O mesmíssimo PT que saiu-se vitorioso em nível nacional, seria fragorosamente derrotado caso viesse a depender exclusivamente dos votos do Estado do Pará para reeleger a presidenta Dilma em 2014.
Ficou essa impressão no Brasil, por ter sido aqui, o único local onde a legenda fracassou durante as eleições passadas, nas disputas para os governos dos estados, fato que acabou espraiando-se negativamente, contaminando outros níveis, por subtrair e desviar os votos que seguiriam normalmente para a presidência da república .
Mesmo passado o tempo, este resultado o ex-presidente Lula intimamente, não perdoa e, jamais perdoará, pelo profundo desgosto que isso lhe causou, mesmo tendo ele feito um hercúleo e muito sincero esforço para reverter esse abismo para onde foi atirado um grande sonho desenhado e depois sepultado pelos próprios companheiros petistas locais, o que somente resultou em frustração e lágrimas do companheiro.
Esse incrível conjunto de equívocos, por ter um caráter coletivo, em algum momento precisa ser encarado de frente, para que todos possam aprender a partir dos seus próprios erros, proporcionando que exista possibilidades de aprendizado a partir dos fatos e ações que os geraram.
Ignora-los, significar criar o risco de voltar a repeti-los; significa também seguir descontrolando as metas e organicidade interna, norteadas por programas que são tradicionalmente construídos nas esquerdas baseados e sustentados através de uma dinâmica rica e viva que somente o livre exercício e a prática do debate aberto, irrestrito e coletivo, consegue edificar.
A ausência desses valores democráticos e dogmáticos, ora proscritos no PT paraense, acompanhado de uma escamoteada porém, séria crise de direção, enfraquece perigosamente aquilo que tem que ser buscado, fortalecido e precisa estar constantemente sendo lapidado e azeitado: a unidade partidária, bem precioso que, somente consegue-se com um amplo e interrupto programa de conscientização e formação política, especialmente para os sábios mais antigos, os mais suscetíveis ao esquecimento.
Essas são as ações possíveis capaz de barrar ou inibir a incidência e continuidade de alguns fatos equivocados, como agora parece ocorrer no episodio da composição para a mesa diretora da Assembleia Legislativa do estado do Pará - ALEPA.
Quando os representantes dos movimentos sociais, dos coletivos e setoriais juntamente com o conjunto da militância, com certa perplexidade e até indignação, com todo o direito que lhes cabe, perguntam-se em todo o Estado: como é possível que essa força parlamentar que representa quase um quarto do poder na casa, pode ter caído -mais uma vez- na conversa do mestre de todos os mestres felpudos, o ex-deputado Jader Barbalho, que os iludiu ao quanto pode, acenando graciosamente com a possibilidade de criar um bloco composto por PT X PMDB...
Onde e quando e porque "consentiria" o grão-mestre que o pastor Martinho Carmona, aquele que é despossuído de autonomia, disputasse pra valer a presidência da Assembleia Legislativa contra o chapa branca Manoel Pioneiro, postando-se contra o que lhes é mais sagrado: pertencer ao poder ???
Essa decisão foi tomada irrefletidamente pelos parlamentares petistas, quando toda, eu disse toda, a sociedade, já sabia -será que somente eles não desconfiavam que essa manobra tratava-se apenas, de uma cortina de fumaça, de um factóide necessário á ser usado como cacife e massa de pressão psicológica, somente enquanto o velho PMDB do raposão ultimava com o governador eleito o tamanho do seu quinhão dentro do chapão-caldeirão "de consenso" bolado pelos tucanos...
O partido dos trabalhadores no Pará, que teoricamente representa o palacio do Planalto e a presidenta Dilma, por dever de coerencia, deveria ter partido para disputar a presidencia da ALEPA, não importando o resultado , a vitoria maior seria a moral, conciliadoramente programática e ideológica, referencias que andam descuidadas...
Até mesmo para honrar os 48% de votos que recebeu nas urnas em outubro de 2010, conferidos por eleitores que acreditavam e acreditam no projeto que foi apresentado pelo PT que, depois de devidamente adequado e atualizado, poderá permanecer como plataforma base para 2014, por ser zilhões de anos luz, o melhor.
Projeto importante que não merece o descrédito do eleitor que pode ficar confuso, em troca de uma apagada 2ª vice-liderança ofertada como premio de adesão ao deputado petista Valdir Ganzer, pelos donos do calderão onde pode-se coser com a farinha do mesmo saco.
Portanto, mesmo uma derrota na ALEPA seria mais palatável que o ato de adesismo puro e cínico que ocorreu sem embate nem debate, nem denuncia de tentativa de engessamento amoral de um poder pelo outro, o que somente concorreu para aprofundar o horizonte de desconfiança e fritura ideológica estabelecida internamente, que precisam ser modificados..
O PT paraense precisa sair do marásmo em que se encontra e, imediatamente, partir para a oposição pontual, sem tergiversar e sem trégua, por ser a 2ª força politica mais importante do Estado e a 1ª força política do Brasil, ostentando a referencia de ser o maior partido socialísta democrático e popular do mundo ocidental e oriental.
Os petistas paraenses precisam mostrar para a sociedade que tem um lado, e que sabem perder tanto quanto ganhar, abstendo-se de praticar o "colaboracionísmo útil" que é somente favorável para as forças que o emparedam, valer-se de discursos esfarrapados e comportar-se como se fosse uma organização 5ª de potencia laboral...
Ou em 2012, sequer terá tido tempo para construir nomes referenciais e para apresentar-se para a sociedade como uma alternativa diferenciada, cenário impensável em que o afiado PSOL ou os demo-tucanos-ppssistas, ou até mesmo o PTB farão o sucedâneo de Dudu, dificultando a reconquista do poder no estado e prejudicando a fomentação de uma melhor cota no esforço de reeleição da presidenta Dilma Roussef, objetivo superior que impõe desde já que, todos façam o dever de casa, e direitinho.
Do blog: http://militanciaviva.blogspot.com/
Esse artigo de vocês é muito bom e mostra o quanto é urgente esse partido retornar a suas origens.A primeira coisa a fazer é devolver para o Simão Lorota e seu pau-mandado, Pioneiro, o infertil e malsinado cargo que nada acrescentará de propositivo, por não ter influencia em nada dentro do contexto legislativo em que esta instalado, ou seja: não vale,nem serve para nada como instrumento de luta e oposição.Não demora muito e a futrica barbalhistica publicará matéria desmoralizando ainda mais os incautos e afoitos parlamentares, a mando do próprio patrão.Aguardem..
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