Marcante pra quem viu e ouviu uma parte considerável dos manifestantes do auto-batizado Movimento Belém Livre#, foi constatar a atualidade música dos TITÃS "agente não quer só comida...", ou seja, o quanto grande parte da juventude presente ao ato se sente sufocada com tanta coisa pra dizer, expressar, e encontrou nas ruas, na multidão espaço para essa vazão.
Uma impressão inicial flertou de cara com a simpatia de certas pessoas e grupos ou com a antipatia de outros, o fato ou questão derradeira: é um "movimento espontâneo"! "Livre de interesses nebulosos das organizações tradicionais que tomam as ruas".
Em seguida, e acompanhando os protestos se fortalecendo e espalhando a semente por todo o país, surgiu um questionamento pertinente: é de ESQUERDA ou de DIREITA???
Muitas teses pulularam e pululam na INTERNET e na TV, das mais diferentes cores e matizes. Umas se apressam em afirma e concluir: "se está indo às ruas só pode ser de esquerda, batata! não tem dúvida!", Outros afirmam que ao trazer cartazes que questionam o bolsa família, bolsa escola, etc. e ainda outros cartazes pedindo "Bolsonaro Presidente!" (conhecido político racista e homofóbico/RJ) só pode ser da DIREITA, seria a volta da TFP (Tradição Família e Propriedade) às ruas que desde o início do golpe militar de 64 ficou adormecida (por sentir-se e estar contemplada, rsss).
Nossa perspectiva - ou seria expectativa?! rsss - é bem simples e dialética, ou seja, a busca por uma identidade definida nesses dois parâmetros clássicos - ao menos assim desde a Revolução Francesa - só possui sentido para os analistas neste momento, pois intuímos que ao sair das redes sociais e ir às ruas juventude busca mesmo é se encontrar, e isto passa por um processo de reivindicação, rebeldia, autoafirmação. Vivem nas ruas a contradição de que direção tomar, pois se sua rebeldia materializa-se na concretude das ruas, seu alcance e limites dependem do que fazer, nas ruas, com ela.
Mas aí é que mora o interessante da coisa, afinal, movimentos espontâneos, manifestações que tomam as ruas e radicalizam-se não são novidades singulares na história da humanidade. Mas a forma como essas iniciaram e ganharam força, arrisco dizer marcam, no mínimo, uma ruptura com os métodos de se realizarem movimentos e manifestações políticas de massa daqui por diante, como também sua diversidade de pauta inicial é impar. E não mais falaremos, pois já é tarde e daqui a pouco tem mais Movimento Belém Livre# há quem diga que hoje o segundo ato será às 16hs saindo de São Brás e outros afirmam que será as 15hs saindo do CAN (Centro Arquitetônico de Nazaré). Na dúvida divulgamos as duas informações.
saudações socialistas e boa luta a todos!!!
PS: quanto a disputa por que lado irá ser mais habilidoso e capitanear os resultados do processo, muita calma e suco de maracujá já dizia a minha avó nessa hora. Fui parente!
Marcelo Martins
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