Lula Ramires
Acho que a maioria de vocês já deve estar sabendo do que acaba de acontecer numa Escola Municipal do Rio de Janeiro: um rapaz de 24 anos entrou na unidade alegando que ia dar uma palestra e de repente, com dois revólveres calibre 38 e muita munição, começou a disparar a esmo contra crianças (entre 9 e 14 anos) atingindo a cabeça delas. Nove meninas e um menino foram mortos e há vários outros baleados, em estado grave.
Eu que sempre achei que ações deste tipo eram coisa da sociedade americana, não consigo parar de chorar. Meu Deus, como algo assim pode acontecer?
Uma semana depois de estar no próprio Rio de Janeiro e ter uma conversa tão instigante com educadoras/es e ativistas do movimento social, discutindo justamente o caldeirão de conflitos mal resolvidas em que nossas escolas se tornaram, mas buscando – coletivamente – respostas e algo que eu tenho chamado (na falta de um termo melhor) de “uma pedagogia das relações sociais”.
Evidentemente que há muita homofobia nas nossas instituições de ensino, sustentada por uma heteronormatividade que permeia tudo: as normas de convivência, o currículo, o ideal que se deseja para que alguém seja bom aluno ou boa aluna.... Mas claramente, há um universo de questões subjacentes que precisam ser pensadas, em seu conjunto.
Mas toda essa minha racionalidade vai pelo ralo. Não consigo parar de chorar ao pensar na vida destas crianças inocentes que foram ceifadas por um maluco... mas um maluco com o qual a própria escola não soube lidar.
Desculpem as palavras desconexas, mas para quem se dedica à educação, este é sem dúvida um dia triste e obscuro.
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