Os dois são mais do mesmo
(Página 13, Nº 133 - JULHO/2014, pg. 16)
Marcelo Martins*
No Pará, o governador tucano
Simão Jatene vê desaparecer seu poder e apoios. A “magia do poder” esvai--se
por entre aliados que se vão, táticas desastrosas e a alta desaprovação do seu
governo (em dezembro de 2013 ocupava o 4° lugar em desaprovação, segundo
pesquisa do CNI/IBOPE).
Isso resulta da aplicação do
“modo tucano de governar”: estado mínimo, baixo investimento em políticas
sociais, sucateamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança
etc.
Jatene e seu governo padeceram
ainda dos efeitos do enorme desgaste causado pelo plebiscito sobre a divisão do
Pará e a criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós, ainda em 2011.
Afinal, a postura do governador, de inicialmente manter neutralidade, foi
rompida com seu engajamento na vitoriosa campanha pelo voto no “NÃO à divisão”,
assim eliminando as chances dos “carajaenses e tapajônicos” possuírem um
estado. Os rancores e mágoas creditados à influência do mandatário no resultado
final do plebiscito sobreviveram ao pleito.
Outro fator desestabilizador da
campanha dos tucanos foi a disputa interna pelos rumos do PSDB, entre Jatene e
o senador tucano Mário Couto (candidato à reeleição), que ameaçou “bater chapa”
(e outras coisas) com o governador, caso não fosse ungido por ele e seu governo
como prioridade nestas eleições. Apesar da pacificação circunstancial entre os
dois, os problemas permanecem com a proliferação de mais três candidaturas ao
Senado da coligação do governador.
PMDB, PT e DEM
A maioria que controla a direção
do Partido dos Trabalhadores no Pará optou por um acordo, estabelecido na
surdina ainda em 2013, através de seus representantes: Beto Faro (AS), Paulo
Rocha (UL) e Zé Geraldo (CNP), e membros da direção nacional do CNB
(Construindo um Novo Brasil), com o senador Jader Barbalho, para eleger seu
filho e herdeiro político (Hélder) governador do estado do Pará.
Segundo apuramos com dirigentes
de dois desses grupos, o PT receberia em troca “30% num futuro governo Hélder”,
que possui como candidato a vice-governador, o deputado federal Lira Maia (do
Democratas), além de receber apoio à eleição do ex-deputado Paulo Rocha/PT ao
senado.
Essa escolha é justificada em
grande medida pela capitulação a compreensão da direita e da mídia
conservadora, que toma por “um desastre”, “uma tragédia”, a experiência do
Partido no comando do governo do Pará entre 2007-2010, donde surge a conclusão
de que por essa razão não teríamos condições de concorrer novamente ao governo,
com chances eleitorais. O que explica a antecipação da decisão independente da
análise da conjuntura eleitoral e mudanças favoráveis ao Partido em 2014.
Essas eleições 2014, portanto, se
darão em torno de duas candidaturas de viés conservador: por um lado o atual
governador Simão Jatene na coligação “juntos com o povo” (PSDB, PSD, PSB, PP, SD,
PRB, PSC, PTB, PPS, PEN, PMN, PTC, PSDC, PT do B e PRP) e por outro lado Hélder
Barbalho “todos pelo Pará” (PMDB, PT, DEM, PR, PDT, PROS, PHS, PC do B, PSL,
PPL e PTN). Nenhuma expectativa de transformação política, social e econômica,
Jatene ou Hélder são mais do mesmo.
Ao desistir da candidatura
própria disputar as eleições ao governo do Pará e optar por aliar-se ao PMDB de
Hélder Barbalho e ao DEM de Lira Maia, o PT não só contraria a decisão do 4°
Congresso do PT (Resolução sobre Tática e Política de Alianças), mas abre mão
de se colocar como uma alternativa transformadora de esquerda aos paraenses.
Os efeitos que esse giro à
direita operado pela maioria na direção terá nos petistas (militantes e
filiados), simpatizantes e no eleitorado petista em breve será conhecido em sua
amplitude, mas desde já é possível prever que o PT terminará de 2014 menor, mais
dividido e menos influente na sociedade do que iniciou ente ano.
A Articulação de Esquerda do Pará
publicou nota em que se posiciona publicamente sobre os rumos eleitorais do Partido
(ver: http://artesquerda.blogspot. com.br/2014/07/nota-da-articulacao-de-esquerda-do-para.html),
onde reafirma o seu compromisso prioritário com a reeleição da companheira
Dilma Rousseff (13), com a eleição de Cláudio Puty (dep. Federal 1310) e Regina
Barata (dep. Estadual 13.611).
![](https://yy2.staticflickr.com/7453/12658866004_62093b3ff0_z.jpg)
Paulo Rocha senador, com DEM na chapa (foto de Gustavo Bezerra)
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Marcelo Martins*
*Marcelo Martins é historiador e membro
da Direção Estadual da Articulação de
Esquerda/Pará
A coligação PT PMDB deveria se chamar hipócritas e ladrões Unidos para perder huahuahua
ResponderExcluirRealmente, o PT apequenou-se. Juntou-se a banda podre da política paraense; fortaleceu "o rouba mas faz"; deu vida ao latifundiário mais vil do Pará, deu asas ao grupo de maior nº de processos por desvio de verbas públicas, etc. o PT desfigurou-se; enfraqueceu a Dilma e pode ficar como terceira força política no Estado.
ResponderExcluirQue lideranças são essas que traem, que querem ver só seus mandatos...
Não voto em larápios, fora Helder e aliBarbalhos! Por essa razão não voto na Dilma.
Que merd... essa coligação, deixou no colo do Jatene!
ResponderExcluirO PT escolheu o pior; um partido de tradição, um partido de base... como pode diminuir--se tanto assim...
Será que estão de olho em mensalões?
Francamente!
Cuidado companheiros, tem gente do psdb doido pra ver o pt rachado
ResponderExcluirCuidado tem gente do psdb querendo um racha no pt não caiam nessa armadilha, Jatene é o adversário a ser batido, ele e a tv liberal são muito fortes não esqueçam disso
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