Congresso da AE: 1º caderno da Tribuna de Debates

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Concluída a eleição presidencial de 2010, tem início uma nova etapa na luta política no Brasil. Uma caracterização mais profunda a respeito será feita pelo Primeiro Congresso da Articulação de Esquerda, cuja plenária final será realizada nos dias 8 a 10 de julho de 2011, no estado de São Paulo.
Esta Tribuna de Debates inaugura o processo de debates do Primeiro Congresso da AE. Nela, publicamos 13 artigos de pessoas que têm uma coisa em comum: nenhuma delas milita na Articulação de Esquerda.  Artur Araújo assina “A hora e a vez dos partidos” (página 2); Cláudia Malinverni assina “Falar às massas, o eterno desafio da esquerda brasileira” (páginas 3 e 4); Gilney Viana assina “A vitória de Dilma e a hegemonia lulista” (páginas 5 e 6); Gilson Carvalho assina “Desafios múltiplos na área de saúde para a presidente Dilma” (páginas 7 a 9); João Paulo Rodrigues assina “Quanto melhor, melhor” (páginas 10 e 11); Lincoln Secco assina “Governo Dilma: ruptura e continuidade” (páginas 12 e 13); Gilberto Maringoni assina “Moeda, desenvolvimento e comunicação. Uma agenda para o governo Dilma” (páginas 13 a 15); Mouzar Benedito assina “Futurologia sonhadora” (páginas 16 e 17); Márcio Pochmann assina “Sobre os próximos quatro anos” (páginas 17 a 19); Rogério Correia assina “Brasil, PT e governo Dilma: um novo tempo?” (páginas 20 e 21); Paulo Salvador assina “O fim da ingenuidade” (páginas 21 e 22); Toni Reis assina “Eleições 2010 e a comunidade LGBT” (páginas 23 e 24); Wladimir Pomar assina “Sobre a democracia” (páginas 24 e 25) .
O número de artigos foi uma coincidência. Mas o fato de que nenhum autor seja militante da AE foi uma opção nossa, para deixar claro que nosso Primeiro Congresso (ver regimento ao final, nas páginas 26 e 27) tem como objetivo debater as grandes questões ideológicas, teóricas, programáticas, estratégicas, táticas e organizativas, mas fazer este debate com toda a esquerda brasileira.
Neste sentido, fica aqui o convite: militantes de esquerda interessados em contribuir devem enviar seus textos para nós, devidamente assinados e com título escolhido pelo autor. Recomendamos apenas que os textos tenham no máximo 20 mil caracteres (contando aí também os espaços entre palavras).
A Tribuna de Debates sairá todo mês. Artigos para a próxima edição devem chegar até o dia 3 de janeiro de 2011.
Concluímos este texto sugerindo a todos que assinem o jornal Página 13 e visitem a página eletrônicawww.pagina13.org.br Nesta página, poderão ler textos com a posição “oficial” da Articulação de Esquerda, entre os quais destacamos: “Desafios do governo Dilma” e também “Diretrizes 2011”. Os trechos a seguir fazem parte destas Diretrizes:
1. Para continuar mudando o Brasil, disputar os rumos do governo Dilma
A eleição de Dilma Roussef não encerra a luta contra a influência do neoliberalismo no Brasil; tampouco encerra a disputa a disputa entre a via conservadora e a via democrática de desenvolvimento.  Ao contrário, ambas as disputas tendem a se aprofundar ao longo da gestão Dilma, por iniciativa da oposição de direita, da esquerda político-social ou do próprio governo.
A coligação governista possui uma ala esquerda, que deve ser encabeçada pelo PT. Esta ala esquerda deve continuar a luta contra o neoliberalismo e em favor do desenvolvimento com soberania, integração continental, aprofundamento da democracia e ampliação das políticas sociais.  A ala esquerda da coligação governista também deve impulsionar a luta por reformas estruturais, articulando isto com nossa luta pelo socialismo.  Bem como travar a disputa em favor de uma cultura de esquerda.  Nossos mandatos parlamentares, assim como a influência que tivermos nos governos federal, estaduais e municipais, devem estar à serviço destes objetivos.
Se tivermos êxito neste conjunto de frentes, o governo Dilma será superior ao governo Lula, assim como o segundo governo Lula foi superior ao primeiro governo Lula.
2. Para disputar os rumos do governo, organizar, mobilizar e conscientizar as classes trabalhadoras
Vencemos em 2010 graças ao voto dos setores populares, cuja vida melhorou ao longo dos nossos oito anos de governo federal.  Mas a diferença entre a popularidade do governo e a votação de nossas candidaturas em todos os níveis confirma algo que sempre dissemos: a melhoria das condições materiais, ocorrida nos últimos anos, não foi acompanhada de uma elevação correspondente da cultura política.  Motivo pelo qual é preciso investir muito mais na consciência, organização e mobilização das classes trabalhadoras. Inclusive porque será a ação autônoma, espontânea e consciente das classes trabalhadoras que criará o ambiente necessário para que o governo Dilma seja superior ao governo Lula. O que deve se traduzir em três grandes mudanças: a reforma tributária, a reforma política e a democratização da comunicação.
3. O fortalecimento das classes trabalhadoras será potencializado pela unidade da esquerda
A derrota eleitoral da coligação encabeçada por Serra não deve nos fazer menosprezar a hegemonia política e social da burguesia e a força da oposição de direita.
A oposição de direita continua forte e atuante, através de suas bancadas parlamentares, dos governos estaduais e municipais que controla, dos principais meios de comunicação e através da influência que possui sobre diversas instituições, entre elas as Igrejas. O conservadorismo e o reacionarismo ideológicos se expandiram. Além disso, as idéias neoliberais seguem influentes em setores da coligação governista, e mesmo dentro do PT possuem representantes.
Para enfrentar o Estado Maior da direita, é preciso unidade da esquerda, ou seja, das forças democrático-populares e socialistas: partidos, movimentos sociais e intelectualidade democrática.
A unidade das esquerdas é essencial, ademais, para garantir que o governo Dilma seja hegemonizado pelas forças comprometidas com um desenvolvimento de tipo democrático e popular. E para bloquear a presença, em postos-chave da nova administração, de personagens vinculados as idéias do “ajuste fiscal”.
A unidade das esquerdas, por fim, colabora na conscientização, organização e mobilização das classes trabalhadoras.
4. A unidade da esquerda passa por superar as debilidades do PT
O PT sai fortalecido do processo eleitoral. Mas suas debilidades ideológicas, programáticas, políticas e organizativas ficaram mais uma vez evidenciadas.  Cabe às lideranças partidárias identificar nossas debilidades e aprovar as medidas necessárias para superá-las. Tendo claro, desde o princípio, que as debilidades organizativas têm raízes político-ideológicas.  Atualizar nosso programa e nossa estratégia, reformar nosso estatuto e aprovar um plano de ação para o período, são os principais objetivos do Congresso extraordinário que o PT realizará em 2011, com os mesmos delegados e delegadas que participaram do 4º Congresso Nacional.
Descarregue aqui a publicação completa:  


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