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Confesso meus erros sobre o papa Francisco

Agência Efe

 Por Breno Altman
Venho de uma família judia cevada nas ideias socialistas e no ateísmo há quatro gerações.

O último da minha linhagem a acreditar em Deus deve ter morrido no início do século passado.
Para mim, o Natal é uma data sem qualquer significado especial, ainda que tenha aprendido a respeitar aqueles que celebram nascimento de Jesus.
Mas quero aproveitar esta véspera natalina para uma confissão.

Há ano e meio escrevi, para o Opera Mundi, artigo dos mais furados de minha vida jornalística. O título diz tudo, basta clicar para ter acesso ao texto: “Papa Francisco é a contrarrevolução moderna”.
Eu sei que não é costume muito apreciado na minha profissão o reconhecimento dos erros.

Pertencemos, afinal, àquele grupo de carreiras no qual a credibilidade depende de acerto nas informações e previsões.
Quando se mete o pé na jaca, normalmente a saída é espremer a realidade na camisa de força dos textos que escrevemos.
Ou deixar o tempo passar, torcendo para que os leitores se esqueçam das barbaridades cometidas.

No limite, concede-se um “erramos” sem muita visibilidade, para fazer constar.
O equívoco, porém, foi tão estapafúrdio que seria vergonhoso não admiti-lo de público.
Não porque vá fazer diferença para alguém. Apenas pelo desejo de ficar em paz com minha consciência.

A síntese da análise escabrosa está no parágrafo abaixo, no qual comentava o pensamento do novo pontífice, então recém-eleito:
“Não há qualquer diferença de abordagem…daquela pregada por João Paulo II e Bento XVI. Continuam de pé os mesmo dogmas: a centralidade da fé religiosa sobre os problemas políticos e sociais, o combate irascível contra o direito das mulheres à interrupção da gravidez e a afirmação da heterossexualidade como única relação erótico-afetiva possível.”

Querem mais?

“Despida de ritos aristocráticos e confrontando a antiga cúria corrupta, a Igreja Católica apresenta-se com uma face nova, capaz de cativar o mundo para as mesmas ideias de sempre.”
Ou ainda…
“O estilo de Francisco…traz jovialidade, simpatia e humildade à linguagem carcomida de seus antecessores. Apesar de refutar qualquer alteração ao conjunto de decisões que tiraram correntes católicas do apoio às batalhas populares, sua oratória a favor dos pobres rejuvenesce o Vaticano.”

Para arrematar assim:
“A direita encontra, nesta renovação, bom motivo para entusiasmo. Um papa fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer estratégia de redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda, especialmente na América Latina.”

Desde então, o papa Francisco desmentiu praticamente todas estas arrogantes previsões.
Além de enfrentar a corte vaticana e seus interesses, se lançou em cruzada para levar o catolicismo de volta ao convívio com os movimentos populares, abraçando sua causa.

Luta para reformar o discurso da Igreja sobre direitos civis, incluindo temas outrora proibidos, como o acolhimento da diversidade sexual e a defesa da saúde feminina frente aos dogmas religiosos.
Estendeu sua mão para a esquerda latino-americana, apoiando experiências progressistas e desautorizando o vínculo de organizações católicas às conspirações conservadoras.

Como se não bastasse, o papa Francisco foi decisivo nas tratativas que levaram os Estados Unidos a reatar relações diplomáticas com Cuba, mais de cinquenta anos depois da ruptura.
Paguei o mico de compará-lo a seus antecessores, patriarcas da reação ultramontana que se instalou na Igreja desde os anos oitenta.

A comparação pertinente, no entanto, seria com a era de João XXIII, que liderou reforma da instituição nos anos sessenta e abriu espaço para a Teologia da Libertação.
O papa argentino, aliás, pode ter menos força que o chefe do Concílio Vaticano II, mas seu programa é mais profundo e herético.

O primeiro a tentar abrir meus olhos sobre os enganos que cometia e divulgava foi João Pedro Stédile, o bravo líder do MST e da Via Campesina, atualmente um dos principais interlocutores leigos de Francisco.

Demorei a lhe dar ouvidos. Aos poucos, contudo, fui me dando conta que havia sido contaminado por preconceitos e desvarios.
Vivendo e aprendendo.

Hoje reconheço que o papa lidera revolução no catolicismo, que deve ser observada e partilhada pelas forças progressistas do planeta.
Não sei se será vitorioso, pois as correntes retrógradas parecem ainda possuir imensas fortalezas.

O que importa, contudo, é que a Missa do Galo será rezada esta noite, pelo segundo ano consecutivo, por um papa que tem revelado compromisso com os pobres e as mudanças.

Quanto a mim, se cristão fosse, caberia alguma penitência pelas conclusões açodadas de 2013.

A vantagem dos ateus é que basta a autocrítica.


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Estelionato eleitoral da revista Veja: a fraude que o PSDB esconde

Estelionato eleitoral da revista Veja: a fraude que o PSDB esconde

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Se alguma dúvida existe sobre esta eleição é a de quantos votos Aécio realmente recebeu de forma limpa, sem a manipulação gerada por uma fraude. 

Por Antonio Lassance - Carta Maior:

O PSDB se prestou ao papel ridículo de colocar em dúvida a urna eletrônica e a lisura do processo eleitoral brasileiro. A razão? Boatos. De onde? Das redes sociais. Com a coerência que lhe é peculiar, o Partido tomou essa iniciativa só depois de ser informado de sua derrota. Para o PDSB, lisura é quando eles ganham as eleições. A petição feita pelo PSDB merece moldura. É a confissão de um partido que se reivindica a reencarnação da UDN, com o mesmo golpismo e o mesmo gosto por questionar resultados das urnas com ameaças jurídicas que, em qualquer tribunal, deveriam ser consideradas litigância de má fé. Se é assim que o PSDB prefere, que sobre ele recaia a maldição que acompanhou a UDN do início ao fim: a maldição de sempre perder eleições presidenciais.

Mas todos esperamos que o Judiciário realmente tome providências sobre algumas questões que abalaram o processo eleitoral brasileiro da maneira mais abjeta. A primeira delas foram os ataques de ódio perpetrado contra pobres, nordestinos e nortistas. Muitos deles são crimes explícitos e inafiançáveis.
O PSDB, mais uma vez fingindo que não sabe o que acontece neste país - enquanto acusa a maioria dos brasileiros de ser desinformada -, protocolou ação para que fosse investigada a origem de quem postava tais comentários.
Esperamos que a Justiça informe ao PSDB o óbvio: de que foram alguns de seus mais fiéis eleitores que fizeram isso, devidamente paramentados de adesivos e avatares de seu candidato, Aécio Neves.
Um vereador do PSDB da capital paulista, Paulo Telhada, esbravejou contra o resultado da eleição e propôs a separação do Sul e de parte do Sudeste.
Parece que Minas e Rio não seriam mais aceitos nesse cordão sanitário tucano. Aécio, que mora no Rio e pousa de vez em quando em Minas, doravante %u20Bprecisaria de passaporte e visto de turista - nada mais justo
O PSDB, que é tão atento às redes sociais, ainda não se manifestou sobre a mensagem que tornou-se viral (nome bem adequado) de uma de suas eleitoras que, ao anunciar estar trocando o Brasil pela Disney, acusou a maioria dos brasileiros de ser formada por "miseráveis, imbecis e burros".
A quem, nas redes sociais, o PSDB anda dando ouvidos?
Realmente, é preciso reconhecer, houve uma grande fraude eleitoral nesta eleição e que alterou significativamente o resultado: foi a insidiosa matéria da revista da Marginal Pinheiros, que produziu uma capa notoriamente mentirosa para ser usada por seu candidato e distribuída como panfleto no meio da rua.
Algo que serviu para ser usado por Aécio em seu último debate e também em seu último programa eleitoral de rádio e tevê.
A fraude foi também replicada em manchetes de jornais, telejornais e programas de rádio - como se fosse notícia, como se fosse jornalismo, como se fosse sério.
Serviu, como foi amplamente documentado, para o PSDB imprimir e distribuir no meio da rua por seus cabos eleitorais, em sua campanha de boca de urna.
O panfleto com a capa de Veja foi o mar de lama que correu a céu aberto no sábado e no domingo.
O PSDB e sua coligação deveriam ser investigados pelo descumprimento da decisão do TSE que impediu a divulgação da revista, considerada, com razão, propaganda paga do candidato.
Os recursos utilizados para esse fim deveriam ser devolvidos ao fundo partidário, com juros e correção.
Se alguma dúvida existe sobre esta eleição é a de quantos votos Aécio realmente recebeu de forma limpa, sem a manipulação gerada por uma fraude que entra para a História como uma das piores já montadas para se tentar eleger um presidente.
Acesse Blog da #Dilma no Facebook: https://www.facebook.com/BlogDilmaRousseff




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PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA  PARA QUE NÃO SE REPITA

PARA QUE NÃO SE ESQUEÇA PARA QUE NÃO SE REPITA

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Uma das passagens que eu mais gosto no clássico Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez, é quando os moradores de Macondo são acometidos pela doença do sono. Sem poder dormir, eles passam a trabalhar sem descanso, e isso faz de Macondo uma cidade próspera e rica. Com o passar dos dias, porém, a falta do sono leva os moradores a terem problemas com esquecimento. A tal ponto que eles se esqueciam até do nome das coisas. Então eles tinham que escrever nas coisas os seus nomes, para que se lembrassem: mesas, cadeira, cama... Com o tempo, isso só já não bastava, porque o nome estava escrito, mas eles não lembravam para que serviam. E ai tinham que escrever o nome e a utilidade dos objetos: isso é uma cadeira, onde nos sentamos; uma cama, onde deitamos; uma mesa, onde apoiamos a comida... Em determinado momento, apesar das riquezas, da cidade mais bela, o povo de Macondo se viu impelido a buscar uma cura pra sua doença. Não por causa do cansaço, não pelo incômodo do esquecimento, mas porque sentiam falta dos sonhos.
Ontem, 10 de dezembro de 2014, é um dia para ficar registrado na História do Brasil. A Comissão Nacional da Verdade, após um longo trabalho, apresentou seu relatório final acerca do período em que o Brasil esteve sob uma ditadura militar. No papel, os nomes das vítimas e dos algozes. Lá está registrado o nome dos que morreram, os que foram torturados, os que nunca mais foram vistos. As circunstâncias em que tudo isso aconteceu. E por ordem de quem, pelas mãos de quem, com o apoio de quem tudo isso foi feito.
Não seremos mais acometidos pelo esquecimento. Como Macondo, o Brasil pode reencontrar seus sonhos.

Marcelo Mascarenha


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Bancada do PT solidariza-se com Maria do Rosário e repudia “ato torpe” de Bolsonaro

Bancada do PT solidariza-se com Maria do Rosário e repudia “ato torpe” de Bolsonaro

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O líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), repudiou ontem, em plenário, o discurso do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), no qual fez apologia do estupro e ameaçou a deputada Maria do Rosário (PT-RS). “Hoje esse senhor cometeu mais um ato torpe ao declarar que ‘não estuprava a deputada Maria do Rosário porque ela não merece’”, disse Vicentinho. Para ele, essa conduta deixa transparecer que a Bolsonaro é “admissível a ideia de assumir o papel de estuprador”, condicionada a agressão ao  “merecimento” da vítima. Na opinião do líder, a conduta de Bolsonaro evidencia “a covardia que é tão típica dos estupradores”.

Ele anunciou que a Bancada do PT vai ingressar com representação no Conselho de Ética da Câmara, por quebra de decoro parlamentar, e também vai tomar todas as medidas judiciais cabíveis contra Bolsonaro, que é ex-militar e declaradamente defensor de ditaduras. “No âmbito do Parlamento e do Judiciário, todas as iniciativas serão tomadas por nós, parlamentares da Bancada do PT, já que as declarações – ameaças – de Bolsonaro demonstram total desrespeito à condição de representante do povo deste País”.

Barbárie – Segundo Vicentinho, “Bolsonaro é representante, no Parlamento, de um outro estágio civilizatório: um que a sociedade brasileira felizmente superou, mas que não está enterrado porque tem nesse senhor sua cria, a destilar a grosseria, o ódio, o desrespeito e a violência próprios dos tempos de barbárie”.

O líder do PT lembrou que hoje, dia 10, comemora-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, “um valor estranho a esse senhor: tudo o que está em sua mente e em sua boca é maldade e depravação, marcas indeléveis do regime de usurpadores e torturadores que ele tanto defende”. Vicentinho frisou que a Constituição brasileira prevê punição para práticas discriminatórias que atentem contra os direitos e liberdade fundamentais.
“O artigo 1º da Carta Magna fundamenta-se, entre outros valores, na cidadania e na dignidade da pessoa humana e no pluralismo político”, disse. “A barbárie cometida hoje no plenário da Câmara ofende a cidadania brasileira e as consciências das pessoas que lutam por uma sociedade civilizada, tolerante e democrática”.
Regime militar – O discurso em que o deputado ex-militar ofendeu a deputada Maria do Rosário, ex-ministra dos Direitos Humanos, ocorreu depois que ela ressaltou na tribuna a importância da Comissão Nacional da Verdade – que investiga crimes políticos cometidos sobretudo durante o regime militar que vigorou entre 1964 e 1985. Há alguns anos, como lembrou Vicentinho, Bolsonaro ameaçou bater na deputada Maria do Rosário.

As graves ofensas de Bolsonaro contra a deputada Maria do Rosário provocaram fortes reações de desagravo e indignação na Bancada Feminina na Câmara. A deputada Iriny Lopes (PT-ES), vice-líder da Bancada, reiterou que a postura de Bolsonaro será denunciada além das instâncias da Câmara dos Deputados.
“Vamos denunciar e pedir providências à polícia, ao Ministério Público e ao Judiciário para penalizar o deputado Bolsonaro, porque ele extrapolou a prerrogativa parlamentar de opinião para agredir, intimidar uma deputada. E isso o Regimento Interno não o protege. Vamos levar também para o Conselho de Ética da Casa, mas não é suficiente. Queremos levá-lo aos tribunais”, enfatizou.




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Datafolha: para 66% no país, democracia é melhor regime

Datafolha: para 66% no país, democracia é melhor regime

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 Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que, para 66% dos brasileiros, a democracia é a melhor forma de governo. O levantamento aponta ainda que 15% dos entrevistados não souberam opinar sobre o que consideram o melhor regime. Apenas 12% afirmam que o regime ditatorial é melhor do que a democracia em algumas circunstâncias.
Com relação ao grau de instrução dos entrevistados, dos que estudaram até o ensino fundamental, 57% disseram acreditar na democracia como a melhor forma de governo. Nesta faixa, também subiu para 19% o índice dos indiferentes quanto ao regime vigente. Já entre os entrevistados com ensino superior completo, 80% concordaram que a democracia é a melhor forma de governo em qualquer circunstância. Nesta faixa, apenas 7% disseram enxergar a ditadura como melhor opção.
 A pesquisa foi realizada entre 2 e 3 de dezembro, que entrevistou 2.896 pessoas em 173 municípios. Pelo menos 7% dos entrevistados não souberam responder às perguntas.
 
 
 

 




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PT - RESOLUÇÃO POLÍTICA  REUNIÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL

PT - RESOLUÇÃO POLÍTICA REUNIÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL

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A reeleição da companheira Dilma Rousseff para presidir o Brasil até 31 de dezembro de 2018 é uma grande vitória do povo brasileiro. Uma vitória comemorada por todos os setores democráticos, progressistas e de esquerda no mundo e, particularmente, na América Latina e no Caribe. Uma vitória sobretudo do PT e do nosso projeto, o projeto democrático popular, que conquista um quarto mandato, algo que nenhuma outra força política havia alcançado até agora no País.

Foi uma disputa duríssima, de caráter ideológico, contra adversários apoiados pela direita, pelo oligopólio da mídia, pelo grande capital e seus aliados internacionais. Vencemos graças à consciência política de importantes parcelas de nosso povo, da mobilização da antiga e da nova militância de esquerda, da participação de partidos de esquerda e da dedicação e liderança do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma. Nossa candidata soube conduzir a campanha com firmeza e sem recuos, mesmo nos momentos mais difíceis. O enfrentamento com o adversário em debates comprovou o preparo e a diferença da nossa presidenta para vencer os desafios da atual conjuntura.
 
A oposição, encabeçada pelo PSDB e seu candidato, além de representar o retrocesso neoliberal, incorreu nas piores práticas políticas: o machismo, o racismo, o preconceito, a intolerância, o saudosismo da ditadura militar, representou também, os interesses da grande finança nacional e internacional. Enfrentamos uma campanha política sórdida de ataques ao partido, disseminada pelo antipetismo e traduzida no ódio ao PT.
 
Inconformada com a derrota, a oposição cai no ridículo ao questionar o resultado eleitoral no TSE.
Ainda ressentida, insiste na divisão do País e investe contra a normalidade institucional. Mais do que isso, empenha-se em impor ao nosso governo o programa derrotado nas urnas, manobrando no Congresso e na mídia, contra as medidas necessárias para enfrentar os impactos da crise econômica internacional em nosso país.
 
Para afastar manobras golpistas e assegurar à presidenta Dilma um segundo mandato ainda melhor que o primeiro, é preciso entender o recado das urnas: o povo quer mudanças e confia em que o nosso governo deve faze-las, pois foi com Lula e Dilma que as mudanças se iniciaram.
No processo de balanço das eleições é preciso analisar os resultados dos pleitos estaduais, majoritárias e proporcionais; o comportamento das classes e setores sociais na campanha; o papel dos movimentos sociais; a atuação dos partidos políticos, inclusive a dos aliados; a movimentação do campo democrático-popular; a batalha da cultura e da comunicação; a mídia e as redes sociais — enfim, variáveis importantes não apenas para avaliar o resultado eleitoral, mas, sobretudo, para construir uma estratégia e um novo padrão de organização-atuação, necessários para seguir governando, indispensáveis para continuar transformando o Brasil.
É urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia. Para tanto, antes de tudo é preciso dialogar com o povo, condição vital para um partido de trabalhadores.
Além da quarta vitória eleitoral consecutiva – um fato inédito na história brasileira – podemos considerar um quinto êxito do nosso projeto. Foi a maneira como enfrentamos a crise de 2008, que se prolonga até hoje. Em contraste com as medidas de austeridade impostas pelo neoliberalismo na Europa e EUA, nossos governos não transferiram o ônus da crise dos rentistas para os trabalhadores e a população em geral.
Ao contrário, Lula e Dilma fortaleceram o mercado interno, ampliaram o peso do sistema financeiro público em detrimento da banca privada, promoveram o aumento real do salário mínimo, asseguraram o nível de emprego, sustentaram os programas sociais, reduziram as desigualdades sociais e, ainda, fortaleceram todas as iniciativas voltadas para a construção de uma nova ordem internacional. O banco e o fundo de compensação dos BRICS são exemplares nesse sentido.
Diferentemente da campanha de 2010, quando temas religiosos e comportamentais resultaram numa certa despolitização, a campanha de 2014 foi altamente politizada e polarizada. Ganharam evidencia temas relevantes, como combate a homofobia, a reação às propostas de independência do Banco Central, o embate sobre a participação social, a reforma política e a democratização da mídia monopolizada. Articuladas com os movimentos sociais organizados, pautas históricas da luta dos trabalhadores explicitaram a disputa de projetos.
Fechado o caminho para o factoide da “nova política” e da terceira via, abriu-se o campo para emergência de uma nova direita, representada por grandes empresas de comunicação, corporações profissionais da elite, todos unidos organizadamente em um bloco de classes reacionário e antipopular.
A despeito da resistência antipetista, conseguimos fazer avançar o programa democrático e popular, apoiando a luta contra a homofobia, o machismo e o racismo que ocuparam espaço político e ideológico central na disputa, imprimindo outro viés à luta de classes.
A vitória maiúscula no plano federal não deve, contudo, ocultar algumas debilidades do nosso partido e do campo popular. Ainda que tenhamos obtido a maior votação para a Câmara dos Deputados e para as Assembleias, o fato é que caiu nosso voto de legenda e houve uma redução significativa nas bancadas de deputados do partido. Ampliamos o peso populacional e econômico nos estados que governamos, mas deixamos que reeleger dois governadores e perdemos eleição em vários municípios governados pelo PT.
É preciso compreender também, que nossa vitória não nos exime de analisar em profundidade as razões que levaram a resultados negativos apesar das conquistas sociais dos últimos anos. Não há dúvida de que a melhoria dos serviços públicos e a retomada de marcas do modo petista de governar – se formos capazes de vencer estes desafios – devem contribuir para reverter os reveses sofridos.
Nosso maior desafio agora é criar as condições para que a Presidenta Dilma possa fazer um segundo mandato superior ao primeiro. Para isso, será necessário, em conjunto com partidos de esquerda, desencadear um amplo processo de mobilização e organização dos milhões de brasileiros e brasileiras que saíram às ruas para apoiar Dilma Rousseff, mas também para defender nossos direitos humanos, nossos direitos à democracia, ao bem estar social, ao desenvolvimento, à soberania nacional.
Precisamos construir uma nova governabilidade democrática, que passe pelo parlamento e deve estender-se pelos movimentos sociais e pela participação organizada da população. Nesse sentido, é fundamental continuar a democratizar a economia e a sociedade (através da distribuição de renda e da inclusão social) e, ao mesmo tempo, democratizar o Estado (com a reforma política, o combate à corrupção, a democratização dos meios de comunicação e com a participação social).
É vital reformar e desburocratizar o Estado, a fim de assegurar melhores condições de vida para a população, negociando um novo pacto federativo e mudanças constitucionais, para garantir segurança pública e saúde pública de qualidade.
As eleições de 2014 reafirmaram a validade de uma ideia que vem desde os anos 1980: para transformar o Brasil, é preciso combinar ação institucional, mobilização social e revolução cultural.
O Partido dos Trabalhadores, como principal partido da esquerda brasileira, está convocado a encabeçar este processo de mobilização cultural, social e política. Que exigirá renovar nossa capacidade de
compreender a sociedade brasileira, a natureza do seu desenvolvimento capitalista, a luta de classes que aqui se trava sob as mais variadas formas.
Realizar a fundo um balanço como propomos demandará um certo tempo, necessário para analisar variados aspectos, consolidar os dados mensuráveis, ouvir as distintas opiniões, produzir uma reflexão à altura do processo extraordinariamente rico que vivemos, só comparável à campanha de 1989.
O 5º Congresso do Partido dos Trabalhadores deve converter-se neste processo de diálogo entre o Partido e estes milhões que foram às ruas defender a reeleição de Dilma Rousseff. Um diálogo tanto com os petistas quanto com aqueles que não são do PT e que criticam, sob diferentes ângulos, nosso Partido.
Cabe ao Diretório Nacional do PT, desencadear um processo que preveja debates abertos a toda a militância que se engajou em defesa da candidatura Dilma, bem como um momento final que possibilite a síntese e o salto de qualidade tão necessários para que o Partido seja capaz de, tanto quanto superar seus problemas atuais, contribuir para que o segundo mandato de Dilma seja superior ao primeiro. Assim, o PT convocará a sua militância, simpatizantes e amigos, a participarem da agenda do 5º Congresso em 2015. Com humildade e determinação, chama a todos a debater e ajudar a agenda de mudanças e reformas, como a tão necessária reforma política.
Porém, certas medidas, impostas pela realidade internacional e nacional, mas principalmente pela atitude de reação permanente da oposição, precisam ser tomadas imediatamente.
Por isso, propomos:
a) Adotar iniciativas para dar organicidade ao grande movimento político-social que venceu o segundo turno das eleições presidenciais. Compor uma ampla frente onde movimentos sociais, partidos e setores de partidos, intelectuais, juventudes, sindicalistas possam debater e articular ações comuns, seja em defesa da democracia, seja em defesa de reformas democrático-populares;
b) Priorizar ações de comunicação, fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas redes sociais. Integrar nossas ações de comunicação com o rico movimento cultural em curso no País;
c) Relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional;
d) Organizar caravanas a Brasília para realizar uma grande festa popular no dia da segunda posse da presidenta Dilma Rousseff;
e) Realizar o III Congresso Nacional da Juventude do PT em 2015, consolidando a organização da JPT e aprofundando o debate sobre o papel estratégico da JPT no cenário partidário e na sociedade.
Reafirmar o compromisso do PT com a seguinte plataforma:
a) A reforma política, precedida de um plebiscito, através de uma Constituinte exclusiva;
b) Neste sentido, desde já o PT conclama os movimentos sociais a se dirigirem à Câmara de Deputados a fim de convencerem os parlamentares a aprovarem o projeto de Decreto Legislativo encaminhado pela presidenta Dilma de convocação do plebiscito. Do mesmo modo a aprovação do plebiscito oficial apresentado pela campanha da Constituinte. Além disso, apoia a declaração de inconstitucionalidade do financiamento empresarial às campanhas eleitorais em curso no Supremo Tribunal Federal;
c) Democracia na comunicação, com uma Lei da Mídia Democrática;
d) Democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos. O governo precisa dar continuidade à participação social na definição e acompanhamento das políticas públicas e tomar as medidas para reverter a derrubada da Política Nacional de Participação Social, objeto de um decreto presidencial cancelado pela maioria conservadora da Câmara dos Deputados no dia 28 de outubro de 2014;
e) A agenda reivindicada pela Central Única dos Trabalhadores, na qual se destacam o fim do fator previdenciário e a implantação da jornada de 40 horas sem redução de salários;
f) O compromisso com as reformas estruturais, com destaque para a reforma política, as reformas agrária e urbana, as reformas do sistema prisional e socioeducativo, a desmilitarização das Polícias Militares;
g) Salto na oferta e na qualidade dos serviços públicos oferecidos ao povo brasileiro, em especial na educação pública, no transporte público, na segurança pública e no Sistema Único de Saúde, sobre o qual reafirmamos nosso compromisso com a universalização do atendimento e o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para a saúde pública;
h) Ampliar a importância e os recursos destinados às áreas da comunicação, da educação, da cultura e do esporte, pois as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais precisam criar raízes no tecido mais profundo da sociedade brasileira;
i) Reafirmar o compromisso com o modelo de desenvolvimento que seja economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente sustentável;
j) Proteção dos direitos humanos de todos e de todas. Salientamos a defesa dos direitos das mulheres, a necessidade de criminalizar a homofobia, o enfrentamento dos que tentam criminalizar os movimentos sociais. Afirmamos o compromisso com a revisão da Lei da Anistia de 1979 e com a punição dos torturadores. Assim como com a reforma das polícias e a urgente desmilitarização das PMs, cuja ineficiência no combate ao crime só é superada pela violência genocida contra a juventude negra e pobre das periferias e favelas. Neste sentido, reafirmamos a necessidade da aprovação do PL4471, que versa sobre o Fim dos Autos de Resistência;
k) Aprofundar e ampliar o debate sobre uma política pública sobre drogas, acerca de experiências como “De braços abertos”, da Prefeitura de São Paulo, uma experiência humanizada e que, tendo como objetivo a promoção da reinserção social, ainda evita o encarceramento em massa;
l) Total soberania sobre as riquezas nacionais, entre as quais o Pré-Sal, e controle democrático e republicano sobre as instituições que administram a economia brasileira, entre as quais o Banco Central, a quem compete entre outras missões combater a especulação financeira.
 
O Partido dos Trabalhadores considera que são medidas políticas e diretrizes programáticas amplas, envolventes, de natureza mais social que institucional, que farão a diferença nos próximos quatro anos.
Desde 1989, o PT polariza as eleições presidenciais. Nas sete eleições presidenciais realizadas desde então, perdemos 3 e vencemos 4. Mas esta de 2014 foi a mais difícil já disputada por nós, em que ganhamos enfrentando um vendaval de acusações não apenas sobre nossa política, mas sobre nosso partido. Neste sentido, o Partido tem que retomar sua capacidade de fazer política cotidiana, sua independência frente ao Estado, e ser muito mais proativo no enfrentamento das acusações de corrupção, em especial no ambiente dos próximos meses, em que setores da direita vão continuar premiando delatores.
 
O PT deve buscar participar ativamente das decisões acerca das primeiras medidas do segundo mandato, em particular sugerir medidas claras no debate sobre a política econômica, sobre a reforma política e em defesa da democracia nos meios de comunicação. É preciso incidir na disputa principal em curso neste início do segundo mandato: as definições sobre os rumos da política econômica.
 
Ao mesmo tempo, não podemos descuidar da luta institucional, sobretudo quando setores da oposição tentam obstruir as iniciativas do nosso governo em várias frentes, na tentativa de barrar o avanço do nosso projeto de desenvolvimento para o país.
O PT precisa estar à altura dos desafios deste novo período histórico. Sobretudo, precisa honrar a confiança que, mais uma vez, o povo brasileiro depositou em nós. Não o decepcionaremos: com a estrela vermelha no peito e um coração valente, avançaremos em direção a um Brasil democrático-popular.
 Fortaleza, 28 e 29 de novembro de 2014
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores


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