Pará reduz pobreza a passo lento

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Dados divulgados pelo Ipea mostram que o Estado precisará redobrar esforços para atingir metas
Se o Pará quiser reduzir a miséria e a pobreza de seu povo, proporcionando uma vida mais decente aos seus 3,3 milhões de habitantes que sobrevivem a cada mês apenas com meio salário mínimo, ele terá que fazer seu índice vergonhoso de exclusão social cair 3,1% ao ano até 2016. Ainda assim, caso atinja a meta, em 2016 o Estado terá uma taxa de pobreza absoluta de 21,1%. A pobreza e a miséria caíram de forma lenta no Estado nos últimos 13 anos. Motivo: faltam políticas de Estado, e não de governo, para combatê-las.

Estes são números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que ontem divulgou um estudo sobre pobreza e miséria, estimando que daqui a seis anos poderá haver apenas 4% de pobres no país. No Sul do Brasil, a queda já é acentuada.

Isso, porém, não passará de sonho e pode até se transformar em pesadelo caso o país não consiga equilibrar a desigualdade que existe entre os Estados em relação às taxas de redução da pobreza. No caso do Pará, é um desafio a ser encarado pelo próximo governante. Os números da região Norte e do Pará revelados pelo Ipea demonstram que a batalha contra a desigualdade econômica e social precisa ser enfrentada não apenas com vontade e coragem política, mas principalmente com planejamento.

De acordo com o Ipea, entre 1995 e 2008, na região Norte, a pobreza absoluta caiu 14,9 %, enquanto a pobreza extrema ficou em 22,8%. O Pará tinha 56,4% de pobreza absoluta em 1995, mas nos últimos treze anos experimentou uma redução de apenas 44,9%. Também foi pequena no Estado a queda da pobreza extrema no mesmo período: de 23,4% em 1995 para 17,9% em 2008. O mesmo ocorreu com a desigualdade de renda: era de 0,56% e ficou em 0,50%. A evolução do Produto Interno Bruto (PIB), da desigualdade de renda e das taxas de pobreza absoluta e extrema passou de -1,44% em 1995 para 1,75% em 2008.

No ritmo necessário de queda da média anual na taxa de pobreza extrema entre 2009 e 2016 para que o Brasil erradique a miséria em 2016, o Pará teria de contribuir com queda de 2,2% ao ano. Quando se trata de pobreza absoluta, a taxa de queda paraense estimada pelo Ipea teria de ser de 3,1% ao ano, para derrubar os 44,9% que obteve em 2008. A projeção do Norte, que ficou com 42,8% em 2009, é de reduzir a pobreza absoluta para 18,6% em 2016.

ATRASO

Perguntado se o Pará tem condições de cumprir a meta estimada pelo Ipea, o presidente do órgão, Márcio Porchmann, respondeu por telefone, do Rio de Janeiro, que o trabalho dos técnicos foi chamar a atenção para uma questão nacional. “Estamos dizendo ao Brasil que ele precisa ter um foco em suas políticas públicas para regiões que ainda estão muito atrasadas em termos de desempenho social”, enfatizou. “Temos políticas nacionais de combate à pobreza e à miséria, mas precisamos de articulação e integração de políticas regionais que produziriam resultados mais eficazes. Cada área deveria cumprir seus objetivos para alcançar os melhores resultados”, observa Porchmann, acrescentando que no caso do Pará houve um avanço, ainda que pequeno, na redução da miséria e da pobreza, mas não no mesmo ritmo de outros Estados da região. Isso ocorre porque o Norte e o Centro-Oeste ainda são regiões de fronteira agrícola, onde a migração é muito forte.

O ataque eficaz à pobreza, na avaliação do presidente do Ipea, deveria ser uma política de Estado e não apenas de governo. Também se faz necessária uma integração de políticas, combinando a saúde, a educação, a política de renda, previdência, habitação e

saneamento. A excessiva carga tributária, que penaliza os mais pobres, não contribui de maneira perversa para a manutenção da miséria em Estados como o Pará? Porchmann concorda e diz que aliviar o peso dessa tributação ajudaria as pessoas a readquirir o poder de compra. (Diário do Pará)


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