400 pessoas revivem Eldorado dos Carajás
15 anos depois do massacre
“O massacre que aconteceu há 15 anos em Eldorado dos Carajás é uma mancha de sangue na história do Brasil.” Foi com essa fala que o deputado federal Marcon (PT-RS) deu início ao seminário do qual foi propositor: “Eldorado dos Carajás: 15 anos de impunidade”.
O seminário, que foi promovido pela Câmara dos Deputados, aconteceu na manhã desta quinta-feira, 14 de abril de 2011, no Auditório Nereu Ramos. Cerca de 400 pessoas circularam no auditório durante a manhã entre militantes e autoridades. Vários deputados marcaram presença, representantes de entidades, ministérios, senadores, sindicatos e, em especial, movimentos sociais.
As falas durante o seminário foram unânimes quanto a necessidade de justiça, de acabar com a impunidade nos crimes cometidos contra os movimentos campesinos. O dirigente do MST, João Paulo Rodrigues, relatou que, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, houveram mais de 1500 assassinatos no campos nos últimos anos.
Diante destes dados, o representante da secretaria geral da presidência, Paulo Maldos, relembrou que criminosos continuam impunes no Brasil há muito tempo. O exemplo citado foi a ditadura militar, que possui uma soma de 800 desaparecidos. Maldos acrescentou que a ditadura militar brasileira é co-autora das ditaduras que aconteceram nos demais países da América latina, pois exportava os métodos de tortura.
Com essas colocações de Paulo Maldos, foi ressaltada a importância da implantação da Comissão da Verdade, defendida pela Ministra da secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, no seminário representada por seu secretário executivo, André Lázaro. “Com a implantação da Comissão da Verdade não só as questões da ditadura seriam investigadas, mas todos os crimes e criminosos impunes”, ressaltou Lázaro.
Na coordenação da mesa, Marcon quebrou o protocolo quando chamou para compô-la o deputado Valmir Assunção (PT-BA), justificando a importância do colega parlamentar estar naquele espaço uma vez que, como Marcon, Valmir é assentado do MST. Além de Valmir, João Paulo, Paulo Maldos, André Lázaro, e o senador Suplicy fizeram parte da mesa de trabalhos.
Ao final do seminário, Marcon avaliou que o seminário cumpriu com seus objetivos , pois além de reavivar a memória dos 19 assassinados, trouxe para dentro do parlamento as discussões dos movimentos sociais. “Agora conseguimos fincar de fato a bandeira dos movimentos sociais no meio da burguesia e do latifúndio que é maioria nesta casa” concluiu o deputado, assentado sem-terra.
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