“Para nós, as mudanças que deveriam ocorrer podem ser já para 2014. Foi isso que nós sentimos quando a população nas ruas manifestou o seu desagrado em relação ao sistema político atual. Pelo menos o fim do financiamento privado das eleições, que favorece o poder econômico, induz à corrupção, pelo menos esse item entendemos que deveria valer já para 2014”, disse Falcão.

O diretório também decidiu manter a intenção de realizar um plebiscito para promover a reforma política. De acordo com o secretário-geral do partido, Paulo Teixeira (SP), o plebiscito é uma maneira de garantir que a população seja escutada. “Temos que dar uma resposta imediata a essa população que disse que tem um deficit de representatividade, Plebiscito é o que há de mais contundente para o que as essas estão reivindicando”, declarou Teixeira.
A proposta de plebiscito, promovida primeiro pela presidente Dilma Rousseff, foi rechaçada entre partidos da base governista e da oposição, que preferem um referendo, tipo de consulta feito posteriormente para validar ou não propostas formuladas no Congresso.

A defesa de mudanças imediatas nas regras também tem sido ecoada pelo governo, mas encontrou resistência entre aliados no Congresso, inclusive no próprio PT. Nesta semana, o deputado petista Cândido Vacarezza (PT-SP), nomeado pela Câmara para coordenar grupo que vai propor a reforma disse nque as mudanças aprovadas pelo colegiado só deverão valer para as eleições de 2018.
Após a declaração, 36 dos 89 deputados federais do PT (40% da bancada na Câmara) assinaram uma nota de repúdio à escolha de Vaccarezza para presidir o grupo de trabalho da reforma política.

'Unidade' 
Na reunião deste sábado, mesmo após pedidos para que Vacarezza deixe o grupo, Rui Falcão afirmou que o partido saiu unificado da reunião, mesmo admitindo não haver “unanimidades”. O pedido para a retirada do deputado do colegiado foi rejeitado por 43 votos contra 27.

No entanto, o diretório apoiou nota divulgada nesta sexta pelo líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE) que afirma que as posições do PT e da bancada  no grupo de trabalho criado pelo presidente da Câmara serão defendidas pelo deputado Ricardo Berzoini (SP), e não por Vacarezza – escolhido pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para presidir a comissão.
Mais cedo, enquanto ocorria a reunião do diretório, militantes do PT se reuniram em frente à sede do partido para protestar contra a permanência de Vacarezza no grupo de trabalho da reforma. Eles também pediram que a comissão de ética do partido investigue a postura do parlamentar, que eles consideram ser contrária à sigla.
Por Felipe Néri
Do G1, em Brasília