Lições da crise

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1. Bombas de tempo podem tardar a explodir, mas terminam explodindo.

2. Devem ser examinados exaustivamente os antecedentes de todos os que vão ocupar cargos públicos.

3. Uma vez estourada uma crise como essa, melhor desativá-la rapidamente. Deixar sangrar provoca danos muito maiores.

4. O zelo pela questão da ética publica, além de ser um fim em si mesmo, afeta diretamente os setores mais dinâmicos de apoio ao governo: militância de esquerda, movimentos sociais, juventude, artistas, intelectuais, formadores de opinião publica em geral. Deve-se cuidá-los como a menina dos olhos.

5. Quando mudar, tratar sempre de inovar na escolha de quadros. A politica brasileira precisa disso.

6. Acompanhar as mudanças com discurso que explica o significado delas.

7. A consciência das intenções de quem faz acusações pode ser clara, sem que elas deixem de ser verdadeiras.

8. A recuperação do prestígio da prática politica requer um cuidado estrito com a ética pública.

9. Não precipitar declarações incondicionais de apoio a pessoas que recebem acusações, antes do apuro rigoroso delas.

10. Os partidos devem ter suas próprias posições, mais além do apoio firme ao governo. Devem expressar os sentimentos e as posições da militância do partido, dos movimentos sociais e do campo popular.

11. Apoio do PMDB é sempre abraço de urso.

12. A mídia privada continua com grande poder de definir a agenda nacional e derrubar ministros.

13. Fazer política, exercer o poder não é atividade técnica, nem de repartição de cargos, mas uma combinação de persuasão e força, isto é, construção de hegemonia.
Postado por Emir Sader às 03:15


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