Duciomar fora do Círio, como foi Figueiredo fora do Círio

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por Flávio Nassar


No início dos anos 80 Belém viveu um dos Círios mais agitados, enquanto Bispos paraenses, Dom Alano Pana de Marabá e Dom Estevão Cardoso de Conceição do Araguaia estavam sendo processados pela Lei de segurança Nacional, sob protestos da CNBB e da Sociedade Civil brasileira.
O Presidente Figueiredo vivendo o drama da queda da populariadade do regime militar, em estratégia marqueteira vem acompanhar o Círio de Nazaré.

Isso irritou profundamente os setores democráticos da sociedade paraense e aqueles da igreja, que não a queriam junto com torturadores e agora, também corruptos.
Nas paroquias comandas por vigários progressistas inicio-se a campanha: Figueiredo Fora do Círio, logo aderiram DCE, Sindicatos, entidades civis, religiosas como CPT, IPAR, etc.
Na manhã do dia da trasladação iniciou-se distribuição de panfletos nos pontos de chegadas de romeiros: terminal rodoviário, portos e começaram as prisões.
Na noite da trasladação e no dia do Círio intensificam-se as panfletagens e o pau cantou com mais vigor, estudantes, políticos, sindicalistas seminaristas, padres, entre eles, se não me falha a memória, Monsenhor Posidônio, que administrou a arquidiocese de Belém enquanto não havia Bispo nomeado.
Resultado, amadureceu-se em Belém a ideia que a velha e demagógica promiscuidade entre poder e religiosidade popular ficavam bem para Sucupira, não para um Brasil que se queria novo e democrático.
Foi assim que as a famosa corda das autoridades, o penúltimo degrau simbólico, aquele que ficava um pouco abaixo dos pés da Virgem, à frente apenas dos Bispos, foi suprimida e os governantes passaram a assistir a procissão dos palanques. Foi assim com Jader, Gueiros, Almir, Jatene,

Ana Júlia, já nem tanto, se deixou seduzir pela tentação populista de carregar a imagem da Santa.
Os prefeitos mantiveram a mesma discrição, Edimilson, que pelo que sei não professa fé religiosa, também caiu na tentação do diabo do marketing.
Passa dos limites da falta de escrúpulos o atual prefeito de Belém, que segundo conta nem católico é, se aproveita da imagem da Nossa Senhora de Nazaré apenas para se expor à mídia e confundir os ingênuos, para produzir imagens e veicular em seus programas eleitoreiros.

Mas o problema não é dele, é da igreja que permite que ele nos insulte desta maneira.
A Igreja que critica a corrupção e faz campanhas pelo voto consciente dá um mau exemplo permitindo que um cidadão que foi condenado por ter falsificado diploma de médico, que responde inúmeros processos na justiça, desde aqueles referentes a fraudes na compra da merenda escolar, problemas de atenção básica de saúde, licitações, obras realizadas sem cumprimento das exigências ambientais, etc, etc, etc. Além dos maus exemplos na vida pública, para os padrões religiosos, outros aspectos de sua vida não são exemplo a ser seguido.
Queria que algum especialista em ética e moral cristã, me apontasse em qual destes fundamentos é exemplar o governo de Duciomar Costa?
Meu pai foi da Diretoria da Festa, criança acostumei-me com os simbolismos no trato com a imagem de NSN: chegada a Berlinda o presidente da Diretoria desaparafusava a imagem e entregava ao vigário de Nazaré, este a conduzia ao arcebispo que então erguia a imagem.
Logo erguer a imagem da Virgem era privilégio dos bispos.
DUCIOMAR FORA DO CÍRIO.
O CÍRIO É DO POVO COMO O CÉO É DO AVIÃO.

P.S.: A ilustração na parte superior é um quadro do artista plástico José Simões que demontra a insatisfação que causava em Belem a apropriaçao do Círio pelos políticos, que aparecem no primeiro plano, a Berlinda lá atras bem pequenina. No canto inferior direito Jesus passa desapercebido.
Desculpem a qualidade da foto, do blogueiro que vos escreve.

repostado de http://blogdoflavionassar.blogspot.com/


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