DE BELÉM
Trabalhadores rurais que apoiam a exploração madeireira no assentamento onde foi morta a missionária Dorothy Stang ameaçam fechar a rodovia Transamazônica (BR-230), perto de Anapu (PA).
Eles protestam contra a tentativa do Incra e de outros moradores da área de expulsar da região madeireiros com os quais negociam. Essa, dizem, é sua principal fonte de renda.
A ameaça foi feita durante uma reunião hoje pela manhã na cidade. Estavam, além do Incra, outros assentados do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança que são contra a retirada de madeira e a CPT (Comissão Pastoral da Terra), ligada à Igreja Católica.
O fechamento da Transamazônica, disseram, ocorreria a partir da noite de hoje ou quarta de manhã.
A tensão na área aumentou no último ano. Em agosto, veículos de madeireiros foram queimados. Na semana passada, assentados a favor da preservação da área bloquearam a estrada na qual Stang, uma freira que denunciava crimes agrários e ambientais na região, foi assassinada a tiros em fevereiro de 2005.
Segundo Cleide de Souza, superintendente do Incra em Santarém (PA) e que estava no encontro, os contrários à permanência dos madeireiros concordaram com a instalação de duas guaritas, com seguranças armados contratados pelo Incra, na entrada e na saída do PDS.
A ideia é evitar o trânsito de caminhões carregados de toras ilegais.
Essa possibilidade revoltou os outros assentados, que exigiram uma audiência pública com a Ouvidoria Agrária Nacional, Ministério Público Federal e Ibama.
Ao final da reunião, chegaram a discutir com a superintendente e com representantes da CPT, impedindo a saída deles _que não estavam acompanhados de policiais militares.
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