A escolha de Ana Júlia Carepa

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Tá na Perereca da vizinha (http://pererecadavizinha.blogspot.com/)
Penso que há algumas avaliações bastante equivocadas sobre a derrota da minha xará, Ana Júlia Carepa, nestas eleições.
Creio que algumas pessoas andam a confundir os sintomas com a doença – e isso é tanto mais complicado porque estamos a lidar com um caso concreto.
Ora, diz-se que Ana perdeu por erros da Comunicação e de articulação política.
Mas tais erros – que existiram de fato – foram apenas as conseqüências, e não a causa.
A causa mesma foi a opção que Ana Júlia fez por sua corrente política, a Democracia Socialista (DS).
E isso foi uma escolha, não alguma coisa a que a tivessem obrigado, até porque ela é maior de idade e, presume-se, não padece de problemas mentais. Além disso, possuía poder suficiente para se livrar desse grupo a hora que bem entendesse.
Então, Ana Júlia fez uma escolha por aquilo que lhe pareceu, sabe-se lá por que, o mais importante.
E dessa escolha é que nasceram os erros da propaganda, da articulação política e de tantos outros setores essenciais à manutenção do poder.
Quem é que dava as cartas na propaganda? A DS. Quem é que dava as cartas na articulação política? A DS. À quem, em suma, pertencia a última palavra sobre os rumos e até sobre as eventuais mexidas no Governo? À DS.
Então, o xis da questão foi a escolha que a minha xará fez de delegar o poder a uma espécie de triunvirato.
Todo o resto não passa de conseqüência dessa opção.
O PT errou por não intervir decididamente nessa concentração do poder nas mãos da DS? É claro que errou.
E é um erro que não é assim tão simples quanto parece, já que tem a ver com a própria relação do partido com essas tendências minoritárias e sectárias.
Afinal, é a segunda vez que o PT se esborracha, ao chegar ao poder através de correntes assim – a primeira foi na capital.
Mas aí fica a pergunta: como intervir decididamente, dar “murro na mesa” de um governante? E como fazer isso sem que a emenda acabe se revelando pior que o soneto, em termos de desgaste perante a opinião pública?
E mais: como realizar uma articulação política com um mínimo de credibilidade, num governo que se transformou num monstro de duas cabeças, que ora puxa para um lado, ora para o outro?
Até porque, mesmo que se conseguisse encostar o governante na parede, ainda assim ele permaneceria como o detentor da caneta.
Sempre disse aqui que o problema genético desse governo foi o fato de Ana pertencer a uma corrente minoritária e sectária – e à qual ela sempre demonstrou uma fidelidade canina.
Ora, os tucanos governaram o Pará por 12 anos, com uma ampla base de sustentação e também fizeram campanhas a comandar coligações até mais amplas que a Acelera Pará.
E olhem que nas campanhas municipais o pau comia entre os partidos coligados na esfera estadual – até porque as campanhas municipais são o momento em que todo mundo tem mais é de se cacifar.
Mas penso que os problemas eventualmente vividos pelos tucanos no comando dessas coligações foram fichinha perto do que se viu nesse governo da DS.
Até porque Almir e Jatene – quer se goste ou não – eram lideranças reconhecidas pelas demais lideranças políticas; tinham, de fato, a última palavra sobre o que acontecia ou deixava de acontecer no governo.
Já esse triunvirato jamais foi – e nem poderia ser – reconhecido pelas lideranças políticas. Aliás, jamais foi reconhecido nem mesmo pelo PT. Afinal, sempre faltou a esses senhores o principal: o mandato, a delegação de poder, de milhões de paraenses.
Sem falar, é claro, na absoluta incompetência política desses senhores, e na arrogância, o ar “doutoral”, que não lhes permitiu reconhecer a experiência das demais lideranças, nem mesmo quando pertencentes ao próprio PT.
Não reconhecer tudo isso, é tentar tapar o sol com a peneira; é tentar passar a mão – talvez até por certa nostalgia – na cabeça da DS.
Mesmo a desastrada campanha política que sepultou os sonhos de reeleição de Ana Júlia Carepa tem por trás a folha corrida da DS.
Quem foi que, afinal de contas, escolheu e manteve até o fim a Link Propaganda? Um doce para quem adivinhar...
Já estava tudo perdido em junho? Não, não estava.
Pelo contrário: devido à ampla coligação que a apoiava e ao fato de deter a máquina federal e estadual, além de dezenas de prefeituras, a cidadã Ana Júlia Carepa era, de fato, a favorita dessa disputa.
Só quem nunca fez campanha política é que se assusta com rejeição – e ainda mais se o sujeito detiver a máquina.
Porque campanha política bem feita “ressuscita defunto”, quase que literalmente.
Parece pouco, mas esses três ou quatro meses são suficientes para transformar a imagem de qualquer pessoa da água pro vinho.
Mas para isso é preciso uma boa estratégia de marketing e um bom comando de campanha.
No entanto, até essa derradeira oportunidade de “ressurreição” acabou “sepultada” pela escolha de Ana Júlia.
Que lhe ornamentem o velório, portanto, as flores e as lágrimas de crocodilo da sua DS.


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