Volta de Jader deixa sem cadeira senadora do PSOL

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 Folha de São Paulo
 Moreira Mariz/Ag.Senado 

Poucas pessoas acompanharam a sessão do STF com mais atenção do que a senadora Marinor Brito (PSOL-PA).
Olhos grudados na TV Justiça, ela engoliu a seco as palavra do voto lido pelo ministro Luiz Fux, recém-chegado ao Supremo.
Ao decidir que a Lei da Ficha Limpa é “uma lei do futuro”, Fux fulminou o presente de Marinor. Um presente que ela mal teve tempo de viver.
Empossada em fevereiro, Marinor terá de entregar o assento que ocupa no Senado a um velho inimigo: Jader Barbalho (PMDB-PA).
A quase ex-senadora não se conteve. Escalou a tribuna. Deu voz às vísceras: “Nós queremos ver fortalecida a democracia direta neste país...”
“...Nós queremos ter um Judiciário transparente, nós queremos ver varridos da política brasileira os corruptos como Jader Barbalho...”
“...Queremos ver varridos da política brasileira os Roriz da vida, os Malufs e muitos outros que contribuíram para matar o sonho de milhares e milhares de crianças”.
O discurso de Marinor foi prestigiado por uma tróica de deputados federais do PSOL: Jean Wyllys (RJ), Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ).
Ela recebeu, em apartes, a solidariedade de outros senadores. Entre eles Randolfe Rodrigues (AP), agora condenado a ser representante único do PSOL na Casa.
Aparteou-a também, entre outros, Pedro Taques (PDT-MT). A exemplo de Marinor, Taques é senador de primeiro mandato.
Vem de uma carreira no Ministério Público Federal. Na pele de procurador da República, Taques tornou-se um algoz de Jader Barbalho.
Esquadrinhou os malfeitos do futuro “companheiro” de Senado na Sudam, durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.
Sitiado pelas descobertas da Procuradoria, Jader chegou a ser algemado e preso. Amargou 24 horas de cana.
O monturo de irregularidades praticadas na Sudam ajudou a compor o quadro que levou Jader a renunciar, em 2001, à presidência do Senado e ao mandato.
Bateu em retirada para fugir da cassação. Foi essa renúncia que serviu de pretexto para o enquadramento de Jader na Lei da Ficha Limpa.
Ele foi às urnas de 2010 apoiado num recurso judicial. Amealhou 1,77 milhão de votos. Votos que a decisão do STF tornou válidos.
As vísceras de Marinor espernearam: “Queria ver o senhor Jader conquistar votos sem a concessão pública dada por este governo”.
Acusou o rival de fazer, “diuturnamente, autoprogranda” nas emissoras de rádio e TV que controla no Pará.
Além de Marinor, a decisão do Supremo desalojou outros dois senadores: Gilvan Borges (PMDB-AP) e Wilson Santiago (PMDB-PB).
Aliado do tetrapresidente José Sarney, Gilvan será substituído por João Capiberibe (PSB-AP), que fora alcançado pela Ficha Limpa por suposta compra de votos.
Quanto a Santiago, terá de ceder o assento ao ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que havia sido barrado por abuso do poder econômico.
Haverá dança de cadeiras também na Câmara e nas Assembléias Legislativas. A fila de fichas-sujas à espera da recontagem dos votos inclui cerca de 30 políticos.


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