por Diógenes Brandão
Após três derrotas seguidas em eleições municipais em Belém, o PT amarga um cenário de crises e soluções nada convenientes diante da indecisão que toma conta do partido para posicionar-se no 2º turno das eleições, onde PSOL e PSDB se enfrentarão sob o comando de Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho, respectivamente.
A única coisa certa até agora é que o candidato do PSDB, Zenaldo Coutinho, não contará com o apoio do PT e disso eles já sabem.
Da parte do PSOL, já no 1º turno há emissários articulando para que haja um acordo político-eleitoral com o PT, para que este lhe apoie Edmilson Rodrigues institucionalmente, haja vista que no 1º turno, ele contou com os votos de simpatizantes e eleitores do partido, não da estrutura orgânica, como deseja quer agora.
Vale lembrar que para o plano dar certo, tanto a militância do PSOL, quanto a do PT precisam de um banho de água fria para acalmarem os ânimos, mas quem ousará chegar com o balde?
O pragmatismo toma conta dos dois partidos e só há espaço para o debate ideológico nas redes sociais, a grande arena onde os embates são travados. É lá que a base do PSOL se manifesta dizendo que não precisa aliar-se com o partido dos “mensaleiros” e traidores da classe trabalhadora, enquanto outros dizem que a única saída para o PT manter a coerência é declarar apoio ao PSOL. Detalhe: Sem exigir nada.
Por sua vez, muitos militantes e quadros do PT, mesmo antes de terminar o 1º turno, já declaravam que não há a mínima condição de apoiar o PSOL que foi fundado com o interesse de destruir e substituir o PT no cenário político, sugando-lhe a militância, seu legado de lutas e pra isso tendo que deturpar a história com o apoio da mídia e dos partidos de direita.
Há ainda a lembrança viva de que o PSOL sempre propagandeou que os programas sociais do governo Lula/Dilma são assistencialistas, as medidas econômicas, mantenedoras da miséria, do neoliberalismo e que só serviram aos banqueiros.
Alem disso, o PSOL sempre denunciou as alianças eleitorais do PT como sendo fisiológicas e nunca perdeu a oportunidade de se aproveitar do escândalo do “mensalão” e de todos os erros e crises do PT, aliando-se ao mantra cantado pelos partidos da direita e da imprensa nacional e local, os quais dispensam apresentações.
Por essa e outras, cresce o desejo e a inclinação pelo voto nulo entre muitos do PT. A direção por sua vez, está dividida.
Tendências definem suas posições
Sob o comando do Dep. Federal Beto Faro e do Dep. Estadual Carlos Bordalo, a “Articulação Socialista” elegeu dois vereadores em Belém - Iran Moraes e Ivanise Gasparim - está simpática à aliança com o PSOL e reunirá sua militância de Belém para fechar posição de forma coletiva, como diz a nota publica no blog do Bordalo.
A coordenação da DS, do Dep. Federal Cláudio Puty, do Estadual Edilson Moura e da ex-governadora Ana Júlia, perdeu seus dois vereadores – Marquinho e Milene - e já decidiu os rumos da tendência, emitindo nota pelo blog do Puty, onde declara que defenderá dentro do PT a aliança com o PSOL.
Já a “Unidade na Luta” tendência do Dep. Federal Miriquinho Batista e dos Estaduais Zé Maria e Alfredo Costa - que foi o candidato à prefeito pelo PT - perdeu seus dois vereadores - Adalberto Aguiar e Otávio Pinheiro - fará uma plenária na quinta-feira (11) para aferir junto à sua militância, quais os rumos que o grupo se posicionará no partido.
O “PT pra Valer” do Dep. Federal Zé Geraldo, dos Estaduais Airton Faleiro, Bernadete Ten Caten e Valdir Ganzer, ainda não apresentou sua posição e nem informou qual será o método de decisão que utilizará.
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