CSR/MS: AS RAZÕES DA DERROTA ELEITORAL E POLÍTICA DO PT NO PARÁ

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BALANÇO PRELIMINAR DAS ELEIÇÕES 2010


Ao apresentarmos este texto não temos a intenção de sermos os donos da verdade, mas sim contribuir com as considerações que entendemos foram decisivas para nossa derrota. Para iniciar, temos que avaliar a condução do nosso governo, que foi o grande “cabo eleitoral” na campanha, para o bem e para o mal. A síntese do nosso balanço é que o PT foi derrotado eleitoral e politicamente, mesmo levando em consideração o aumento da nossa bancada estadual e federal.

BALANÇO DO NOSSO GOVERNO
Sem duvida nenhuma, nosso governo desenvolveu políticas que beneficiaram milhares de pessoas mais pobres do estado. Nunca, um governo estadual, e um governante esteve tão presente nos municípios do estado, levando desenvolvimento, obras, equipamentos e descentralizando a gestão.
Avançamos na política para a juventude, principalmente através do programa bolsa-trabalho, onde mais de 70 mil jovens foram beneficiados. Tiramos da gaveta o projeto ação metrópole, e outros projetos engavetados há décadas pelos governos tucanos anteriores, além de criamos um dos maiores projetos de inclusão digital do país, o navega Pará.
Por tanto, para o CSR, a manutenção do nosso governo, não era uma prioridade apenas para o PT, era uma necessidade do povo pobre do Pará.
Infelizmente, a condução de um governo com tantas vitórias, foi tragicamente prejudicada pela postura de um seleto grupo de “proprietários do governo”, que se transformaram posteriormente no “comando real” da campanha.

Que posturas, destruíram nosso governo:
·         Faltou um norte claro e estratégico que conduzisse o projeto de governo;
·         O governo não tinha centralidade, cada um fazia o que queria, considerando que o que estava fazendo era o melhor pra todos;
·         Devido a falta de norte político, o governo não fez a luta política clara e permanente contra o PSDB, quando tínhamos a possibilidade de destruí-lo quando estava fraco;
·         Aliança equivocada a direita, só beneficiou os tais “aliados”, que na verdade nunca se comprometeram com o governo e sim com as benesses que este lhe dava. Exemplos dos aliados traíras: Wlad, Orlando Reis, Josué Bengtson, Tião Miranda, Juvenil, Alessandro Novelino, entre outras perolas;
·         Se era pra se aliar com o PMDB, que buscasse construir a ponte para garantir a reeleição, ao contrário priorizou outras alianças com partidos inexpressivos;
·         A participação popular (PTP), foi um mero instrumento eleitoral, e não um organizador do povo;
·         O núcleo de governo ficou conhecido por não cumprir acordos, e pela forma atrapalhada como conduziu a relação com as forças políticas do PT;
·         A comunicação do governo era fraca e despolitizada;
·         E finalmente, o PT não era chamado para ser um parceiro das decisões estratégicas sobre a condução do governo;

AS RAZÕES DA DERROTA ELEITORAL
Perdemos a eleição por que não conseguimos reverter os erros de condução do governo descritos acima.
Os erros de governo agregaram uma rejeição altíssima a governadora Ana Julia, chegando algumas vezes a 70% do eleitorado da região metropolitana. Encerramos a eleição girando em torno de 40% de rejeição.
Os iluminados do núcleo dirigente da campanha, acreditavam que o programa de TV mudaria esta rejeição e ganharia a eleição.
Infelizmente, a condução da comunicação da campanha foi desastrosa, desde o slogan “acelera Pará”, que implicitamente dizia que, o Pará tava parado?, passando pelo azul Priante, e terminando com a postura de “estadista” da Ana Julia diante das câmeras, em contraste com a Ana Julia guerreira, vermelha e de luta, que a militância levava as ruas.
O “comando real” da campanha estava a cargo de pessoas de um pequeno núcleo, arrogante, inexperiente, que atropelava o PT, e que acreditava piamente nos novos “aliados” em detrimento aos dirigentes do partido.
Tudo isso, fruto da falta de um planejamento de campanha, feito pelo partido e núcleo dirigente, de forma unificada e que norteasse durante o processo eleitoral.

AS RAZÕES DA DERROTA POLÍTICA
Esta foi a derrota mais duída.
Estar fora do governo é ruim mas já ficamos fora durante muitos anos e o PT não morreu. A forma como foi a derrota é que nos deixou cabisbaixos.
Saímos da eleição com a derrota de duas grandes expressões políticas do partido, Ana Julia e Paulo Rocha. A perda do governo e a vaga pro Senado, aconteceu de forma pior possível, por que não fez a disputa política, se não vejamos:
·         Enquanto Paulo Rocha era chamado de ficha suja, o Flexa Ribeiro, surfou durante a campanha sem ninguém atacá-lo e mostrar que ele sim e ficha suja até sendo preso e algemado;
·         Jatene abandonou o estado, fez obra só pra rico, e somente depois de muita porrada, conseguimos que o nosso programa de TV mostrasse quem era o Jatene;
·         Na maioria das prefeituras do PT a Ana Julia e o Paulo Rocha perderam;
·         Perdemos pra parte do PSDB, parte do DEM e pra uma candidatura anti-Lula e anti-Dilma;

Fomos derrotados politicamente, quando o “comando real” apostou que a TV mudava tudo e ignorou a militância do PT, chegamos a passar quase uma semana sem material de campanha para municiar nossos  “soldados que estavam na frente de batalha”.
Mas a derrota política pior, foi a aposta equivocada numa política de alianças a direita que primeiro se aliou ao Chefe de quadrilha, Duciomar Costa, e depois, com festa e fogos se aliou ao “ex” assassino de sem-terras, que passou a ser, segundo os defensores desta política,” um dos melhores governadores do Pará”.
A aposta numa coligação de 14 partidos, que não se envolviam na campanha, mas que eram beneficiados pelo “comando real” -em detrimento a militância dos partidos de esquerda- que ao sair do comitê ou do Hangar, iam beijar as mãos dos amarelos. Esta coligação se revelou  um verdadeiro “pastel de vento” .
Uma eleição mexe com a paixão, com o coração, com a emoção. Nesta eleição pela condução equivocada do “comando real”, a militância não se apaixonou, não vibrava nos debates, ia pras caminhadas e a candidata não ia, sem que fossem dadas as devidas explicações.
Sem paixão não tem convencimento, não tem engajamento real.
Cabe também uma critica ao companheiros que compõe o campo Construindo um novo Brasil-CNB, que tendo força partidária, tendo as maiores lideranças do PT, e tendo sido o maior vitorioso nas eleições proporcional, não conseguiram impor um ritmo e uma condução diferente na campanha, esta parcela de culpa, o campo majoritário não pode se eximir.

O FINAL- “PAU QUE NASCE TORTO ATÉ A CINZA É TORTA”
Bem passou a campanha, perdemos, nossa militância cabisbaixa, mas tinha um consolo, restavam dois meses de governo e os militantes que eram DAS, refletiam.... “Bem agora deixa eu ajeitar minha vida, pegar o13o para pagar as dividas (algumas de campanha), e ver o que vou fazer ao ser exonerado em janeiro....”
Nada disso, o “comando real”, se superou, ao invés de demitir os amarelos e traíras que estavam no governo, começou a demitir os nossos militantes, os mesmos que pegaram sol e chuva para garantir a reeleição.
Num dia saia um decreto, no outro a governadora revogava, depois soltava mais outro e revogava alguns, enfim uma atrapalhada só. O governo acabou, como começou tropeçando nas pernas.

FORAM EMBORA OS IMPORTADOS, E AGORA ESTAMOS NÓS.
Bem restou para nós que ficamos no PT, avaliar de forma serena e lúcida os erros e buscar debater qual a melhor estratégia para reconstruir o partido, voltar as lutas sociais, realizar uma forte oposição de massa e institucional a Jatene e Duciomar, fortalecer nossas prefeituras, principalmente onde perdemos as eleições e fortalecer um campo de alianças a esquerda visando 2012.


Vamos ao debate!!

Coordenação estadual do CSR/MS


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