Manifesto em Defesa da Educação Pública
Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico
como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro
do país. Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás
lacrimogêneo.
Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.Esse choque de gestão é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde
2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de tró-ló-ló de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de tró-ló-ló de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades
públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de engavetador geral da república. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que
estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.
estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.
ASSINAM:
Fábio Konder Comparato, USP
Carlos Nelson Coutinho, UFRJ
Heloisa Fernandes, USP
Theotonio dos Santos, UFF
Emilia Viotti da Costa, USP
José Arbex Jr., PUC-SP
Marilena Chaui, USP
João José Reis, UFBA
Joel Birman, UFRJ
Fábio Konder Comparato, USP
Carlos Nelson Coutinho, UFRJ
Heloisa Fernandes, USP
Theotonio dos Santos, UFF
Emilia Viotti da Costa, USP
José Arbex Jr., PUC-SP
Marilena Chaui, USP
João José Reis, UFBA
Joel Birman, UFRJ
Leda Paulani, USP Dermeval Saviani, Unicamp João Adolfo Hansen, USP Flora Sussekind, Unirio Otávio Velho, UFRJ Renato Ortiz, Unicamp Maria Victoria de Mesquita Benevides, USP Enio Candotti, UFRJ Luis Fernandes, UFRJ Antonio Carlos Mazzeo, Unesp Caio Navarro de Toledo, Unicamp Celso Frederico, USP Armando Boito, Unicamp Henrique Carneiro, USP Angela Leite Lopes, UFRJ Afrânio Catani, USP Laura Tavares, UFRJ Wolfgang LeoMaar, UFSCar João Quartim de Moraes, Unicamp Ildeu de Castro Moreira, UFRJ Scarlett Marton, USP Emir Sader, UERJ Marcelo Perine, PUC-SP Flavio Aguiar, USP Léon Kossovitch, USP Wander Melo Miranda, UFMG Celso F. Favaretto, USP Benjamin Abdalla Jr., USP Irene Cardoso, USP José Ricardo Ramalho, UFRJ Gilberto Bercovici, USP Ivana Bentes, UFRJ José Sérgio F. de Carvalho, USP Peter Pal Pelbart, PUC- SP Sergio Cardoso, USP Consuelo Lins, UFRJ Iumna Simon, USP Elisa Kossovitch, Unicamp Edilson Crema, USP Liliana Segnini, Unicamp Glauco Arbix, USP Ligia Chiappini, Universidade Livre de Berlim Luiz Roncari, USP Francisco Foot Hardman, Unicamp Eleutério Prado, USP Giuseppe Cocco, UFRJ Vladimir Safatle, USP Eliana Regina de Freitas Dutra, UFMG Helder Garmes, USP José Castilho de Marques Neto, Unesp Marcos Dantas, UFRJ Adélia Bezerra de Meneses, Unicamp Luís Augusto Fischer, UFRS Zenir Campos Reis, USP Alessandro Octaviani, USP Federico Neiburg, UFRJ Maria Lygia Quartim de Moraes, Unicamp Cilaine Alves Cunha, USP Evando Nascimento, UFJF Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos, USP Juarez Guimarães, UFMG Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, PUC-SP Marcos Silva, USP Walquíria Domingues Leão Rego, Unicamp Sérgio de Carvalho, USP Rosa Maria Dias, Uerj Gil Vicente Reis de Figueiredo, UFSCar Ladislau Dowbor, PUC-SP Ricardo Musse, USP Lucilia de Almeida Neves, UnB Maria Lúcia Montes, USP Eugenio Maria de França Ramos, Unesp Ana Fani Alessandri Carlos, USP Mauro Zilbovicius, USP Jacyntho Lins Brandão, UFMG Paulo Silveira, USP Marly de A. G. Vianna, UFSCar José Camilo Pena, PUC-RJ Lincoln Secco, USP Mario Sergio Salerno, USP Rodrigo Duarte, UFMG Sean Purdy, USP Adriano Codato, UFPR Ricardo Nascimento Fabbrini, USP Denilson Lopes, UFRJ Marcus Orione, USP Ernani Chaves, UFPA Gustavo Venturi, USP João Roberto Martins Filho, UFSCar Nelson Cardoso Amaral, UFG Evelina Dagnino, Unicamp Vinicius Berlendis de Figueiredo, UFPR Silvia de Assis Saes, UFBA Carlos Ranulfo, UFMG Flavio Campos, USP Liv Sovik, UFRJ Marta Maria Chagas de Carvalho, USP Paulo Faria, UFRGS Rubem Murilo Leão Rego, Unicamp Maria Helena P. T. Machado, USP Francisco Rüdiger, UFRS Nelson Schapochnik, USP José Geraldo Silveira Bueno, PUC-SP Reginaldo Moraes, Unicamp Luiz Recaman, USP Roberto Grun, UFSCar Edson de Sousa, UFRGS Márcia Cavalcante Schuback, UFRJ Luciano Elia, UnB Ricardo Basbaum, UERJ Julio Ambrozio, UFJF João Emanuel, UFRN Paulo Martins, USP Analice Palombini, UFRS Alysson Mascaro, USP José Luiz Vieira, UFF Marcia Tosta Dias, Unifesp Salete de Almeida Cara, USP Anselmo Pessoa Neto, UFG Elyeser Szturm, UnB Iris Kantor, USP Fernando Lourenço, Unicamp Luiz Carlos Soares, UFF André Carone, Unifesp Richard Simanke, UFSCar Francisco Alambert, USP Arlenice Almeida, Unifesp Miriam Avila, UFMG Sérgio Salomão Shecaira, USP Carlos Eduardo Martins, UFRJ Eduardo Brandão, USP Jesus Ranieri, Unicamp Mayra Laudanna, USP Luiz Hebeche, UFSC Eduardo Morettin, USP Adma Muhana, USP Fábio Durão, Unicamp Amarilio Ferreira Jr., UFSCar Jaime Ginzburg, USP Ianni Regia Scarcelli, USP Marlise Matos, UFMG Adalberto Muller, UFF Ivo da Silva Júnior, Unifesp Cláudio Oliveira, UFF Ana Paula Pacheco, USP Sérgio Alcides, UFMG Romualdo Pessoa Campos Filho, UFG Bento Itamar Borges, UFU Tânia Pellegrini, UFSCar José Paulo Guedes Pinto, UFRRJ Luiz Damon, UFPR Emiliano José, UFBA Horácio Antunes, UFMAC Bila Sorj, UFRJ Cláudio Correia Leitão, UFSJ Sérgio Luiz Carlos dos Santos, UFPR
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