Senadores apóiam reabertura de negociação do governo com docentes em greve

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Em uma reunião com mais de 80 docentes, representando todos os estados brasileiros, os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF) se comprometeram a cobrar do governo federal a reabertura de negociações com os docentes federais em greve. A paralisação completa três meses nesta sexta (17).

O encontro aconteceu nesta quarta-feira (15) no anexo 2 do Senado Federal, por solicitação do Comando Nacional de Greve do ANDES-SN e contou também com a participação do CNG do Sinasefe.

Em sua fala na abertura da reunião, Marinalva Oliveira, presidente do ANDES-SN, fez um resgate do histórico de reuniões com o governo e dos fatores que levaram à greve no setor da Educação. Em agosto de 2011, as entidades firmaram um acordo emergencial com o governo, que previa a restruturação da carreira até março deste ano. No entanto, os trabalhos não avançaram. Ao contrário, nas mesas com os representantes dos ministérios do Planejamento e da Educação, o que se viu foi a intransigência em negociar pauta dos professores.


“Diante dessa postura e da crescente insatisfação a categoria com o projeto de educação que vem sendo imposto às Instituições Federais de Ensino pelo governo federal, com o aumento no número de vagas sem a contrapartida de investimento na contratação de pessoal e melhoria de infraestrutura, os docentes deflagram a maior greve da Educação Federal dos últimos tempos”, explicou Marinalva.
A presidente ressaltou que a greve segue forte e que os professores mantém a disposição de negociar, desde que o governo se disponha a dialogar com as reivindicações da categoria.
Segundo ela, as atitudes antissindicais do governo em assinar acordo com uma entidade que não representa a categoria e suspender as negociações de forma unilateral serviram para aumentar ainda mais a indignação dos professores.

Wanderlan Santos Porto, do Comando de Greve do Sinasefe, denunciou a tentativa do governo em dividir as categorias e quebrar a unidade da greve no setor da Educação, condicionando a negociação dos técnicos administrativos ao término da com os professores.
Porto reforçou ainda que o tamanho e força da greve é proporcional ao descaso do governo com a Educação. “É a Educação Federal que está clamando por investimentos que façam que o discurso a qualidade se efetive. Entendemos que a carreira atual dos professores não atende a um projeto de educação de qualidade”, constatou.
O representante do Sinasefe apontou ainda que, em médio prazo, a Educação Federal corre o risco de perder bons quadros para a iniciativa privada ou outras carreiras, porque a nossa é pouco ou nada atrativa. “Os alunos de hoje já não vêem mais com bons olhos a carreira docente, e poucos aspiram segui-la. Precisamos resolver essa situação para que a qualidade seja uma prática e uma marca das IFE”, disse.
Atentado à ConstituiçãoZé Maria de Almeida, coordenador da CSP-Conlutas, ressaltou que o governo criou para si um problema ao firmar um acordo com uma entidade que não representa a categoria docente. O dirigente classificou a atitude como “um crime à organização sindical”.

“O governo não pode esperar que os trabalhadores engulam um acordo que foi assinado com uma entidade que não os representa. Se existe um impasse, essa não é a forma de resolvê-lo. Isso é grave não só pelo prejuízo que gera aos docentes e aos estudantes com a continuidade da greve, mas também pelo precedente que abre. O governo vai impor agora qual sindicato deve representar os trabalhadores?”, questionou.


Zé Maria lembrou que as reivindicações dos docentes são legítimas e justas e que os argumentos do governo para não negociar a pauta apresentada não se sustentam.

Pressão dos parlamentares
Após a leitura da carta encaminhada pelo ANDES-SN aos ministérios da Educação e do Planejamento pedindo a reabertura de negociação, feita por Suplicy, os três senadores se comprometeram a encaminhar ainda nesta quarta (15), um email solicitando aos ministros Aloizio Mercadante e Miriam Belchior a reabertura de negociação com o ANDES-SN e com o Sinasefe.
Durante a reunião, o Senador Suplicy tentou contato telefônico com os dois representantes do Executivo, mas não conseguiu ser atendido, pois ambos estavam em outros compromissos.
Os parlamentares irão ainda articular o apoio de outros senadores e também solicitar uma reunião tanto com o MEC quanto com o Planejamento, para cobrar uma solução para o impasse. “É importante continuarmos o esforço de diálogo e também buscar encaminhamentos o mais rápido possível”, registrou Suplicy.

Cristovam Buarque ressaltou que a atitude dos senadores não era apenas em solidariedade aos trabalhadores, mas também em preocupação aos prejuízos que a atual situação traz para o Brasil. “Um país que tem uma greve dessa dimensão na Educação não sabe que já está no século 21”, apontou, criticando o descaso com o qual o governo vem tratando a Educação Pública.

Randolfe Rodrigues registrou a necessidade de ampliar o apoio entre os parlamentares, para criar uma comissão para pressionar o governo. “Vamos buscar de imediato apelar aos ministros que nos recebam e reabram as negociações com as entidades que representam os docentes federais. Estamos dispostos para sermos recebidos a qualquer hora. Tenho certeza que outros colegas se somarão”, conclui.

Os senadores se comprometeram em encaminhar uma resposta ao ANDES-SN e ao Sinasefe tão logo obtivessem retorno dos ministros. Uma nova reunião deve acontecer na próxima semana, com a presença de deputados federais, para ampliar a comissão e o apoio parlamentar aos professores em greve. 

(fonte: Andes-SN)



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