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ELEIÇÕES 2014, PARÁ: entre o pragmatismo e a transformação

Muitos apostavam que a divisão (ou racha) ocorrida no PED 2013 entre os três subgrupos da CNB no Pará poderia significar uma possibilidade de rompimento com o pacto em torno do PMDB. Mas isso não ocorreu. Os dirigentes desses grupos, tanto quanto seus militantes e agregados estão por demais “domesticados” pela lógica pragmática centro-eleitoral.

Foi nestes marcos que ocorreu o encontro do PT Pará, em 29 de março de 2014, confrontando duas teses: Candidatura Própria do PT ao governo do Pará nas eleições de 2014, defendida pelo Bloco da Esquerda Petista (formado pela AE , Pororoca Vermelha e PTLM), MS e DS; e a outra que defende a Candidatura Hélder Barbalho/PMDB, ao governo do Pará, apoiada pelas forças regionais que compõem o CNB-Pará (Unidade na Luta, Articulação Socialista e Construindo um Novo Pará).

As duas teses não apresentam grandes diferenças quanto à caracterização do cenário 2014, tampouco quanto as prioridades táticas do PT: reeleger a presidenta Dilma Rousseff; derrotar o governo tucano de Jatene/PSDB; ampliar ou manter as bancadas federal e estadual; garantir uma vaga ao senado federal (com Regina Barata ou Paulo Rocha).

Mas seguem caminhos opostos na tática eleitoral proposta. A Candidatura Própria do PT ao governo do Pará avalia que os pontos acima levantados credenciam o PT a ter uma candidatura petista, representada pelo pré-candidato ao governo do Pará o dep. Federal Cláudio Puty e apresentam a pré-candidatura da ex-deputada estadual Regina Barata ao senado federal, além de reforçar os projetos municipais e projetar petistas para as principais disputas eleitorais em 2016, como a retomada de importante cidades paraenses como a capital, Belém, Santarém e Parauapebas.

Já os partidários da Candidatura Hélder Barbalho/PMDB, sustentam que as derrotas de Ana Júlia, ao governo do estado, em 2010 e de Alfredo Costa, à prefeitura de Belém, em 2012 representam o enfraquecimento e o descredenciamento do partido para disputar sequer o 1° turno das eleições 2014 ao governo do estado. Prega que os objetivos da tática eleitoral somente podem ser atingidos com a eleição a governador de Hélder Barbalho, caçula de Jáder e Elcione Barbalho.

Para justificar o apoio do PT a Hélder, João Batista, ex-presidente do PT e da corrente Unidade na Luta/CNB, afirmou que “nas eleições de 2006 o PMDB apoiou o PT e Ana Júlia, já no primeiro turno.”.

Mas os fatos são outros: em 2006 o apoio do PMDB ao PT se deu apenas no segundo turno, No primeiro turno tivemos dois palanques e campanhas no Pará para a reeleição de Lula, um liderado pelo PT e outro pelo PMDB, com Priante como candidato ao governo do estado pelo PMDB.

A tese da Candidatura Hélder Barbalho/PMDB obteve 69,83% contra 30,17% dos votos da tese Candidatura Própria do PT ao governo do Pará. Quase o mesmo coeficiente se repetiu entre os que apoiaram a pré-candidatura a Senador de Paulo Rocha versus aqueles que apoiavam a da ex-deputada estadual Regina Barata.

Uma curiosidade foi a postura da Militância Socialista (MS), grupo que nacionalmente faz parte da esquerda do PT. No encontro do PT Pará, a MS defendeu a candidatura própria, mas foi contra Cláudio Puty, lançando Valdir Ganzer (CNB), proposta que nem o próprio Ganzer apoio. A MS também apoiou a candidatura de Paulo Rocha (CNB) ao Senado, contra a candidatura de Regina Barata.

Pelas redes sociais pode-se sentir a reação d@s petistas paraenses insatisfeit@s com o apoio à oligarquia barbalho/PMDB, que vai desde a negação mais veemente da aliança com o PMDB até as ameaças de desfiliação do partido. Lembram alguns, do processo de desmonte do partido operado para favorecer a família Sarney, no Maranhão.

Muitas questões ficaram sem resposta e somente o tempo dirá quais as consequências que essa “aventura oligárquica” trará ao PT do Pará, tanto nas urnas, quanto nas ruas. Entrementes, já se pode observar que a Candidatura Hélder Barbalho/PMDB terá muitas turbulências e resistência no PT. E a candidatura de Paulo Rocha, se efetivada pela justiça eleitoral, já não goza mais de unanimidade no PT. Por fim, a campanha de Dilma, no Pará, perde vigor político, militante e ideológico.

Pergunta que não quer calar: afinal, se era para reeditar 2006 com posição invertida, porque não definiu pelas duas candidaturas (PT e PMDB) e pelos dois palanques à Dilma?

*Marcelo Martins, historiador, membro direção estadual AE-Pará


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