Marabá: Encontro mobiliza juventude para resistência aos impactos da mineração na região amazônica

COMPARTILHEM !!!


Nos dias 1 e 2 de outubro, a cidade de Marabá, no estado do Pará (Brasil), recebe o Encontro sobre a Juventude Impactada pela Mineração. Diante da expansão do extrativismo mineral na região amazônica, o encontro propõe a discussão dos principais impactos da atividade sobre a juventude local. Os 150 jovens participantes dos estados do Pará, Tocantins e Maranhão estarão reunidos no Centro de Formação Cabanagem

Esse é o primeiro encontro que reunirá a juventude impactada pela mineração e está sendo organizado por organizações dos três estados que já debatem o tema. "Consideramos que é fundamental envolver a juventude nesse processo de mobilização frente às empresas de mineração que têm provocado inúmeros impactos que afetam comunidades inteiras e, especialmente, a juventude”, afirma a jovem Rose Lima, agente da Pastoral da Terra de Marabá.

Comissão Pastoral a Terra (CPT), Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), Rede Justiça nos Trilhos, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab) e Movimento Debate e Ação são os movimentos organizadores. Eles enfrentam o que Rose nomeia de expansão da mineração. "Só no Sul e Sudeste do Pará existem 14 projetos de mineração implantados ou em fase de implantação”, destaca.

Dentre os impactos, Rose cita o crescimento demográfico. "Há cidades que aumentam sua população de 20 para 50, 60 mil pessoas. Enquanto isso, as políticas públicas não crescem na mesma velocidade, agravando problemas que já existiam”, avalia a agente. Deficiências nas áreas de saúde e educação são alguns dos problemas relatados pela jovem.

Tais problemas, segundo Rose, afetam sobremaneira a juventude. Violência, falta de oportunidades no mercado de trabalho, educação precária são exemplos de como a mineração tem impactado sobre os jovens da região amazônica. "Há pesquisas que demonstram um aumento no índice de estupros e uso de drogas com a instalação de empresas mineradoras”, cita.

Rose Lima explica que os projetos de mineração chegam à região com perspectiva de atuação limitada no tempo, em torno de 40 ou 50 anos. Com a chegada das empresas exploradoras, novas demandas de serviços são criadas na região, como hotéis, comércio, "desarticulando as atividades econômicas das cidades”, afirma. "Não são geradas iniciativas que distribuam as divisas para a economia local, permitindo a sua sustentabilidade”, reclama a jovem agente pastoral.

Nesse sentido, ela ressalta que "as mineradoras não apontam modelos de desenvolvimento regional sustentável, tanto em perspectiva social, econômica ou ambiental”. Uma das consequências é o deslocamento de comunidades. "Normalmente a exploração se dá nas serras, modificando, por exemplo, o curso das águas”, explica. Com o impacto ambiental, a forma de subsistências das populações se vê afetada, ficando, assim, sem condições de permanência.

"Esse é um problema de hoje, mas também das gerações futuras”. Com essa afirmação, Rose destaca a importância do envolvimento dos jovens dos três estados nas mobilizações sobre essa questão. "Será um momento de formação, articulação para avançar no sentido de uma juventude que seja sujeito ativo na condução dessa resistência”, reforça Rose.


COMPARTILHEM !!!


0 Response to "Marabá: Encontro mobiliza juventude para resistência aos impactos da mineração na região amazônica"

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

Revista

Revista

Seguidores