Parauapebas: O Tempo contra Todos

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Por Leônidas Mendes

“O tempo não para e,
No entanto, ele nunca envelhece!”
(Caetano Veloso, Força Estranha)
 
Desde que se passou o pleito geral de 2010, temos procurado, nesta nossa coluna, delinear o estado que se encontram as forças e lideranças políticas de Parauapebas, especialmente aquelas que, há muito, têm se proposto como alternativa à sucessão da administração municipal. Não é, pois, nenhuma novidade que ora retomemos tal assunto.

Dizem todos os que vivem de/por/para política que “a próxima disputa eleitoral começa quando acaba a anterior”. Por isso, em conformidade com o saber popular, entendemos que, embora ainda a quase dois anos das próximas eleições, a campanha já começou. E, não obstante, ainda estejamos em pleno processo de análise mais profunda do recado das urnas parauapebenses, mais distante e, por isso mesmo, menos emocional; e que possamos dizer que, devido àqueles resultados, este ou aquele nome/candidato(a) tenha se saído melhor que os demais; o fato é que o tempo corre contra todos os pretendentes ao Paço Municipal.

Em verdade, se fato é que o tempo, em política, tem um ritmo diferenciado, conforme a força sócio-eleitoral do pretendente, não é menos verdadeiro que, depois dos resultados eleitorais de 2010, em Parauapebas, ele está mais acelerado para, no caso, contra, os “governistas”. E vários fatores têm contribuído para esta situação. Em primeiro lugar, já batido e martelado outras tantas vezes neste mesmo espaço, isso se deve aos problemas político-administrativos em que se enredou o Governo Cidadão, fato que, a cada dia, vem desgastando sua imagem junto à população, o que, muito provavelmente, refletirá  sobre quem quer que seja seu/sua candidato/a.

Mas, há mais! Também tem contribuído para a periclitante situação governista a ausência de alternativas, isto é, de nomes/candidaturas que possam apresentar viabilidade eleitoral e que, ao tempo em que se mostrar como opção, possa também separar sua “imagem política”  da “imagem administrativa do governo”. E, temos que convir, não será uma tarefa fácil!

Não será/seria (neste caso, julgando-se pelo momento atual do Governo Cidadão), por exemplo, uma missão muito “tranqüila” para quaisquer dos secretários/as de “primeira linha”, posto que terá/teria que tentar fazer um discurso eleitoral ambíguo, tendo que apontar as falhas, e suas propostas de correção de rumos, do governo a que serve/serviu/servia, dependendo do caso.

Importante frisar que, sendo de “primeira linha”, e, acreditamos que só  assim sendo poderia pretender-se candidato/a, sempre lhe sobraria o questionamento do “porque não o fez quando estava no governo”; ou, o que lhe pode ser pior, “de só está falando (se por este viés optar) porque é candidato/a, mas nada fez/fazia/fará  quando era/será governo” (neste caso, de novo). Poderia, então, ser considerado “um lobo em pele de cordeiro”; o que, convenhamos, não é nada bom para um/a candidato/a.

Outro problema que deve ser enfrentado por qualquer pretensa candidatura governista à Prefeitura de Parauapebas é a diluição da “base aliada”, agora agrava pelo inevitável (?) rompimento do acordo para a composição de Mesa Diretora da Câmara Municipal, vez que, ainda de se resolvesse e se equacionasse os diversos interesses que hoje se digladiam, sobraria muitas desconfianças, especialmente nos que fossem preteridos.

Temos que nos lembrar que, uma vez que já se deu a ameaça de rompimento do acordo, mesmo que não venha se cristalizar, alguns de nossos nobres edis, especialmente os governistas, acreditando na fissura, iniciaram, cada um per si, intentos para se tornar o novo presidente e, aí, “as mágoas vêm à flor da pele”. Não há como não sobrar rusgas!

E mais: o rompimento do acordo governista na Câmara de Vereadores só  confirma as rachaduras em toda a estrutura da base aliada do Governo Cidadão, que, agora terá que “rebolar” com a dupla preocupação de manter a governabilidade, compondo nova base política, e de construir uma candidatura sólida e viável para não dispersar os “aliados sobrantes”; se algum sobrar.

Mais uma vez: o tempo é curto para tão grandiosa tarefa! Nada indica que o Governo Cidadão terá e envidará esforços e condições capazes de lograr tamanho êxito. Eis uma “sinuca de bico”: fazendo-o poderá perder a governabilidade; não o fazendo, perderá, de certo, a sucessão!

Isto, entretanto, diferentemente do que pensam alguns, poderá não se verter em favor da oposição, partindo-se, lógico, de que alguma oposição aja ao Governo Cidadão. O tempo também não lhe favorece, pois, a ela também está reservada uma não menos árdua tarefa política.

Em primeiro lugar, unificar um discurso alternativo, que se faça acompanhar de práticas políticas, capazes, esta e aquele, se sobrepor à  descrença política geral em que se encontra a população de Parauapebas depois de tantas esperanças já depositadas nas mais diversas lideranças de todos os credos políticos.
Em segundo lugar, em complemento necessário do primeiro, aparar vaidades, aglutinar forças em torno de uma opção viável, compondo um amplo leque de aliança, e encontrar um único nome que assimile e elimine as desconfianças mútuas. Isto também é muito difícil.

Talvez, mesmo, até mais difícil para a oposição do que para o governo, pois, quem tem a “caneta na mão”, certamente é capaz de oferecer mais atrativos. O tempo dirá; é esperar pra ver!


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