Número alarmante de assassinatos de indígenas revela omissão do Estado

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Combate à violência será um dos temas do 1º Encontro Nacional de Trabalhadores Indígenas da CUT

Escrito por: William Pedreira

O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) divulgou recentemente um relatório com dados sobre os assassinatos e a violência impetrada contra os indígenas no Mato Grosso do Sul. Os números mostram uma realidade cruel. Nos últimos oito anos, 250 índios foram mortos somente no Estado. Só neste ano, foram registrados 27 assassinatos, representando 71% do total verificado no país.

Além dos assassinatos, foram anotadas 190 tentativas de homicídio, 176 suicídios e 70 conflitos relacionados a disputas violentas por terra. De acordo com José Carlos Pacheco, do coletivo de trabalhadores indígenas da CUT-MS, dois fatores podem ser contabilizados como preponderantes para estes dados alarmantes: os conflitos de terra gerados principalmente pela ânsia do agronegócio e o suicídio, muito devido à falta de subsídios e políticas voltadas à demarcação das terras e ao respeito dos direitos indígenas.

“O Brasil infelizmente negligencia os seus povos indígenas, marginalizando-os e omitindo seus direitos históricos. No Mato Grosso do Sul, a situação dos Guaranis é, sem dúvida, a mais grave. Sem terra para morar e viver, condições mínimas de sobrevivência para sua família, muitos acabam se suicidando”, revela Pacheco, que cobra do governo reconhecimento e respeito à cultura dos povos indígenas. “Nós não queremos invadir as terras dos fazendeiros, mas sim, que devolvam aquilo que é nosso, cultivado pelos nossos antepassados.”

Hoje, existem no Brasil aproximadamente 400 mil indígenas. Destes, 100 mil são trabalhadores. Em uma iniciativa inédita, a CUT do Mato Grosso do Sul criou o coletivo de trabalhadores indígenas para organizar essa faixa da sociedade marginalizada e abandonada pelo Estado. “Realizamos uma pesquisa durante três anos e vimos a necessidade de organizarmos os trabalhadores. A CUT sempre foi protagonista nas lutas pelos direitos da classe trabalhadora e seguimos essa ideologia na construção desse coletivo”, lembra José Pacheco.

Já nos próximos dias 4 e 5 (sexta e sábado) acontece o 1º Encontro Nacional de Trabalhadores Indígenas da CUT em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, Estado que foi escolhido por ter a maior concentração de trabalhadores indígenas. ”A CUT iniciou essa caminhada e queremos servir de exemplo para o Brasil, plantando uma semente para que possamos colher bons frutos no futuro. A partir do momento que a classe trabalhadora se organiza cria-se condições para a conquista dos objetivos.”

Já estão confirmadas delegações do Acre, Roraima, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.


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