NÃO BASTA CRITICAR A MÍDIA BURGUESA TEMOS QUE CONSTRUIR A MÍDIA POPULAR

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Não é possível imaginar ou racionalmente aceitar os ataques desferidos pelos editoriais, artigos, notícias e panfletos que os jornalões e a mass mídia realizam deliberadamente contra o governo Lula para, tão somente, atingir Dilma Rousseff. Aparentemente isto não parece possível ou crível. Contudo, o desembaraço com que esta mesma mídia burguesa ou de mercado ou, supostamente, “democrática” foi tratada e se relacionou com o governo Lula e do PT nos dão pistas de que ou o Lula, o Governo, e a direção do PT foi leniente, inconfessavelmente parceira desses setores e mesmo apoiadora deles em vários momentos ou em todos os momentos importantes da república no período Lula/PT!? Ou isto é uma ação inesperada, obviamente pouco crível.

Se esta relação não é verdadeira o que explica então o tratamento desleal, policialesco, e agressivo por parte do governo aos setores da mídia popular e democrática, tais como: rádios comunitárias, educativas entre tantas outras perseguidas diuturnamente pela ANATEL e Polícia Federal? Cumprindo assim, um triste papel de fiador do reinado dessa mídia golpista!



A presunção de poder encaminhada e recorrente do governo no trato com o setor da mídia-burguesa e auto-proclamada “”democrática” no melhor ritmo do “é dando que se recebe” nunca funcionou ou funcionaria, contudo, os figurões do governo e entre eles petistas históricos tornaram-se paladinos desses, agora, denunciados por Lula como “golpistas e perseguidores” (do governo, de Lula e Dilma) quando tornaram-se um problema (as vésperas da eleição). Isto demonstra o erro de avaliação e análise sobre as necessidades de avanço e enfrentamento popular com esse auto-proclamado quarto poder.

Para nós da esquerda democrática e popular isto nunca foi uma novidade, afinal desde sempre postulamos uma postura mais séria e equilibrada do governo com eles e por isto mesmo defendemos e defendíamos que o governo fosse a mola propulsora fundamental do fortalecimento das mídias populares como forma de expressão, divulgação, elaboração e produção das camadas excluídas pelo PIG (PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA) e, dessa maneira a voz popular no enfrentamento do projeto de status quo da burguesia multinacional no Brasil. Através, da legalização de centenas de rádios comunitárias que aguardam até hoje sua esperada e necessária regulamentação.

Pagamos caro hoje pelos nossos próprios erros, ou melhor, do setor hegemônico do PT e do governo Lula que, se esqueceu da lição de que a luta não se confina ou reside apenas no momento eleitoral, pois a luta é de classes. Onde, a disputa pela hegemonia social se torna fundamental em todo processo onde disputamos o poder político seja ele institucional ou não.

Devemos aprender com os erros. Para tanto, é necessário que Dilma e o PT apresentem não somente a crítica a construção golpista da mídia-burguesa, mas apresentem e defendam nosso programa de mídia popular e democrática. O que significa, em outras palavras, no avanço de um protocolo que culmine na regulamentação e, portanto, legalização das rádios e TVs comunitárias e educativas para assim, enfrentarmos, com mais propriedade e substância os ataques que jamais falharão destes setores atrasados e nefastos à democracia e as conquistas populares seja de governos ou, principalmente, da luta dos trabalhadores brasileiros.

A mídia popular e a representação de todos os setores sociais na difusão e realização de sua vez e voz é, inclusive, uma realidade em vários países centrais do capitalismo, a exemplo da França, que possui centenas de rádios e TVs com esse caráter e, portanto, algo completamente viável e importante para o fortalecimento da democracia nesses países, somente o enfrentamento dos interesses escusos de meia dúzia de famílias que detêm os principais meios de comunicação de massa no Brasil explicam o que qualificamos hoje como tentativa real e inquestionável de golpe.

Devemos assim, avançar para muito além do “controle social” dos grandes meios de comunicação dando vez e voz a maioria da sociedade excluída do processo de autoconstrução de sua identidade, imagem e, portanto, vida. Pois enquanto, cada vez mais esses meios populares são censurados, cassados e perseguidos a mídia burguesa avança sem tréguas para nos derrotar e ainda recebem gordos soldos para as suas tarefas golpistas.

Não é possível ou aceitável que fiquemos nós apenas no denuncismo ou “chorando pelos cantos”, devemos sim partir para o enfrentamento, mas pela esquerda.

Marcelo Martins
Historiador


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1 Response to "NÃO BASTA CRITICAR A MÍDIA BURGUESA TEMOS QUE CONSTRUIR A MÍDIA POPULAR"

  1. Face a reflexão em questão, replico minha avaliação no post: "MAIS RÁDIOS FECHADAS EM CAMPINAS (SP)" de autoria da ABRAÇO, com finalidade de ratificar o entendimento.

    Comentário em 18/08/2010:

    Assim como a sociedade civil organizada polarizou, através de uma instrumentação de base popular, o processo de intervenção do Estado nas relações econômicas, sociais e culturais, constituindo dessa forma o terceiro setor (ONG’S, OSCIP’S OS’S , Sindicatos e Associações), tenho o entendimento de que as rádios comunitárias são instrumentos suficientemente capazes para polarizar a seara da informação, e a consequente disputa de formação da opinião pública, ante a hegemonia do capital privado tendencioso as práticas neoliberais e reacionárias no Estado brasileiro.

    Assim como os trabalhadores do seguimento de transporte alternativo, no circuito dos grandes centros urbanos, souberam explorar as fissuras de ordem econômica-estrutural deixadas pelo capital concessionário (Estado x Capitalistas), ações repressoras do Estado, para com os meios de comunicação de base, não poderão conter, por muito tempo, uma lógica de proliferação da comunicação alternativa, que nos parece tomar corpo no seguimento da comunicação, face ao franco processo ascensão da necessidade de informação local de base, combinado com decadência da velha mídia.

    Enquanto o Estado preocupa-se com o controle do conteúdo da informação, como forma de democratizar a comunicação no país, deveria instituir mecanismos, desburocratizados, que permitam as bases sociais constituírem seus instrumentos de informação em expansão, oportunizando a opinião pública a ter uma nova forma de avaliar, os movimentos sociais em suas iniciativas de luta, por exemplo.


    Belém-PA, 18 de Agosto de 2010.


    Marcello Santos Chaves
    Militante do Partido dos Trabalhadores

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