Ladrar, para impedir que a caravana passe... e a saúde do povo melhore

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 (3931) Armando Paiva: FORTALEZA, CE, 26.08.2013: MAIS MÉDICOS/CE -  Manifestantes ligados ao Sindicato dos Médicos do Ceará (Simce) , realizam protesto durante a saída do grupo de 79 médicos selecionados pelo programa Mais Médicos, do governo Federal, participavam de curso na

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde(ANS), atualmente 47,9 milhões de brasileiros possuem planos de saúde, vale dizer, cerca de um quarto da população recorre à medicina privada para cuidar da sua saúde. Os três quartos restantes, quando muito, dependem do Sistema Único de Saúde, sendo certo que muitas vezes nem isso está disponível, daí a repetição das inúmeras tragédia com que nos deparamos diariamente, pela inacessibilidade d maioria da a esse direito básico.

Vale ressaltar que esses planos faturaram, ainda, segundo a ANS, R$95 bilhões no ano passado. Seguramente, grande parte dessa fábula é oriunda do dinheiro do SUS, exatamente porque este carece de condições estruturais para garantir a universalidade que lhe cabe, daí frequentemente recorrer aos péssimos préstimos, quando se trata de atendimento a pacientes encaminhados pelo SUS, da medicina privada.

Por isso, quando o governo anuncia a vinda de quatro mil médicos cubanos para atender nas periferias mais longínquas do país, onde poucos profissionais brasileiros aventuram-se a ir porque é fácil ficar nas cidades, cooperativar-se nesses planos garantindo um faturamento que lhes desobriga do cumprimento da função social inerente à profissão que escolheram, principalmente os formados em universidades públicas, fica claro que a hostilidade específica aos médicos cubanos, conforme a foto acima dessa duas párias formadas em medicina, é fruto da experiência daqueles em um tipo de atendimento social que prescinde da indústria do tratamento fora de domicílio, implicando isso na drástica redução da injeção industrial de dinheiro público na medicina privada.

Voltando às salafrárias da foto, claro que a exposição de seus ódios não é pessoal, talvez, nem político, mas ideológico na medida em esses cubanos representam a desconstrução de um fetiche, o do compromisso social, paradoxalmente praticado através da mais vil usura. Desnudadas em sua vilania, só resta apelar ao ladrar como forma de impedir que a caravana passe. Triste!



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