Wladimir Costa, campeão de votos, coerência e processos

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postado no blog: http://blogdoespacoaberto.blogspot.com/

Então é isso.
Gancho no Wladimir.
Wladimir, no caso, é Wladimir Costa, deputado federal (PMDB) mais votado na eleição de outubro passado e notabilizado como a quintessência da coerência.
Quintessência da coerência é uma rima.
E uma rima não é uma solução, já se Drummond.
Para Wladimir Costa, não é mesmo.
Não é solução para evitar que o Ministério Publico pretenda enganchá-lo para que ele responda por um crime.
E não é crime contra a honra, não.
Wladimir, vocês sabem, é donos de rádios aí pelo interior.
Como tem a língua solta, acredita que pode soltar a pua, baixar o sarrafo, baixar a ripa sob o manto das imunidades parlamentares, que se esgotam, como se sabe, na tribuna do Legislativa, onde o parlamentar pode falar o que quiser.
Fora da tribuna, no entanto, se a Excelência emitir opiniões e falar o que não deve, então fatalmente estará exposto a pagar judicialmente pelo que falou.
Por isso é que o deputado coleciona processos contra a honra.
O mais recente deles, conforme o blog já mostrou, pode ter como autores uma desembargadora aposentada e um juiz do TRE, que já o interpelaram perante o Supremo Tribuna Federal.
Pois eis que Wladimir Costa protagoniza agora uma, digamos, variação criminosa.
Ele sai um pouco da seara dos crimes contra a honra e ingressa numa outra.
A do crime eleitoral.
O Ministério Público Eleitoral, por meio dos André Sampaio Viana e Bruno Soares Valente, ajuizou representação contra Sua Excelência, acusando-o de oferecer gratuitamente cursos de informática em troca de votos.
Segundo a ação, o deputado peemedebista teria agido com apoio do irmão, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, e de um funcionário de uma rádio em Itupiranga, no sudeste paraense.
Alunos do curso de informática confirmaram ao MPE que propaganda feita por carro de som no município informava que o deputado era o proprietário da rádio Jovem FM, onde o curso era oferecido.
Caso a representação seja julgada procedente, o deputado poderá ser impedido de tomar posse no próximo dia 17 de dezembro ou ter o mandato cassado.
Segundo os dois procuradores, o coordenador da rádio e da campanha do candidato, Murilo Santos Ferreira, afirmou que o curso era promovido pela própria sociedade W. A. C. Rabelo e Cia Ltda., permissionária da rádio. O curso, oferecido gratuitamente a estudantes com mais de 15 anos de idade, começou em 12 de setembro, com previsão de término em 12 de dezembro.
E Sua Excelência, o que é que diz de tudo isso?
"Isso é perseguição. Todo o Pará sabe que tenho quatro carretas-escola que percorrem o ano inteiro todo o Estado tirando pessoas das drogas, da marginalidade e oferecendo a elas dignidade e qualificação profissional. É o preço que pago por ser um campeão de votos", disse o deputado, ouvido pela Agência Estado.
É mesmo?
Então pronto!
Wladimir pode até dispensar advogado.
Ele mesmo, ao contestar a representação, pode escrever assim em sua sua defesa: "Isso é perseguição. É o preço que pago por ser um campeão de votos".
Pronto.
Basta isso para que sejam produzidas as provas capazes de absolver o parlamentar, não é?
Wladimir, o campeão - de votos e de coerência - precisa mesmo convencer urgentemente seus mais de 230 mil eleitores de que é inocente.
E precisa se convencer de que popularidade não absolve ninguém.
Popularidade não dá imunidade a ninguém para cometer condutas que a legislação - em qualquer esfera - não chancela.
Popularidade, enfim, não permite a ninguém investir-se de poderes inspiradores de condutas que transbordam da legalidade.
Se o deputado modificar um pouco o seu conceito de popularidade, poderá perfeitamente continuar ajudando segmentos carentes da população.
Mas poderá fazê-lo dentro da lei.
Estritamente dentro da lei.
Se fizer isso, poderá dignificar não apenas o exercício do mandato parlamentar que lhe delegaram, mas efetivamente contribuir para minimizar as exclusões sociais que marginalizam tanta gente.


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