Segundo o jornal inglês The Guardian: "A mais recente onda de protestos, entretanto, é de um grupo mais velho, mais branco e mais rico, reunidos após uma grande cobertura antecipada da grande mídia", disse"

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Segundo o Dr. em História e morador da Terra-Firme, Prof. Tony Costa, "o que consta esse seria uma imagem do ato do dia 15 em Salvador, Bahia, cidade que tem mais de 80% da população negra. Isso mesmo, mais de 80% da população NEGRA, afrodescendente! Quem é quem nos atos da direita?
Reflitam!"

Caso você ainda tenha dúvidas sobre o que move esses grupos dos "mais velhos, mais brancos e mais ricos" que saíram as ruas no último domingo 15 de março, convocados pela mídia oligárquica do país, pedir "golpe militar", "fim do Mais Médicos", "fim do Bolsa Família", "fora Dilma e PT"...? Oferecemos a você importantes reflexões através do texto de Valter Pomar, Dr. em História, militante do PT e dirigente nacional da Articulação de Esquerda, boa leitura e reflexão:

"São Crispim"
TEXTO DIVULGADO DIA 12 DE MARÇO DE 2015

Nos últimos dias, encontrei com várias pessoas que fizeram críticas em relação ao ato do dia 13 de março.

"A direita vai colocar mais gente".

"Devia ser noutra data".

"A pauta é confusa."

"Falta direção".

Etc.

Etc.

Etc.

Pois bem.

Claro que a direita vai colocar mais gente: os principais meios de comunicação (inclusive televisões e rádios, concessões públicas) estão convocando abertamente o ato de 15 de março, com a pretensão de colocar mais de 100 mil pessoas em São Paulo e pelo menos 1 milhão em todo o Brasil.

Ademais, o lado de lá possui menos contradições do que o lado de cá. O que explica a harmonia das respectivas pautas.

Finalmente, ao menos neste momento, as direções da direita estão melhores do que as nossas.

Frente a tudo isto, não há como não concordar: se os partidos de esquerda, o governo e os movimentos sociais tivessem um Estado-Maior, talvez outra mobilização fosse possível.

Mas se tivéssemos um Estado-Maior, talvez não estivéssemos na situação que estamos, sem conseguir enfrentar adequadamente uma direita que aprendeu a combinar luta cultural, luta institucional e luta social, na linha de que "a luta faz a lei" (e o impeachment).

Como não dispomos de Estado-Maior, como parte de nossas "direções" parece estar entre abúlica e catatônica, a única atitude decente (a palavra é esta: decente) é estar junto de quem está com disposição de lutar aqui e agora, a começar pelas manifestações desta sexta-feira 13 de março.

Dia 16 de março haverá momento para balanço. Então, estou certo de que muitas coisas inteligentes serão ditas acerca da data, da pauta e de tudo o mais. Nessa hora, sugiro começar o balanço dizendo algo mais ou menos assim:

"Aquele que sobreviver esse dia e chegar a velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é São Crispim". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no dia de São Crispim."
( A vida do rei Henrique V, ato IV, cena III - Shakespeare)

TEXTO DIVULGADO DIA 12 DE MARÇO DE 2015
Postado por Orientação Militante às 12:02 Nenhum comentário:
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Oposição Caracas, governo pelicas
O primeiro ponto a ressaltar é: o ocorrido no dia 15 de março não é uma surpresa.

A seguir alguns exemplos disto.

Junho de 2013: ver o texto "A direita também disputa ruas e urnas".

http://valterpomar.blogspot.com.br/2013/06/a-direita-tambem-disputa-ruas-e-urnas.html

Naquele texto é dito o seguinte: "Quem militou ou estudou os acontecimentos anteriores ao golpe de 1964 sabe muito bem que a direita é capaz de combinar todas as formas de luta".

Agosto de 2014: ver texto de Rodrigo Viana na revista Esquerda Petista número 2.

http://5c912a4babb9d3d7cce1-6e2107136992060ccfd52e87c213fd32.r10.cf5.rackcdn.com/wp-content/files/Revista_Esquerda_Petista_n2_Julho_2014.pdf

Naquele texto é dito o seguinte:

"Há também a possibilidade de um terceiro cenário, que seria trágico para o PT: vitória apertada de Dilma, com um discurso mais à esquerda; e, depois do início de um segundo mandato, o retorno ao centro -- com a adesão do governo ao modelo de estabilização liberal. Isso jogaria gasolina nas ruas e faria o PT -- a médio prazo -- perder a hegemonia que ainda mantém entre os movimentos sociais e os sindicatos."

Outubro de 2014: ver texto publicado na página da Rede Brasil Atual.

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2014/10/comentario-de-valter-pomar-para-a-rba-8086.html

Naquele texto é dito o seguinte: não democratizar a comunicação "não nos impedirá de ganhar estas eleições presidenciais de 2014, mas se isso não for tratado, daqui até 2018 tende a se tornar um problema incontornável".

Fevereiro de 2015: ver texto publicado no site Brasil 247.

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/170992/Desafios-e-propostas.htm

Naquele texto é dito o seguinte: "Implementar mesmo que parcialmente o programa dos derrotados na eleição contribui para confundir e desorganizar as forças que venceram as eleições presidenciais de 2014, facilita as operações de sabotagem implementadas pela oposição de direita e também por setores da base do governo, não ajuda a bloquear eventuais tentativas de interromper nosso mandato, além de criar um ambiente favorável aos que desejam nos derrotar nas eleições de 2016 e 2018".

12 de março de 2015: ver o texto São Crispim.

http://valterpomar.blogspot.com.br/2015/03/sao-crispim.html

Naquele texto é dito o seguinte: "Claro que a direita vai colocar mais gente: os principais meios de comunicação (inclusive televisões e rádios, concessões públicas) estão convocando abertamente o ato de 15 de março, com a pretensão de colocar mais de 100 mil pessoas em São Paulo e pelo menos 1 milhão em todo o Brasil. Ademais, o lado de lá possui menos contradições do que o lado de cá. O que explica a harmonia das respectivas pautas. Finalmente, ao menos neste momento, as direções da direita estão melhores do que as nossas".

Portanto, repetimos: o ocorrido dia 15 de março não é uma surpresa.

O segundo ponto a ressaltar é: o que está ocorrendo aqui não é um fenômeno brasileiro.

As características fundamentais do atual período internacional são: a) ainda estamos numa etapa de defensiva estratégia do socialismo; b) uma hegemonia capitalista como nunca antes na história; c) por isto mesmo, profunda crise do capitalismo; d) que por sua vez aguça uma disputa inter-capitalista que vai adquirindo contornos cada vez mais agressivos; e) o que ajuda a entender a reação defensiva expressa na formação de blocos regionais.

No caso do continente americano, há dois projetos de integração regional: o subordinado aos Estados Unidos e o autônomo, simbolizado respectivamente por Alca e Celac.

A principal base de apoio da Celac é a Unasul. E a principal base de apoio da Unasul está no tripé Argentina, Venezuela e Brasil. Três países que neste momento estão imersos em crises econômicas e políticas.

Há quem diga que esta tripla crise tem raízes numa conspiração organizada pelo Departamento de Estado dos EUA. Acontece que conspirações sempre existem e, portanto, elas sozinhas não podem explicar o que está ocorrendo.

"A" causa de fundo da tripla crise é o esgotamento da estratégia seguida, nestes três países, pelos chamados governos progressistas e de esquerda.

Há várias maneiras de explicar este esgotamento: a) limites do reformismo nos países de capitalismo dependente; b) limites do progressismo num só país; c) limites de quem busca fazer reformas sem mudar as estruturas econômico-sociais fundamentais; d) limites de quem tenta melhorar a vida do povo sem fazer reformas estruturais.

Qualquer que seja a maneira adotada para explicar o que está ocorrendo, é evidente que:

a) a crise internacional de 2007-2008 acelerou o esgotamento da estratégia. Algo que o Foro de São Paulo alertou desde o primeiro momento;

b) o Brasil tornou-se o "elo mais fraco da cadeia", para espanto daqueles setores da esquerda brasileira que -- do alto da sua soberba -- criticavam a esquerda venezuelana e argentina, como se a conflitividade destes países fosse responsabilidade principal e exclusiva das forças progressistas.

O Brasil tornou-e o "elo mais fraco da cadeia" por diversos motivos:

a) melhoramos a vida das classes trabalhadoras, sem elevar de maneira correspondente seus níveis de politização e organização (diferente da Argentina e Venezuela);

b) mantivemos intacto o oligopólio da mídia (diferente da Argentina e Venezuela);

c) desde 2002 elegemos um presidente do PT e um Congresso onde as forças progressistas são minoritárias (diferente da Venezuela e, em menor escala, da Argentina);

e) a maior parte da esquerda brasileira é adepta de uma estratégia conciliatória (diferente da Argentina e da Venezuela). Conciliatória tanto com o grande capital (inclusive financeiro: por isto a política econômica levítica) quanto com a centro-direita (por isto o ministério com que iniciou este segundo mandato Dilma e por isto a relação cada vez mais subalterna que alguns exibem frente ao PMDB);

f) a maior parte da esquerda brasileira adotou uma estratégia principal ou exclusivamente institucional (diferente da Venezuela e incusive da Argentina, onde a hegemonia do progressismo não é socialista). O institucionalismo explica boa parte da postura recuada de setores do PT frente ao dia 13 de março, postura recuada que aliás contrasta com a postura subalterna de ministros frente aos atos do dia 15 de março.

Resumo da ópera: no Brasil temos um governo que enfrenta com luvas de pelicas uma oposição de direita que adota táticas cada vez mais parecidas com as da direita venezuelana.

O terceiro ponto a ressaltar diz respeito às razões pelas quais está predominando, na oposição de direita, uma tática venezuelana.

A situação brasileira é marcada por dois impasses estratégicos:

a) por um lado, há um impasse econômico de fundo, que só poderá ser resolvido adotando um de dois caminhos distintos: ou voltando a um desenvolvimentismo conservador de viés neoliberal, ou avançando em direção a um desenvolvimentismo democrático-popular;

b) por outro lado, há um impasse político de fundo: a institucionalidade não agrada à oposição de direita nem agrada a esquerda. À oposição de direita incomoda que as atuais regras do jogo permitiram (ou não impediram) ao PT vencer por quatro vezes a presidência da República. À esquerda incomoda que nestas quatro vezes não conseguimos maioria congressual, muito antes pelo contrário.

A esquerda tenta resolver o impasse político via participação popular, reforma política democratizante e Assembléia Constituinte.

A direita tenta resolver o impasse via repressão à participação popular, reforma política conservadora, judicialização da política e combinando formas de luta contra a presidência petista:.

A combinação inclui: tentar nos derrotar eleitoralmente, praticar sabotagem a partir da oposição e do PIG, estimular a sabotagem a partir da oposição de direita, empurrar o governo a implementar o programa derrotado nas urnas e mobilização de massas.

É um erro caracterizar a mobilização de massas da direita como "republicana", "legítima" e "pacífica". A mobilização da direita não visa apenas manifestar descontentamento, nem visa apenas defender o impeachment. A mobilização da direita visa criminalizar o PT e o conjunto da esquerda: nas palavras de um general de pijamas que deveria estar na cadeia, trata-se de nos excluir da vida pública.

A ameaça contra João Pedro Stédile, o ataque contra a sede do PT na cidade de Jundiaí (SP) e os dois bonecos (simulando petistas) enforcados num viaduto servem de alerta que pode não haver muita distância entre "excluir da vida pública" e "excluir da vida". Como já foi dito por um líder da direita, trata-se de "acabar com a nossa raça".

É neste contexto que deve ser interpretada a onda de violência policial-militar contra a juventude pobre e negra da periferia das grandes cidades: consciente ou inconscientemente, trata-se de um "esquenta", de uma espécie de "treino de guerra". Noutras palavras, a direita mostrando qual é a sua versão para a famosa frase segundo a qual "a luta faz a lei".

Frente a isto, quais os cenários postos?

a) se prevalecer a facção venezuelana da direita, teremos uma escalada de agressões, uma pressão pela renúncia e uma chantagem sobre os líderes do PMDB no congresso: em troca de um impeachment, ganhariam uma "absolvição premiada";

b) a depender da nossa reação e da disputa existente na própria direita, a disputa será parcialmente canalizada para as eleições de 2016. E a depender dos resultados eleitorais, particularmente em capitais como São Paulo, a facção venezuelana pode voltar ao "plano A" acima descrito;

c) caso nossa reação nas ruas agora e nosso desempenho eleitoral em 2016 inviabilizem o "plano A" da facção venezuelana da direita, a disputa será canalizada para as eleições de 2018. Uma vitória da direita em 2018, entretanto, só será possível no quadro de uma mobilização político-social extremamente reacionária. O que significa dizer que a facção venezuelana continuará influente em caso de vitória eleitoral da direita;

d) o quarto cenário depende de derrotarmos a direita nas ruas e nas urnas, agora, em 2016 e em 2018. Neste cenário, vencemos as eleições 2018. Mas isto supõe que a esquerda brasileira mude de estratégia e de conduta.

Portanto, o predomínio na oposição de direita de uma tática venezuelana decorre dos impasses estratégicos em que o Brasil está posto e das decorrências táticas derivadas. Assim como 1954 e 1964 não foram por acaso, o que está ocorrendo agora também não é por acaso.

Frente a isto, o que fazer?

1) Fogo contra fogo: a direita controla parte importante do judiciário, do Congresso e mesmo do governo. Se também controlar as ruas, game over. Por isto, é fundamental ampliar a mobilização, seja no dia 1 de abril, seja no dia 21 de abril, seja no dia 1 de maio;

2) Mudar a linha do governo: é possível derrotar a direita com a ajuda do governo e até mesmo sem a ajuda do governo. Mas é impossível derrotar a direita se o governo trabalha contra isto. E a verdade é que a linha adotada pelo governo, tanto na economia quanto na política, divide a esquerda e alimenta a direita. É preciso recuar das MPs, propor que os ricos paguem o ajuste, incluir no ministério gente disposta e que saiba enfrentar a direita e dar protagonismo à presidenta da República;

3) Criar um centro político: o PT deve procurar as forças que elegeram Dilma no segundo turno presidencial e que defendem as reformas estruturais, propondo a elas que se constitua um frente nacional em defesa da democracia e das reformas. Uma frente deste tipo tem um papel defensivo, mas também ofensivo: lutar pelas reformas estruturais. E é no âmbito desta frente que precisa ser resolvida nosso déficit comunicacional, o que inclui sair da defensiva no debate da corrupção;

4) Fazer a boa e velha luta de classes: recuperar o apoio ativo da maioria da classe trabalhadora, ganhar para nosso lado parte dos setores médios que hoje estão na oposição e dividir o grande capital. Nosso inimigo principal é a "fração venezuelana" (golpista) da direita, o oligopólio da mídia e o capital financeiro;

5) Mudar a estratégia: melhorar a vida do povo através da combinação entre políticas públicas e reformas estruturais. Política de alianças estratégica com a esquerda política e social, com as forças democrático-populares. Combinar luta institucional, social e cultural. Abandonar a conciliação.

Num resumo: usar outro tipo de luvas. (http://valterpomar.blogspot.com.br/)


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