessoas com câncer, fraturas expostas, esquizofrênicos, mal de Parkinson,...que só tem acesso a tal tratamento na Capital, enfim, se eu for enumerar não terá fim.
É, meus caros, o convite está lançado, se vocês realmente amam o Estado do Pará, digo...o Estado pessoas, não somente o território pomposo que se mostra, venham até nós e conheçam a nossa realidade. Ah, só lembrando, aqui não temos shopping center, ônibus a cada uma hora para ir a capital, estradas asfaltadas, temos algumas ruas nos municípios para acalmar seus olhares se caso sentirem saudade do pretinho quentinho que os aquece.
Um forte abraço a todos e os aguardo por aqui.

Natural do estado do Pará e futura moradora do Estado do Tapajós.


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