por Ana Maria Campos e Ana Dubeux
Correio Braziliense/Diarios Associados Press
Adital
A aposentadoria é algo impensável para Oscar Niemeyer. Aos 103 anos, o arquiteto cultiva a rotina. Veste terno — sem gravata — e cumpre jornada de trabalho no escritório com uma das mais belas vistas do mar de Copacabana, na cobertura do edifício Ypiranga. O visual é impressionante, assim como a disposição do anfitrião para a vida. Niemeyer reclama de que há um mês está sem andar, mesmo com a fisioterapia. A mente, no entanto, segue perfeita. Além de projetos, da revista de arquitetura de que se orgulha, Niemeyer anda satisfeito com o samba composto em parceria com um de seus enfermeiros, Caio Almeida. Tranquilo com a vida foi criado na UTI, quando ele se recuperava de duas cirurgias no ano passado. Vera Lúcia, a mulher do arquiteto, conta que um dia chegou ao hospital e o tumulto estava formado em volta do marido. Eram médicos e enfermeiros curiosos para ouvir a música. Um Niemeyer que continua a encantar e a surpreender. Nesta entrevista ao Correio, ele fala com lucidez sobre arquitetura, política e conta histórias. Jura que voltará a Brasília, mas com uma ressalva: "Quando for preciso”. Em muitos momentos, revela um lado mais emocional. Diz que a mulher e os amigos são o melhor da vida. O resto, "seja o que Deus quiser”. Fã do ex-presidente Lula, aposta na volta dele ao Palácio do Planalto, embora demonstre admiração por Dilma Rousseff. No rol de elogios, não faltam palavras especiais dedicadas ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ao líder cubano Fidel Castro. Ainda comunista, Niemeyer ataca o imperialismo e a burguesia. Sobre Brasília, lamenta a paralisação da obra da Torre Digital. E divaga quanto aos rumos da cidade: "Na época de JK, as coisas eram diferentes”.
Veja a entrevista completa em: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=56976
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