Damasco, 4 de setembro de 2013
Representante John Boehner
Presidente da Câmara de Representates
Câmara de Representantes Washington, DC 20515
Saudações.
Com vistas ao debate crucial de hoje, sobre possível ataque pelos EUA ao nosso
país, é vital que a carta anexa circule imediatamente entre todos os Membros do
Congresso, antes do debate.
Além disso, solicitamos por favor que leia a carta anexa nas etapas de abertuta
dos debate, para que se assegure que os Ilustres Membros possa avaliar com
precisão a situação na Síria e as propostas incluícas na carta anexa, e para
que o texto complete dessa carta seja registrada em seus arquivos.
Importante observar que enviamos carta explanatória sobre a situação na Síria
aos nossos colegas do Parlamento Britânico que tiveram a responsabilidade de
exaurir todas as vias da diplomacia antes de envolver em guerra a nação
britânica.
Esperamos que os Ilustres Membros dessa Casa de Representantes adote abordagem
similar.
Atenciosamente,
Presidente da Assembleia do Povo Sírio
MHD. Jihad AL-LAHHAM
Presidente da Assembleia do Povo Sírio
MHD. Jihad AL-LAHHAM
Senhoras e senhores
“Para que a civilização sobreviva, temos de cultivar a
ciência das relações humanas, a habilidade de todos os povos para viverem juntos, num mesmo mundo de paz”
Franklin D. Roosevelt
Escrevemos aos senhores com urgência, quando debatem o
processo para lancer um ataque à Síria. Adicionalmente, escrevemos aos senhores
como deputados como nós, representantes de nossos povos.
Importante também, escrevemos aos senhores como pais e mães,
homens e mulheres membros de famílias e comunidades que não são, realmente,
diferentes das suas. Acima de tudo, escrevermos como seres humanos. Se nos
bombardeiam, não sangramos?! Muita gente inocente será ferida.
Tragédias locais convertem-se em guerras que levam a
conflitos gerais, por causa da falta de comunicação entre as nações. Pedimos
encarecidamente que se comuniquem conosco mediante diálogo civilizado, não pela
linguagem do fogo e do sangue.
Na Síria, temos ainda em mente o sonho norte-americano dos
valores da família, das oportunidades de sucesso, em ambiente de paz. James
Truslow Adams disse em 1931, “a vida deve ser melhor, mais rica e plena para
todos, com oportunidade para cada um conforme sua habilidade ou realização”,
independente de classe social, religião ou circunstâncias de nascimento.
Antes do debate que terão no Congresso, relembremos o seguinte:
Fatos comuns:
– O principal fator dos ataques do 11/9 foi a odiada
ideologia wahhabista jihadista adotada e financiada pelos sauditas. Essa odiada
ideologia wahhabista jihadista nasceu da doutrina jihadista da Fraternidade
Muçulmana. Exemplo vivo disso é Omar Abdel Rahman, atualmente prisioneiro nos
EUA, de onde muitos que se dizem aliados dos EUA tentam libertá-lo.
– Mais de três trilhões de dólares norte-americanos,
centenas de milhares de norte-americanos e iraquianos mortos e feridos e
milhões de refugiados iraquianos são o custo da guerra military em curso,
contra o terrorismo.
– Graças ao dinheiro saudita, diferentes “Madrassas”
jihadistas dos salafistas wahhibistas continuam a operar. Esses centros
terroristas continuam a formar milhares de jovens todos os anos.
– Objetos de cozinha e ideologia wahhabista foram os
principais ingredientes de horríveis ataques terroristas por todo o mundo, e o
crime de Boston é exemplo vivo e para o futuro, do modelo de células
adormecidas.
– Desde o final dos anos 70s, a Síria foi o primeiro país
que enfrentou o terrorismo fundamentalista fanático.
– Agora, a Síria combate muitos milhares de jihadistas não
sírios.
– A Síria é o ultimo estado genuinamente secular que
sobrevive no Oriente Médio.
– Os EUA e a Síria, ambos, sofreram e ainda sofrem por causa
do terror que lhes vem do mesmo inimigo: a sempre odiada ideologia wahhabista
adotada e financiada pelos sauditas.
– Nossos dois países aprovaram e apoiam as resoluções n.
1.373 e n. 1.624 para combater o terrorismo.
“Peço que me julguem pelos inimigos que fiz”
Franklin D. Roosevelt
O principal inimigo comum de nossas duas nações é a odiada
ideologia wahhabista jihadista representada pela Al-Qaeda, pela Frente Al-Nusra
e seus afiliados.
2 – Sobre os ataques químicos:
2.1 – Provas de que os grupos de terroristas fanáticos
possuem armas químicas:
– Dia 19/3/2013, houve ataques químicos em Khan Al-Asal e
Aleppo, contra civis e pessoal militar.
– Dia 20/3/2013, o governo sírio solicitou imediata
investigação pela ONU.
A visita da equipe de investigadores da ONU foi adiada por
mais de cinco meses, por intervenção de EUA, França e Grã-Bretanha.
– Dia 30/5/2013, a Turquia anunciou a captura de um grupo
islamista terrorista fanático que estava em posse de dois litros de gás sarin.
Por isso, o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, exigiu,
dia 31/5/2013, que o governo turco cooperasse para que se evitasse a
possibilidade de futures ataques químicos no Oriente Médio e na Europa.
– Dia 1/6/2013, o Exército Iraquiano anunciou a captura de
um grupo islamista fundamentalista terrorista fanático no Iraque, próximo da
fronteira síria, e encontrou com eles armas químicas e o controle remoto de um
helicóptero pequeno.
– Dia 28/7/2013, as autoridades sírias entregaram às missões
diplomáticas da Rússia e da China em Damasco a prova de que a Frente al-Nusra
tinha armas químicas e tinha intenção de usá-las para atacar Muaaret al Numan e
o subúrbio de Aleppo.
CONCLUSÃO: Os fatos acima provam que os grupos de
fundamentalistas jihadistas terroristas possuíam e já usaram armas químicas em
ocasiões prévias.
2.2 – PERGUNTA: Em termos lógicos, qual seria o benefício
para o governo sírio, de cometer um crime de ataque químico durante a visita da
Comissão Independente de Investigação sobre a Síria, da ONU, em local que dista
4 milhas do Hotel Four Seasons, onde a Comissão estava hospedada?!
3 – Por essa razão, insistimos que venham à Síria, que
enviem uma delegação com a máxima urgência possível, para que vejam e descubram
diretamente o que se passa aqui.
Convidamos os senhores e senhoras a vir à Síria e avaliar a
situação, antes de começarem a cortar – sobretudo porque o tecido a ser cortado
é carne humana. Assim será possível que, juntos, tracemos um mapa do caminho
para esforço conjunto e efetivo contra o terrorismo.
Cremos que ato de guerra, agressivo e injustificado, será
ato injusto e ilegal, pelas seguintes razões:
– A Síria é estado soberano que não representa qualquer tipo
de ameaça aos EUA.
– O Conselho de Segurança da ONU não aprovou essa ação.
– O Relatório da ONU sobre o terrível incidente nos
arredores de Damasco, em Ghotta, ainda não foi redigido. Ninguém pode sequer
saber se incluirá algum tipo de prova de qualquer alegação.
Ao contrário, a ONU já concluiu que há fortes provas de que
os terroristas fundamentalistas da Frente al-Nusrah – organização terrorista
afiliada da al-Qaeda – já usaram algum gás venenoso contra soldados sírios e
civis inocentes.
Consequentemente, qualquer ato agressivo contra povo
inocente e soberano será ato criminoso, que agredirá os princípios da Lei
Internacional.
Ao mesmo tempo, alguns círculos ocidentais oferecem todo o
apoio possível aos rebeldes wahhabistas fanáticos, que a ONU já acusou de
vários crimes – o que é com certeza quebra dos declarados princípios básicos de
justiça dos EUA.
Muito nos emocionou o sentimento moral de lástima que
manifestaram à vista das imagens das vítimas do ataque químico.
Nós, sírios, estamos colaborando intensamente com a equipe
de Investigadores da ONU e especialistas sírios que também investigam a questão
de quem cometeu aquela atrocidade, e partilhamos nossos resultados com a equipe
da ONU. Nós, parlamentares sírios, estamos determinados a encontrar a verdade e
a levar a julgamento os criminosos envolvidos, sejam quem forem.
Até lá, conclamamos os deputados norte-americanos a não
empreender qualquer tipo de ação irresponsável e temerária.
Cabe aos senhores, hoje, a responsabilidade de afastar os
EUA da trilha da guerra e de conduzir os EUA para a trilha democrática.
Esperamos encontrá-los nessa trilha democrática, e discutir e falar e ouvir,
como fazem os povos civilizados. Adotamos uma solução diplomática, porque
sabemos que a guerra será via catastrófica, destrutiva e sangrenta, que não
trará qualquer benefício para todas as nações.
Na verdade, a questão mais importante é que todas as nações
enfrentamos a mesma ameaça terrorista. Atacar a Síria e enfraquecer o governo e
a infraestrutura síria automaticamente fortalecerá nosso inimigo comum de
todos, a Al-Qaeda e as organizações terroristas ligadas a ela.
Em vez de combater uns os outros, todos temos de trabalhar
juntos para implementar plenamente as Resoluções do Conselho de
Segurança da
ONU n. 1373 e n. 1.624 contra o terror. Em vez de inimigos, todos devemos trilhar
juntos a via da paz e da verdade.
Atenciosamente,
Em nome da Assembleia do Povo Sírio
Deputado Jihad AL-LAHHAM, Presidente
Deputado Jihad AL-LAHHAM, Presidente
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