A derrota de Ana Júlia e da esquerda no Pará III

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po Edilza Fontes
 
Continuando a minha avaliação, acho que as tentativas de fazer uma pequena reforma de estado iniciada em 2007, deu  em um aumento de folha, que as crises de 2009 não permitiu cobrir . A reforma foi boa para estruturar secretarias sem corpo funcional e organizar o estado, mas veio o período de apertar os cintos, em 2009 e para o povo passou como descontrole das finanças públicas.

Em 2009 o governo passa por três crises, a do boi no pasto, a das enchentes e a crise da economia mundial, que retirou dos cofres do estado 362 milhões de reais, referentes a impostos diminuídos principalmente vindos da Vale que foi afetada pela queda de compra do ferro feitas pela China.
O governo envia projeto de lei para a ALEPA, em outubro de 2009, e só é aprovado em Junho de 2010. Havia uma crise com o com o PMDB, que fez com que o dinheiro do empréstimo não fosse aprovado antes - já comentamos bastante este assunto no Blog. O governo não fez campanha para explicar ao povo, o que estava acontecendo. O empréstimo foi aprovado e os recursos não tiveram condições de serem aplicados e várias obras iniciadas não foram concluídas , inclusive a Santa Casa, várias delegacias, várias escolas, hospitais , postos de saúde e estradas.

O Empréstimo feito só foi aprovado com uma pactuação que dava 5!% para os municípios o que deixou os cofres públicos do estado sem recursos para treminar suas obras.

 A politica de relação direta com os prefeitos e de passagem por cima dos parlamentares , politica pensada na casa civil, foi inoperante para virar o quadro para reeleição o que demonstra a resultado das eleições.

 O que ficou marcado, principalmente a partir de 2009, foi o isolamento do governo e a deteriorização da base aliada . Não se ganha as eleições no Para e no Brasil sem aliados, e sem confiabilidade politica. A governadora não devia ter ficado isolada e sem aliados permanentes. Hoje avalio que a saída de Charles Alcantara e de Carlos Guedes, não trouxeram avanços para a politica de coligação e para o controle do estado. Serviram para os projetos políticos de pessoas e deixaram a governadora refém.

Voltando em falar de educação, o governo não capitalizou a ampliação da UEPA, os concursos na instituição a criação da FAPESPA, o aumento do número de bolsas para mestrado e doutorado e a importância da criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia. A grande estrela do governo foi o projeto navega Pará, que é uma ação estruturante, principalmente para o desenvolvimento da pesquisa, junto com os parques tecnológicos, e para o compartilhamento de banco de dados e a criação de redes, que devem ser usadas para serviços publicos. O navega Pará foi objeto de muita disputa interna e motivo de muitas exonerações.

O governo errou muito em relação a EGPA, a mudança de direção, por uma pessoa sem experiência de gestão e a falta de recursos para EGPA continuar seu trabalho, passou para os funcionários, o pouco caso com a formação de servidores e a prioridade da governadora, em ampliar sua base de apoio parlamentar. Este assunto eu debato de cadeira cativa.

A não condução do PTP a partir de2009, cortando  a participação e as proposições para as Loa de 2009 e 2010, a  não conclusão de obras do PTP, o corte na formação dos conselheiros, o corte de recursos de seus agentes e de sua estrutura para implementar o projeto, tirou o PTP do centro do governo. O PTP não foi   citado na campanha como um projeto fundamental. A participação popular foi esquecida. Não foi parâmetro para secretárias o resultado de conferencias de setores para o planejamento das ações nas secretarias, não se tem um monitoramento do percentuais desenvolvidos por cada secretaria.

Avalio, que a SEGOV não controlou os gastos doas secretárias, a SEPLAN não executou e monitorou seu planejamento, a SEFA não fez a receita subir como deveria. 

Avalio que a governadora Ana Júlia deixou que as indicações de secretários importantes, fossem indicações de uma única pessoa, que parecia para sociedade que era quem mandava.

A tese de enfraquecer o PMDB foi executada sem estratégia alguma, e a aproximação com outros partidos não garantiu a campanha nos municípios.

A candidatura do chefe da Casa Civil foi errada, e colocou o governo em situação de constrangimento com o próprio PT várias vezes.

A condução política do governo foi perdendo diálogo e os projetos do governo foram sendo votados com muita dificuldade.

A imagem pessoal da governadora foi sendo atingida, e o PT e o governo não souberam responder a altura, mas considero que os valores e costumes de uma sociedade, só se revelam em momentos de conflitos. A campanha foi feita em cima de calunias de comportamentos da governadora, que a campanha não soube responder.

A relação com o PMDB foi sendo destruída, e a governadora não controlava a atitude de seus secretários e muitas vezes teve que tentar apagar um fogo que voltava logo. O PT não teve pulso o suficiente para dizer não a alguns excessos e, por muitas vezes foi tomado de surpresa. Não concordo com aqueles que pensam que a esquerda não foi atingida e, que passam a advogar que a esquerda agora está em outro lugar, a esquerda é um conjunto de praticas e de partidos, e o PT faz parte desta história.


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