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SINDICATOS: SAÚDE E PELEGAGEM 
 
por Ricardo Menezes
 
A Comissão Executiva da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em reunião no início de mês de marco de 2011, decidiu manter a crítica à política macroeconômica do governo Dilma, o que faz desde o início do governo Lula, e reforçar a campanha pelo fim do imposto sindical.  
 
No caso do fim do imposto sindical - cobrança de um dia do salário de cada trabalhador, no mês de março de cada ano, independente da vontade do trabalhador -, esse seria substituído pela contribuição negocial - contribuição sobre a negociação coletiva que só seria cobrada por ocasião das campanhas salariais conduzidas pelos sindicatos e, somente, se assembléias da categoria aprovassem a cobrança.
 
A direção da CUT acredita que, como essa contribuição seria debatida e aprovada, com direito a oposição na assembléia, os sindicatos e suas condutas seriam avaliados pelas bases a cada campanha salarial. Essa nova sistemática seria positiva para os sindicatos realmente representativos, e enfraqueceria as entidades de fachada, que cobram imposto sem ter ação sindical.
 
Sobre as entidades sindicais de fachada, importa ter presente que elas desapareceriam ainda mais rapidamente caso se consiga lutar pela efetivação, no governo Dilma, de uma política pública de saúde de fato universal, ou seja, que se amplie, qualifique e consolide o Sistema Único de Saúde (SUS) para todos os brasileiros e todas as brasileiras.
 
A pelegagem que "negocia" planos de saúde para seus afiliados - medida de interesse do patronato para controlar a mão-de-obra - ficará sem porção sequer de representatividade.
 
Atentem: o patronato "adora" negociar planos de saúde com os sindicatos, porque:
 
    a) não colocam um tostão nisso, já que abatem do Imposto de Renda a "caridade" que fazem para a classe trabalhadora, então, é o Estado que paga a "caridade" do patronato;
 
    b) avançam no plano ideológico colocando-se como "alternativa" ao Estado, o que reforça ainda mais a formação ou geração de pelegos e de dirigentes sindicais conservadores e, nesses, a consolidação de um sentimento anti-Estado, e
 
    c) avançam no plano político-ideológico contra a política pública universal de saúde, o que lhe interessa sobremaneira já que, políticas públicas universais, quaisquer que sejam, não prescindem de tributação maior da renda e do patrimônio de milionários, endinheirados e do patronato em relação a outros setores e classes sociais.
 
Pesquisa recente realizada pelo IPEA sobre Saúde trás pistas interessantes. De um lado, em uma pergunta, observa-se trabalhadores apontando a razão para ter plano de saúde: "maior rapidez para realizar consulta ou exame (40,0%) e ser um benefício fornecido gratuitamente pelo empregador (29,2%). Ou seja, essa última resposta dos trabalhadores é emblemática: a pelegagem coloca na sua fatura política a conquista (?) de "benefício fornecido gratuitamente pelo empregador". Jamais os pelegos explicarão às suas bases que não é de graça coisa nenhuma, pois o Estado banca a conta e não o patronato. Outras variáveis, analisadas em conjunto, indicam que quem tem plano desejaria não pagá-los, caso o SUS ampliasse o acesso aos seus serviços.
 
A Central Única de Saúde (CUT), hoje, tem condições de nuclear a luta pela ampliação e consolidação do Sistema de Saúde nacional, público e universal, o SUS, para todos os brasileiros e todas as brasileiras.


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