Segundo turno no Pará: A batalha mais dura

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Marcelo Martins*

Em 2006 o PT paraense obteve a sua mais complexa e exitosa vitória eleitoral até então, porém ela se deu a partir de uma estratégia montada de fora para dentro, através da articulação de Lula com o cacique estadual Jader Barbalho e, que mexeu tanto com a correlação de forças internas do partido quanto do próprio Estado, onde o PT operou com o PMDB a mais audaciosa estratégia da história recente do Pará colocando no mesmo palanque e lado adversários históricos (PT e PMDB) com um único objetivo: vencer a hegemonia de doze anos de tucanato e de sobra retirou definitivamente do cenário político aquele que fora um dos maiores ícones da política paraense da década de 90, o ex-governador Almir Gabriel do PSDB, derrotado por Ana Júlia (PT) sob o clamor de mudanças e transformação da maioria da população.

Entretanto, essa aliança não deu os frutos esperados e ao longo dos quase quatro anos de governo se desgastou enormemente, a ponto dos partidos saírem em chapas separadas em 2010. Ainda assim, os dois partidos obtiveram expressivas bancadas estadual e federal (o PT com 9 deputados estaduais e 4 federais e o PMDB com 4 federais e 8 estaduais).

Este cenário aparentemente promissor aos dois partidos apesar de sugerir a união dos mesmos no 2° turno, aos moldes de 2006, não parece, segundo os protagonistas, apontar para uma aliança de fato, afinal, três dos deputados federais eleitos pelo PMDB já declararam votos ao tucano Simão Jatene, Wlad, Priante e Asdrubal, somente Elcione Barbalho parece disposta a seguir as orientações de Jader caso decida em favor do PT.

Jader, contudo, está envolvido demais na sua própria trama ou tragédia eleitoral aguardando a decisão do STF sobre a aplicação ou não da lei da “ficha limpa” nestas eleições e que implicam no fim prematura de sua carreira política para decidir de pronto sobre os rumos do PMDB no 2° turno paraense. Ainda assim, é sabido que não apoiar a Ana Júlia, muito tem a perder na sua “farta” relação com o governo federal numa suposta eleição de Dilma Rousseff do PT.

Ao PT, aos partidos aliados e à Ana Júlia resta enfrentar o desafio de reverter a diferença em favor de Jatene de mais 450 mil votos (13%), além da seguir diminuindo os elevados índices de rejeição que sofre a governadora. Será, certamente, uma hercúlea tarefa para os petistas e para os militantes de outros partidos e lideranças dos movimentos sociais e sindicatos que não desejam o retorno ao governo paraense do PSDB, partido que defende os interesses das elites econômicas e que foi responsável pela massacre dos sem terra em Eldorado dos Carajás e que vendeu parte do patrimônio público do estado.

Muito do sucesso ou fracasso deste 2° turno é apostado, tanto pela governadora quanto pelo seu staff na capacidade de “transfusão” de votos que Lula possa fazer em prol de Ana Júlia tanto ou mais do que foi feito em relação a Dilma. Entretanto, se Lula ajudou muito até aqui faz-se necessário uma estratégia que combine a sua capacidade e peso nesta eleição quanto do enfrentamento e afunilamento do embate entre dois projetos antagônicos, ou seja, o neoliberalismo populista de Jatene e do PSDB com o projeto democrático e popular do PT até aqui muito pouco implementado pelo governo.

Esperamos que a novas coordenações de campanha estadual, regional e municipais a serem constituídas nos próximos dias, os programas de radio e TV e a própria candidata tenham a capacidade em direcionar este 2° turno para uma campanha ideológica e militante que envolva, apaixone e acorde da letargia em que foi colocada a militância petista para garantir um exército coeso e decisivo que mais uma vez será testado na sua capacidade em garantir o fôlego final necessário a reviravolta eleitoral rumo a vitória de Dilma presidente e Ana Júlia governadora.

Artigo publicado no jornal Página13 (ediç. eletrônica de outubro)
http://pagina13.org.br/?p=4581

*Marcelo Martins é historiador e integrante da
direção estadual da AE-PA


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1 Response to "Segundo turno no Pará: A batalha mais dura"

  1. EI VCS ESTAO CONTANDO OVO EM BARRIGA DE GALINHA ELA PERDEU EM 98 MUNICIPIOS . SAO QUASE MEIO MILHAO DE VOTOS,A REGEIÇAO DELA E MUITA GRANDE. AQUI EM MARABA QUE ELA FEZ DE TUDO SO TIROU 1500 VOTOS A MAIS DE QUE ELE E ONDE ELA NAO FEZ NADA COMO PARAUAPEBAS LA ELA PEGOU 12 MIL VOTOS.

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