Multinacionais da morte: licença para matar

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Por Bruno Carvalho


Os exércitos de mercenários desempenham papel crescente na estratégia do imperialismo. O que há de novo não é a atividade, de tradição milenar. É a privatização das funções de repressão anteriormente detidas pelos Estados.
A proliferação de multinacionais da morte na última década representa um negócio de milhões à custa da repressão dos povos, da guerra e da violência armada.
São eles que sujam as mãos. Fazem o que as forças armadas nem sempre podem fazer. A maioria é composta por ex-militares e polícias e também há traficantes e fanáticos de extrema-direita.
Quando rebentou a guerra na Líbia, os jornais inventaram, por exemplo, que guerrilheiros das Farc estavam em Trípoli para defender Kadafi. E há colombianos na Líbia. Ao lado da Al-Qaeda, nas empresas privadas de segurança, combatendo contra o regime de Kadafi. Assim como no Iraque e no Afeganistão, milhares recebem dinheiro para combater a soldo do imperialismo. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, pagaram 419 milhões de euros ao fundador da Blackwater Worldwide para construir um exército mercenário.
No Panamá, o presidente Martinelli anunciou no início de 2010 a contratação de uma empresa israelense para garantir a sua segurança e para treinar o Serviço de Proteção Institucional. E, no Iraque, entre as principais funções, estão a segurança pessoal de políticos nacionais e norte-americanos, homens de negócio e instalações petrolíferas. Contudo, também lhes estão reservados papéis como o da construção de bases, interrogatórios e o combate.
Mercenários - Muitos são ex-paramilitares colombianos de organizações extintas de extrema-direita. Da África do Sul, chegam os derrotados do apartheid. E da Inglaterra os que lutaram contra o IRA. Em geral, são experimentados no terror contra a resistência dos povos.
Por exemplo, dos mercenários chilenos que combatem a soldo no Iraque, muitos serviram a Pinochet. Foram recrutados em anúncio no jornal El Mercúrio, ao preço de 18 mil dólares por seis meses de trabalho.
À medida que se vão sabendo os nomes dos que morrem, também se descobre que tipo de gente predomina neste negócio. Em janeiro de 2004, morria François Strydon, um antigo membro do grupo contra-guerrilha com numerosos assassinatos na Namíbia nos anos 80. Outro que foi desmascarado havia estado preso quatro anos pelo trabalho sujo na Irlanda do Norte.
No Iraque, os mercenários são mais de 100 mil. Muitos vêm de países pobres. São peruanos, chilenos, hondurenhos, equatorianos. Mas também norte-americanos, russos, filipinos, turcos, nepaleses, indianos e ucranianos. Todos especializados em espalhar medo e esmagar a revolta.
Negócio - Sempre houve gente disposta a matar por dinheiro. O que há de novo é a atribuição pelos Estados de funções inerentes à garantia da soberania nacional a empresas privadas. São fortalezas militares e de segurança privada que lucram com a guerra e a violência.
Desde que começou a ocupação do Iraque, as companhias de produção de armamento tiveram lucros extraordinários. E as empresas de segurança privada nunca receberam tanto dinheiro. Em 2005, o Washington Post revelava que 50% do orçamento da CIA tinham ido para o pagamento a essas empresas. Este negócio gerava, na altura, cerca de 100 milhões de dólares de lucro. Valor que se previa ir duplicar em 2010.
 
(Bruno Carvalho é jornalista português. Texto extraído de ODiario.info)


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