A Polícia Federal prendeu cinco pessoas e cumpriu seis madados de busca e apreensão durante a operação "Alvorecer" , deflagrada ontem pela manhã, em Belém e Marabá, para desbaratar uma quadrilha especializada em crimes ambientais. Com as prisões, foi desmontado um propinoduto sustentado em irregularidades em licenciamentos ambientais de planos de manejo, liberados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Dentre os presos estão José Cláudio Moreira Cunha, ex-secretário adjunto da Sema, e o vereador do município de Marabá e presidente do Águia Futebol Clube, Sebastião Ferreira Neto, o "Ferreirinha". O delegado federal Fernando Berbert, chefe da operação, afirma que mais de 200 documentos contém algum tipo de fraude dos de 400 submetidos a análises prévias. Em alguns casos, um único integrante da quadrilha conseguia mais de R$ 500 mil em propina para liberar apenas um processo.
Cláudio Cunha, como é mais conhecido o ex-adjunto da Sema, foi preso em Belém, em sua casa. Lá, também foram apreendidas pelos policiais uma caminhonte e documentos oficiais. Já Ferreirinha foi capturado em Marabá. Além deles, foram presos ainda Dionísio Gonçalves de Oliveira, tido como interlocutor do vereador marabaense nas transações ilegais; Paula Fernanda Viegas Pinheiro, servidora da Secretaria que atuava como chefe do setor de georreferenciamento; e Wanderson do Egito Sena, que é despachante e apontado como intermediário de outros possíveis envolvidos na fraude.
Os policiais federais cumpriram ainda mandado de busca e apreensão na residência do ex-secretário de Meio Ambiente do Estado, Anibal Picanço. Lá, foram apreendidos mais de R$ 70 mil, quantia apontada pela PF como o "combustível" para pequenas despesas no esquema fraudulento. Em informações não confirmadas pela Polícia Federal, um mandado de prisão foi solicitado para capturar Picanço, porém, não foi concedido pela Justiça. José Humberto Oliveira Madeira, o "Cabeça", também está com prisão decretada, mas não foi capturado e continua sendo procurado pelas autoridades.
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