Foram enterrados, na manhã desta quinta-feira, 26, no cemitério municipal de Marabá, os corpos dos extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. O casal foi assassinado a tiros na tarde de terça-feira (24), próximo ao assentamento onde moravam, na zona rural de Nova Ipixuna. O enterro, que aconteceu pouco antes do meio-dia, foi precedido de um cortejo pelas ruas de Marabá, acompanhado por cerca de cinco mil pessoas. Além dos familiares do casal, havia muitas pessoas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST) e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri).
Por volta das 5h da manhã, os militantes do MST fecharam a ponte sobre o rio Itacaiúnas, que dá acesso à zona urbana de Marabá. Os carros ficaram impedidos de passar, até a chegada da Polícia Militar, que negociou com os manifestantes a liberação de uma das pistas. Primeiramente, o MST concordou em abrir passagem apenas para ambulâncias. Logo, logo, duas ambulâncias cruzaram a ponte de 2km, e foram seguidas por carros menores, até que a manifestação se concentrou em apenas uma das pistas e o acesso a Marabá foi liberado.
Durante o protesto, que durou duas horas, foi rezada uma missa de ação de graças em memória dos extrativistas assassinados. A manifestação foi pacífica, acompanhada de perto pela PM. Logo depois da missa, criou-se o cortejo que percorreu os 5 km de distância até o cemitério. Às 11h em ponto, o grupo de militantes e familiares dos extrativistas chegou ao cemitério. Um carro-som orientava os manifestantes, que rezaram e entoaram músicas de protestos, mas sem nenhum conflito. Os corpos de José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo baixaram aos túmulos, cercados pela em emoção dos familiares, exatamente às 11h50min.
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