Em Anapu (PA), o clima é de tensão no assentamento do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança. O assentamento fica na região onde a missionária Dorothy Stang foi assassinada há cinco anos. Nas últimas semanas, madeireiros adentraram no Projeto para furtar madeira, provocando conflito com os assentados. Caminhões de madeireiros chegaram a ser incendiados.
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O Ministério Público Federal foi avisado dos conflitos e pediu ao Ouvidor Agrário Nacional, o desembargador Gercino José da Silva Filho, que enviasse, ao local, policiais da Força Nacional de Segurança. Até a sexta-feira (03) não havia notícias sobre a chegada dos agentes. Para o procurador da República, Felício Pontes Júnior, a presença da Força Nacional na região deve amenizar os conflitos.
“No último mês, nós do Ministério Público Federal estamos recebendo informações de pequenos conflitos na região de Anapu, onde irmã Dorothy concebeu o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança. E esse Projeto é o único na Amazônia e está cercado por fazendeiros e madeireiros. Se tornou, na verdade, uma ilha de floresta cercada por pasto praticamente por todos os lados. Então ficou muito clara a cobiça de madeireiros na região desse Projeto.”
Nas terras do Projeto estão cerca de cem famílias que vivem da produção de cacau consorciada com a de laranja, castanha do Pará, açaí e café.
“Esse modelo de desenvolvimento traz, na verdade, riqueza para o povo da região. É um modelo que distribui renda e que consegue num curto espaço de tempo ver que é possível existir desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.”
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