Jader e seus dilemas...

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por Andrei Miranda – Cientista Social.


A entrevista do ex-deputado federal Jader Barbalho no blog da Perereca, nos revelou a intenção já acertada com o governador eleito Simão Jatene de participação do PMDB no novo governo que iniciará em primeiro de Janeiro. Embora mantendo um “otimismo” interessante quanto a seu futuro e da relação de seu partido com o governo tucano, Jader deixa escapar alguns fatos da realidade que nos leva a examinar em que condições o PMDB vai para a mesa de negociações com o PSDB. 
No decorrer da entrevista Jader diz que vai estar na pauta de negociações espaços no governo, além da manutenção da presidência da ALEPA, o que nos levaria a pensar a dimensão do PMDB no processo eleitoral, e mesmo na nova assembleia legislativa que irá tomar posse.

No entanto, o mesmo Jader afirma na entrevista que a governadora Ana Júlia perdeu para si própria, e que o Simão Jatene foi apenas um beneficiário.
Ora, tais afirmações reconhecem que o PMDB não teve papel fundamental na eleição do novo governador. Em outro trecho, o presidente do PMDB paraense reforça tais afirmativas ao soltar que não foi exigido de Jatene qualquer percentual sobre a participação do seu partido no futuro governo, o contrário do que foi acertado com a governadora Ana Júlia quando esta foi eleita. Jader parece a todo custo querer vender a imagem de grande líder da política paraense, buscando negociações que possam diminuir os estragos eleitorais causados ao PMDB com a cassação de sua candidatura e a frustrada tentativa de fazer da candidatura Juvenil uma espécie de terceira via no processo eleitoral que se encerrou no Pará em Outubro.
O estreitamento de relações com os tucanos é uma tentativa de manter um PMDB competitivo para as eleições de 2012, já que é um partido que depende de máquina administrativa para sobreviver.

Outra questão que nos chamou atenção nessa entrevista, são algumas contradições em que, Jader tenta colar a si próprio a imagem de “eterno perseguido” pelos seus inimigos e meios de comunicações adversários. No entanto, em certo trecho da entrevista afirma ter orgulho de ser o “Ficha Suja” do povo do Pará. Seria uma confissão ? É certo que Jader tem vasta experiência política, e aprendeu que nessa área saber dissimular suas intenções através das palavras é fundamental para se ter sucesso, porém, como qualquer outro, sente vontade de falar de si e sobre seus projetos, e é natural que em algum momento solte algo a mais do que deveria dizer.

Percebemos também nessa entrevista que, Jader mostrou-se tranquilo quanto a expor suas demandas para o governador eleito do Pará, não o vimos em nenhum momento falar da sua relação com a presidente eleita Dilma Rousseff, e muito menos falar em demandas para seu partido no Pará. É no mínimo curioso, já que o PMDB é o partido do vice-presidente.
O certo é que Jader saiu enfraquecido em suas relações com o Planalto, em primeiro por ser cassado e à algumas condicionantes que fez para poder apoiar a reeleição da governadora Ana Júlia, em segundo pelo fato de o PMDB ter perdido um assento na câmara federal, e ainda, ser constatado pela coordenação de campanha de Dilma nenhum esforço pela eleição da candidata de Lula por parte do PMDB paraense, que se tornou notório com a ausência das lideranças Pmdbistas no comício de Ananindeua, cidade administrada pelo filho de Jader que também seria um dos coordenadores da campanha de Dilma no Pará.
Hoje, sabe-se muito bem da influência que a máquina federal tem sobre os municípios, através da dependência de repasses de verbas que estes necessitam para movimentar suas ações, e o distanciamento das relações com o Planalto força o PMDB do Pará a buscar alternativas que possibilitem pelo menos a manter seu tamanho no estado. Como era previsto, houve a polarização entre petistas e tucanos nas eleições de Outubro, e parece que isso irá perdurar pelo menos pelos próximos quatro anos. Assim cabe ao PMDB colocar-se em uma posição em que venha a ser alternativa
de fato à petistas e tucanos no estado. Neste sentido, “o perseguido” mais “orgulhoso Ficha Suja do Pará” Jader Barbalho parece não querer cometer os mesmos erros da figura mitológica de Ícaro, ou seja, nem voa tão perto do Sol ao ponto que este possa vir a derreter suas asas de cera, e nem tão perto do mar ao ponto de não encharcar a asas ao ponto de favorecer também sua queda e em conseqüência sua morte.
O fato é que Jader, na tentativa de vender sua imagem de “grande líder” do Pará, após os reveses sofrido pelo PMDB com a perda de uma cadeira pra câmara federal que seria compensada com a vaga de senador, que também não veio, onde este era considerado o favorito, e chegou a ser alardeado na expectativa de ser o “campeão de votos” para o senado e só ficou em segundo lugar com o terceiro na sua cola, começa a dar voos muito além da prudência recomendada a Ícaro por seu pai Dédalo, por puro narcisismo, ou seja, para tentar ser um grande líder, pelo menos nas fotografias caricatas do que seria um “grande líder”.

É esperar e ver no que vai dar essas aventuras de um líder desnorteado com a sua “grande imagem” de líder em decadência. Um grande exemplo disso, foi sua renúncia do mandato de deputado federal que o povo do Pará lhe confiou que só terminara em 31 de Dezembro de 2010, além de sua ausência quase que cotidiana para cumprir seus afazeres em defesa do interesse do povo do Pará. Um “grande líder” honra seus compromissos com seu povo e os defende até o último momento.



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