Santarém (Pará): Fórum Social Pan-Amazônico

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por Tatiana Félix
Adital 
 
Cerca de 5 mil pessoas, entre representantes de comunidades indígenas, ribeirinhos, afro-descendentes e dos países da região pan-amazônica, participaram ontem (25) do cortejo cultural que deu abertura à 5ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), em Santarém, no Pará, no Norte do país. O evento segue até segunda-feira, 29. 

O Fórum tem como princípio dar voz e visibilidade aos povos originários, indígenas e africanos, e às comunidades tradicionais. Para isso, o evento proporciona momentos de discussão, através dos quatro eixos temáticos escolhidos para este ano: "Em Defesa da Mãe Terra", "Poder para os Povos da Amazônia: autonomia e territórios", "Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca’s) e "Culturas, Comunicação e Educação Popular". Cada eixo destes agrega sub-temas como, por exemplo, "Barragens na Amazônia: o caso Belo Monte e a análise crítica do Painel de Especialistas", "O Modelo Energético Brasileiro e o Potencial da Amazônia para as fontes renováveis e energia", "Assentamentos de Reforma Agrária, Meio Ambiente e Agricultura Familiar" e "Identidades coletivas, territorialidades específicas e conflitos na Pan Amazônia", que começaram a ser discutidos hoje (26), nos seminários, mesas de diálogos e oficinas.

Integrando ainda as mais de 50 atividades, também entraram as questões: "A Selva em Alerta: o acordo energético Brasil X Peru", "Escolas e comunidades na luta contra o trabalho escravo", "Integração dos povos latino-americanos e Pan-amazônicos", Hoje também foi feito o lançamento da campanha "América Latina uma Região de Paz - Fora Bases Militares Estrangeiras".

De acordo com Rubia Maduro, integrante do Comitê Local do Fórum e coordenadora do setor de Comunicação, Cultura e Economia Solidária, uma das principais discussões será sobre a construção de barragens e hidrelétricas na região, assunto que vem sendo bastante discutido pela comunidade local.
"Nós do Fórum, como movimento social, defendemos o meio ambiente. Queremos sensibilizar o governo para ter cuidado e não prejudicar as comunidades que vivem nos entornos dos rios e os municípios que serão afetados", destacou.

Dentro deste contexto será realizado na manhã de domingo (28), o "Encontro dos 4 rios", que serão afetados pelas barragens. Segundo Rubia, este momento reunirá centenas de representantes dos movimentos de cada rio: o Teles Pires, Tapajós, Madeira e Xingu, e também dos municípios que devem ser atingidos.
"O objetivo é fortalecer ainda mais este movimento contra as barragens. É importante lembrar que ainda não existe uma autorização legal do Ibama para a construção da obra", explicou. "Acreditamos que existam outras alternativas que sejam auto-sustentáveis", completou.

Ela também comentou que a expectativa é que as discussões mais intensas aconteçam na tenda Mãe Terra. Além dos momentos de debate, também acontecem momentos culturais, com destaque para a manifestação indígena. Na parte externa do Parque das Cidades estará acontecendo a Feira de Economia Solidária.

A Assembleia Geral e a apresentação do documento final encerram o Fórum, na segunda-feira (29). Rubia adiantou que na terça-feira (30) haverá uma reunião do Comitê Internacional, que reúne a cúpula dos países participantes.

Para acompanhar o V FSPA, acesse: http://www.forumsocialpanamazonico.org/



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