ELEIÇÃO 2014: Simão Jatene X Hélder Barbalho

ELEIÇÃO 2014: Simão Jatene X Hélder Barbalho

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Os dois são mais do mesmo 
(Página 13, Nº 133 - JULHO/2014, pg. 16)

Marcelo Martins* 

No Pará, o governador tucano Simão Jatene vê desaparecer seu poder e apoios. A “magia do poder” esvai--se por entre aliados que se vão, táticas desastrosas e a alta desaprovação do seu governo (em dezembro de 2013 ocupava o 4° lugar em desaprovação, segundo pesquisa do CNI/IBOPE).
Isso resulta da aplicação do “modo tucano de governar”: estado mínimo, baixo investimento em políticas sociais, sucateamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança etc.

Jatene e seu governo padeceram ainda dos efeitos do enorme desgaste causado pelo plebiscito sobre a divisão do Pará e a criação de dois novos estados: Carajás e Tapajós, ainda em 2011. Afinal, a postura do governador, de inicialmente manter neutralidade, foi rompida com seu engajamento na vitoriosa campanha pelo voto no “NÃO à divisão”, assim eliminando as chances dos “carajaenses e tapajônicos” possuírem um estado. Os rancores e mágoas creditados à influência do mandatário no resultado final do plebiscito sobreviveram ao pleito.

Outro fator desestabilizador da campanha dos tucanos foi a disputa interna pelos rumos do PSDB, entre Jatene e o senador tucano Mário Couto (candidato à reeleição), que ameaçou “bater chapa” (e outras coisas) com o governador, caso não fosse ungido por ele e seu governo como prioridade nestas eleições. Apesar da pacificação circunstancial entre os dois, os problemas permanecem com a proliferação de mais três candidaturas ao Senado da coligação do governador.

PMDB, PT e DEM
A maioria que controla a direção do Partido dos Trabalhadores no Pará optou por um acordo, estabelecido na surdina ainda em 2013, através de seus representantes: Beto Faro (AS), Paulo Rocha (UL) e Zé Geraldo (CNP), e membros da direção nacional do CNB (Construindo um Novo Brasil), com o senador Jader Barbalho, para eleger seu filho e herdeiro político (Hélder) governador do estado do Pará.

Segundo apuramos com dirigentes de dois desses grupos, o PT receberia em troca “30% num futuro governo Hélder”, que possui como candidato a vice-governador, o deputado federal Lira Maia (do Democratas), além de receber apoio à eleição do ex-deputado Paulo Rocha/PT ao senado.

Essa escolha é justificada em grande medida pela capitulação a compreensão da direita e da mídia conservadora, que toma por “um desastre”, “uma tragédia”, a experiência do Partido no comando do governo do Pará entre 2007-2010, donde surge a conclusão de que por essa razão não teríamos condições de concorrer novamente ao governo, com chances eleitorais. O que explica a antecipação da decisão independente da análise da conjuntura eleitoral e mudanças favoráveis ao Partido em 2014.

Essas eleições 2014, portanto, se darão em torno de duas candidaturas de viés conservador: por um lado o atual governador Simão Jatene na coligação “juntos com o povo” (PSDB, PSD, PSB, PP, SD, PRB, PSC, PTB, PPS, PEN, PMN, PTC, PSDC, PT do B e PRP) e por outro lado Hélder Barbalho “todos pelo Pará” (PMDB, PT, DEM, PR, PDT, PROS, PHS, PC do B, PSL, PPL e PTN). Nenhuma expectativa de transformação política, social e econômica, Jatene ou Hélder são mais do mesmo.

Ao desistir da candidatura própria disputar as eleições ao governo do Pará e optar por aliar-se ao PMDB de Hélder Barbalho e ao DEM de Lira Maia, o PT não só contraria a decisão do 4° Congresso do PT (Resolução sobre Tática e Política de Alianças), mas abre mão de se colocar como uma alternativa transformadora de esquerda aos paraenses.

Os efeitos que esse giro à direita operado pela maioria na direção terá nos petistas (militantes e filiados), simpatizantes e no eleitorado petista em breve será conhecido em sua amplitude, mas desde já é possível prever que o PT terminará de 2014 menor, mais dividido e menos influente na sociedade do que iniciou ente ano.
A Articulação de Esquerda do Pará publicou nota em que se posiciona publicamente sobre os rumos eleitorais do Partido (ver: http://artesquerda.blogspot. com.br/2014/07/nota-da-articulacao-de-esquerda-do-para.html), onde reafirma o seu compromisso prioritário com a reeleição da companheira Dilma Rousseff (13), com a eleição de Cláudio Puty (dep. Federal 1310) e Regina Barata (dep. Estadual 13.611).

Paulo Rocha senador, com DEM na chapa (foto de Gustavo Bezerra)
________________
Marcelo Martins*
*Marcelo Martins é historiador e membro
da Direção Estadual da Articulação de
Esquerda/Pará

Leia o Página 13 na íntegra:  http://goo.gl/oBf7Hq


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Saiu o Página 13 de julho 2014! Leia aqui!

Saiu o Página 13 de julho 2014! Leia aqui!

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EDITORIAL

Não teve hexa. Mas teve Copa!
Sem poder falar do futuro que pretendem construir e sem poder falar do seu próprio passado – quando implementaram no Brasil o programa neoliberal - o que resta para a oposição de direita é criticar “tudo isto que está aí”, combinando a denúncia de problemas (reais ou não), a manipulação midiática e a sabotagem ativa, para criar um ambiente de crise, deterioração e caos.

Por isto o oligopólio da mídia anda tão crítico quanto à realidade brasileira.

Por isto falaram que “não vai ter Copa”, por isto torceram abertamente para que ocorresse algum desastre que prejudicasse a competição, por isto tentaram (ainda que sem sucesso) “capitalizar” os xingamentos à presidenta no jogo de abertura, por isto comemoraram a eliminação da seleção brasileira, por isso (e não por razões futebolísticas) direcionaram suas simpatias à Alemanha na final.

O objetivo do oligopólio da mídia era e segue claro: reforçar o ambiente negativo do qual se nutrem as candidaturas da oposição de direita.

Deste ponto de vista, não tiveram êxito: não teve hexa, mas teve Copa, que segundo muitos especialistas,dentro e fora do Brasil, foi das melhores realizadas até hoje. Por isto, embora já exista gente cobrando o atraso nas obras das Olimpíadas (!!!), este flanco está defendido, ainda que se faça necessário um balanço do conjunto da obra, pois a condução das obras, as concessões à Fifa, o estado da CBF, o desempenho do time e “principalmente” a composição social predominante nos estádios merecerá muita reflexão e principalmente medidas concretas.

Para além da Copa, a questão para o governo e para o PT não está apenas na defesa (geralmente mal conduzida), mas no ataque. Como demonstram vários textos desta edição de Página 13, a linha geral da campanha não está à altura do objetivo de reeleger Dilma em condições dela realizar um segundo mandato superior ao primeiro.

E por falar em reação à altura: Página 13 se soma a todos os que repudiam os ataques do governo de Israel contra a população palestina residente na Faixa de Gaza.
Para este ataque, o pretexto foi o assassinato de três jovens israelenses.
Não fosse este, seria outro. Pois o que está em jogo é inviabilizar o Estado, roubar o território e exterminar a população da Palestina.

Como sempre ocorre, há quem critique o ataque de Israel contra Gaza como “desproporcional”. Não sabemos se esta palavra foi usada a respeito de Guernica, Lídice e Varsóvia. De nossa parte, preferimos falar outra coisa: assassinato deliberado contra civis é crime de guerra.

Nisso, o modus operandi do governo de Israel é similar ao dos nazistas. E quem não denuncia isto age de maneira similar aos colaboracionistas.




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Nota da direção nacional da AE sobre prisões no RJ

Nota da direção nacional da AE sobre prisões no RJ

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Prisões no RJ violentam a Democracia. Liberdade já para
os que ainda estão presos! Estado de Exceção nunca mais!

As prisões de dezenas de pessoas realizadas no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, por ordem de um juiz, a pretexto de evitar sua eventual participação em possíveis manifestações contra a Copa do Mundo, são uma clara violação das liberdades democráticas.

Nosso país conquistou a derrubada da odiosa Ditadura Militar, que o oprimiu por mais de duas décadas, por meio de greves, passeatas e manifestações populares.

Por isso mesmo, repudiamos o Estado de Exceção que vem caracterizando a atuação do aparato repressivo em algumas unidades da federação, como Rio de Janeiro e São Paulo. Repudiamos a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, bem como as sistemáticas agressões de policiais militares a jornalistas e comunicadores que registram a barbárie disseminada pelas tropas da PM.

Também por isso, deploramos as desastrosas manifestações do ministro da Justiça e do Advogado Geral da União de apoio a essas prisões. O governo não pode se fiar nas declarações dos mentores do Estado de Exceção, nem dar qualquer tipo de suporte a violações dos direitos humanos.

Esperamos que os ativistas e outras pessoas que ainda se encontram presas sejam imediatamente soltas. Chega de Estado de Exceção. Terrorismo de Estado nunca mais!

Brasília, 16 de julho de 2014

Direção Nacional da Articulação de Esquerda
Tendência do Partido dos Trabalhadores

http://www.pagina13.org.br/resolucoes-e-documentos-da-ae/nota-da-articulacao-de-esquerda-sobre-prisoes-no-rj/


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NOTA DA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA DO PARÁ SOBRE ELEIÇÕES 2014

1. “As eleições de 2014 ocorrem num contexto marcado por três grandes variáveis:
a) o aprofundamento da crise internacional e, por decorrência, maior pressão das potências imperialistas sobre a América Latina e o Brasil;
b) o acirramento da disputa entre as duas vias de desenvolvimento do Brasil, com o grande empresariado e parcela dos “setores médios”, a oposição de direita e o oligopólio da mídia deixando claro sua aversão radical a toda e qualquer medida vinculada a soberania nacional, a integração latino-americana e caribenha, a ampliação das liberdades democráticas, ao bem estar social e a igualdade;
c) a ampliação da parcela da população e do eleitorado oriundo da classe trabalhadora que mantém reservas ou até mesmo desconfiança frente ao petismo e frente ao lulismo.

2. Parcelas importantes e crescentes da base social, eleitoral e militante do Partido reclamam da direção que seja capaz de enfrentar com êxito estas eleições. Entretanto, o grupo majoritário na direção nacional do PT não revelou, não demonstra disposição, capacidade e ou vontade política para mudar os rumos e os métodos de atuação, mudança essencial para enfrentar a nova situação estratégica aberta pelos realinhamentos no empresariado e na classe trabalhadora” (ver na íntegra nota da DNAE- Direção Nacional da Articulação de Esquerda, sobre eleições 2014, e www.artesquerda.blogspot.com).

3. No caso PT no Pará a direção do campo majoritário (Articulação Socialista/AS, Unidade na Luta/UL e Construindo um Novo Pará/CNP) assumiu uma postura derrotista e pusilânime frente aos desafios desta conjuntura: por um lado capitulou à análise da ultra direita e dos oligopólios da mídia estadual/nacional sobre o desempenho da gestão do PT no comando do governo do Pará (2007-2010) e adotou a idéia equivocada de que foi “desastroso”, “repleto de erros”, uma experiência, enfim, que foi, na análise deste mesmo campo majoritário – “decisiva para não termos candidato ao governo do estado em 2014”.

4. Somado a isso, utilizou e ainda utiliza da desastrosa candidatura e campanha dirigida e representada pelo campo majoritário, por Alfredo Costa (professor e deputado estadual à época), que ganhou as prévias em 2012 para disputar à prefeitura de Belém num processo eivado de mal feitos e abuso do poder econômico. E obteve como resultado uma nanica votação de pouco mais de 23 (vinte e três) mil votos. Num cenário em que além de haver várias candidaturas trazia ainda o ex-petista e ex-prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, como candidato do PSOL e que obteve desde o início da campanha a simpatia, o apoio e os votos da maioria dos petistas.

5. A covardia está no escapismo, ou seja, não somente não fez autocrítica dos erros que cometeu, com a postura permissiva diante dos problemas de condução política do gestão em 2007 a 2010, como repartiu a “culpa igualmente” entre todos pelos resultados desastrosos da sua estratégia de disputa interna contra a DS pelo comando do partido, que levou a fragorosa derrota do seu candidato, quanto o encolhimento da representação do PT na câmara municipal.

6. Passados dois anos do início das eleições 2012, o campo majoritário segue a aprofundar os erros na condução dos rumos do Partido, amplificando-os, ou seja, construíram na surdina um acordo de apoio à família Barbalho, selado em Brasília entre suas principais lideranças: Beto Faro (AS), Paulo Rocha (UL) e Zé Geraldo (CNP), e membros da direção nacional do CNB (Construindo um Novo Brasil), para eleger o filho e herdeiro político de Jáder Barbalho (Hélder) governador do estado do Pará.

7. Durante o Processo de Eleições Diretas do PT (PED) 2013, surrupiaram da militância e do debate das chapas e candidatos/as à direção do Partido os rumos que preparam para o PT às eleições majoritárias de 2014, escondendo o acordo a sete chaves e suas reais intenções eleitoreiras: ocupar 30% de um futuro governo de Hélder e eleger Paulo Rocha senador.

8. A esquerda do PT unificou-se em torno de uma mesma chapa: Candidatura Própria Já! (AE, DS, PTLM e Pororoca Vermelha), buscou com todas as suas forças trazer e fazer o debate sobre os rumos do Partido, escamoteado e evitado a todo custo pelas candidaturas e campanha das chapas em que se dividiu o campo majoritário no Pará, que se unificam nacionalmente no CNB.

9. Passado o PED e ainda no final de 2013, o silêncio é quebrado e lideranças da CNB escolhem os meios de comunicação do oligopólio barbalho para anunciar à sociedade como líquida e certa a aliança e o apoio a Hélder Barbalho. O que foi decisivamente questionado pela esquerda petista, por dirigentes, lideranças e militantes, tanto na questão do conteúdo, quanto pelo método utilizado, uma vez que ainda não tinha sido aberto o calendário do PT para os debates e definições dos rumos sobre eleições 2014.

10. Organizados legitimamente em torno da idéia de um PT forte, militante, de massas, socialista e dos trabalhadores/as a esquerda petista organiza-se em torno da disputa pela candidatura própria do PT, que culminou com a escolha do deputado Cláudio Puty como pré-candidato e da ex-deputada/independente Regina Barata como pré-candidata ao senado.

11. Apesar das pressões internas e externas ao PT, ameaças e tentativa de esvaziar levamos às últimas consequências essa posição, obtivemos o apoio de 30% dos delegados/as do encontro realizado em final de março, que definiu, pelo apoio a Hélder e Paulo Rocha, seguindo o argumento de que “o PMDB faz parte da base de apoio ao governo federal, e que como “não havia lideranças petistas com chances de sucesso eleitoral”, por conta do “desastre” da gestão do PT no governo do estado (2007-2010) e pelo “vergonhoso” resultado de Alfredo Costa em 2012 em Belém, sobraria como “caminho único” e “salvação” ao PT coligar-se em torno do nome de Hélder Barbalho, ao arrepio de qualquer debate programático mínimo de governo e prioridades de gestão, expediu-se verdadeiro “cheque em branco” ao representante da oligarquia barbalho.

12. O “fator DEM/Lira Maia”: é sabido por todos/as petistas a decisão do 4° Congresso do PT que veta terminantemente a aliança do PT com o PSDB, DEM e PPS. Contudo, em finis de maio, início de junho do corrente ano eis que surge o primeiro “cheque em branco” na praça eleitoral e Lira Maia deputado federal do DEM, histórico e ferrenho inimigo do PT e da esquerda social na região paraense do Tapajós, representante dos ruralistas e do agronegócio, é feito candidato a vice governador na chapa de Hélder/PMDB e Paulo Rocha/PT.

13. A reação dos petistas de Santarém, a maior e mais importante cidade da região, foi imediata, foi suscitado inclusive a ocupação do diretório municipal do Partido até que se revisse o “absurdo e descalabro” da aliança com o DEM. E no Pará inteiro surgem diariamente pedidos de desfiliação, nas redes sociais as manifestações de contrariedade, decepção, raiva e sentimento de traição do programa, da história e do respeito e confiança que à classe trabalhadora ainda deposita (ou depositava?) no PT.

14. Três questões cruciais estiveram sempre na ordem do dia de nossas preocupações e debates sobre a necessidade do PT possuir candidatura e programa próprios para disputar essas eleições como alternativa às duas opções conservadoras do tucano Jatene/PSDB e da oligarquia barbalho de Hélder/PMDB, quais sejam: 1° lembramos sempre que o PMDB foi decisivo na vitória eleitoral do PSDB em 2010 (e por conseguinte em nossa derrota nas urnas), como também o foram como base de sustentação e composição do governo Jatene/PSDB de 2011 a 2013; 2° no que diferem os programas desses dois partidos no Pará, se ambos representam os mesmos interesses sociais e políticos, defendem e aplicam o “estado mínimo”, a “política de privatizações”, o latifúndio e o agronegócio, a criminalização dos movimentos sociais, baseiam-se no apoio de oligopólios de comunicação, etc?; e 3° em que, por fim, a mudança de comando no governo que mudanças de rumo traria num possível governo barbalhos/PMDB/PT/DEM?

15. Consideramos que essas duas candidaturas conservadoras representam o que há de mais atrasado e conservador na política paraense responsáveis pelo estado de penúria e subdesenvolvimento econômico, social e ambiental. Mudar com o Hélder/PMDB ou continuar com o Jatene/PSDB não alterará em nada a condução da política conduzida há décadas pelas elites paraenses. Para os trabalhadores/as, jovens, negros, sem-terra, LGBTs, indígenas e ribeirinhos a direção do campo majoritário do Partido dos Trabalhadores comete um erro histórico desnecessário ao recuar em fazer o bom combate e enterrar o projeto democrático e popular ao abraçar despudoradamente o projeto eleitoral das elites conservadoras.

16. Esta aliança fragiliza enormemente a campanha de reeleição da presidenta Dilma Roussef em nosso estado e obviamente, deixa de ser uma alternativa transformadora para o Pará, já que aposta prioritariamente na aliança com forças políticas tradicionais do estado, responsáveis, por ação e omissão, pelas mazelas de nosso povo. Coliga com o DEM que fará campanha ao presidenciável do PSDB, além de influir negativamente em nossas candidaturas proporcionais.

17. Vale lembrar que nós petistas sabíamos de antemão o “que estará em jogo (em nível nacional) são dois projetos distintos e opostos para o Brasil. De um lado, os neoliberais representados pela aliança PSDB/DEM/PPS, derrotados em 2002 e em 2006 [e em 2010]. Eles representam a política que quebrou o Brasil três vezes, que privatizou, desempregou e desencantou o povo brasileiro” (4° Congresso do PT – Resolução sobre Tática e Política de Alianças).

18. O cenário eleitoral do Pará apontava e agora foi comprovado a grande chance de termos uma candidatura alternativa aos conservadores, senão, vejamos a seguir: 1) desarticulação da base de sustentação do PSDB; b) racha e disputa pelo controle do PSDB entre a facção de Jatene/governador e de Mário Couto/senador; c) baixa aprovação do governo Jatene; d) várias candidaturas conservadoras ao senado; e) a frágil e desconhecida candidatura do PSOL ao governo.

19. Esses elementos apontam para uma conjuntura de crise e fragilidade acentuada do projeto continuísta do PSDB no governo, oportunizando uma chance decisiva para retomarmos o governo e os rumos das transformações iniciados com o governo popular em 2007-2010, capaz, não só, de ser competitiva eleitoralmente, mas de travarmos uma disputa ideológica e programática como a melhor alternativa de governo junto aos paraenses.

20. Seja qual for o resultado eleitoral em 2014 o PT do Pará sairá menor e mais dividido do que iniciou esse ano. Somo levados, assim, a lançar mão da recusa, da rebeldia contra essa aliança do capital com o trabalho, que à revelia de qualquer interesse partidário ou coletivo de esquerda levam o Partido ao enfraquecimento programático, político, social, ideológico e a perda de rumo. Devemos apostar nosso esforço eleitoral e militante nas candidaturas a deputados/as federal e estadual que representam alternativas coerente ao servilismo oligárquico e aos tucanos.

21. Aos petistas não restou alternativa a não ser a rebeldia, diante da intransigência dos dirigentes do campo majoritário nessa aliança PMDB/PT/DEM. Lutaremos sem tréguas contra os “coveiros de sonhos” e as candidaturas conservadoras, pela reeleição da nossa presidenta, Dilma Rousseff, por um PT dos e das trabalhadoras, da juventude, de negros e negras, dos LGBTs, das mulheres trabalhadoras, dos movimentos sociais, dos sem-terra, de todos aqueles que sonham, lutam e constroem no dia a dia um Pará e um Brasil mais justo, igualitário e feliz para todos e todas. Por um PT forte, militante, de massas e socialista!!!

Direção Estadual da Articulação de Esquerda – Pará
Belém, 05 de junho de 2014.


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Eleições 2014: Articulação de Esquerda

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A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda, reunida no dia 20 de junho de 2014, debateu a conjuntura, as eleições 2014, as tarefas do Partido dos Trabalhadores e da militância da Articulação de Esquerda.

No dia 21 de junho ocorreu a convenção que lançou oficialmente a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição. Durante a Convenção, assistimos aos discursos de Rui Falcão, Lula e Dilma Rousseff, que confirmaram aspectos importantes das conclusões a que chegamos na reunião da direção nacional da AE.

Levando em consideração a repercussão da Convenção e o que foi debatido dia 20 de junho, a direção nacional da Articulação de Esquerda divulga a seguinte orientação militante:

1. A militância da AE deve jogar todos os seus esforços, no próximo período,  na reeleição de Dilma Rousseff presidenta.

2. Cabe a cada direção estadual, coordenação setorial, organização de base e a cada militante individual decidir como combinar esta prioridade com nossas demais tarefas, entre as quais destacamos: a plenária estatutária da CUT (28/7 a 1/8), a jornada de formação no Ceará (28/7 a 3/8), a organização do Plebiscito Popular (2 a 7/9) e a campanha de nossas candidaturas.

3. As eleições de 2014 ocorrem num contexto marcado por três grandes variáveis:

a) o aprofundamento da crise internacional e, por decorrência, maior pressão das potências imperialistas sobre a América Latina e o Brasil;

b) o acirramento da disputa entre as duas vias de desenvolvimento do Brasil, com o grande empresariado e parcela dos “setores médios”, a oposição de direita e o oligopólio da mídia deixando claro sua aversão radical a toda e qualquer medida vinculada a soberania nacional, a integração latino-americana e caribenha, a ampliação das liberdades democráticas, ao bem estar social e a igualdade;

c) a ampliação da parcela da população e do eleitorado oriundo da classe trabalhadora que mantém reservas ou até mesmo desconfiança frente ao petismo e frente ao lulismo;

4. Frente a este novo cenário, cresce a necessidade de que o Partido dos Trabalhadores  um salto na sua capacidade organizativa, política, teórica, cultural e estratégica.

5. Parcelas importantes e crescentes da base social, eleitoral e militante do Partido reclamam da direção que seja capaz disto. Mas o grupo majoritário na direção nacional do PT não revelou, até o momento, disposição e/ou capacidade para mudar os rumos e os métodos de atuação, mudança essencial para enfrentar a nova situação estratégica aberta pelos realinhamentos no empresariado e na classe trabalhadora.

6. A variável central da conjuntura é a radicalização da direita. Um exemplo disto é a postura adotada frente à Copa do Mundo. As oposições (tanto a de direita quanto a de esquerda) buscaram politizar ao extremo o tema, tendo adotado em alguns casos o slogan “não vai ter Copa” e de fato torcendo pelo fracasso do certame e da seleção brasileira em campo, deixando ao PT e ao governo a defesa dos “interesses nacionais”.

7. Por qual motivo as oposições agiram assim? Para além de análises e opções táticas, há uma razão estratégica de fundo: depois de quase 12 anos de presidência petista, houve mudanças importantes no país e por isto mesmo parcelas crescentes da população estão insatisfeitas.

8. De um lado, o grande empresariado e os “setores médios tradicionais” (assalariados de alta renda, assim como setores da pequena burguesia) estão insatisfeitos com as mudanças ocorridas, querem evitar seu aprofundamento e querem recuperar o espaço perdido.

9. De outro lado, amplos setores da população trabalhadora e parcelas dos “setores médios” estão também insatisfeitos, não com o sentido das mudanças, mas sim com a timidez das mudanças realizadas e querem ganhar mais e mais rápido.

10. Este desejo por mais mudanças é visível, com maior ou menor clareza, nas jornadas de junho de 2013, nas greves de diversas categorias e também na mobilização dos sem-teto. 

11. A “oposição de esquerda” gostaria de aproveitar este cenário. Mas a radicalização da direita, internacional e nacional, contra o PT vem fechando os espaços para a “oposição de esquerda”, que mesmo contra sua vontade tende a converter-se em linha auxiliar da direita, do grande capital e do imperialismo. É preciso explicar isto pacientemente, mas com palavras claras, para os militantes de outros partidos e organizações que insistem neste caminho; e é preciso disputar sua base social, que inclui setores da classe trabalhadora que na ausência de uma alternativa de esquerda podem cair na desmoralização ou inclusive girarem à direita.

12. A oposição de direita também conhece o desejo popular por mais mudanças e sabe que só ganhará as eleições presidenciais se conseguir aparecer, para a maioria do eleitorado, como a portadora de mudanças. Acontece que existe uma contradição antagônica entre a mudança desejada pelo povo e a mudança desejada pela oposição de direita.

13. As mudanças desejadas pelo povo, nós traduzimos em mais Estado, mais desenvolvimento, mais políticas públicas, mais emprego, mais salário, mais democracia.

14. Já a mudança desejada pela oposição de direita implica em desemprego, redução de salários, menos direitos, menos políticas sociais e democracia: é uma mudança para pior.

15. Por isto, a oposição de direita não pode assumir abertamente seu programa, não pode dizer que tipo de mudança deseja para o país. Dizer que vão gerar desemprego, reduzir salários e investimentos sociais seria a derrota antecipada.

16. Sem poder falar do futuro que pretendem construir e sem poder falar do seu próprio passado -- quando implementaram no Brasil o programa neoliberal -- o que resta para a oposição de direita é criticar “tudo isto que está aí”, combinando a denúncia de problemas (reais ou não), a manipulação midiática e a sabotagem ativa, para criar um ambiente de crise, deterioração e caos.

17. Por isto o oligopólio da mídia anda tão crítico quanto à realidade brasileira. Por isto falaram que “não vai ter Copa”, por isto torceram abertamente para que ocorresse algum desastre que prejudicasse a competição, por isto tentaram (ainda que sem sucesso) “capitalizar” os xingamentos à presidenta no jogo de abertura, pois tudo isto reforça o ambiente negativo do qual se nutrem as candidaturas da oposição de direita.

18. Agora, que a Copa já está em curso, a oposição tenta se reposicionar. Seja por razões comerciais, seja por razões políticas, o consórcio entre os partidos de oposição e o oligopólio da mídia não pode assumir abertamente sua torcida pela derrota do Brasil. Mas não faz autocrítica e, tendo oportunidade, voltará àposição original, de torcer pela derrota e pelo desastre.

19. A radicalização da direita abrange todos os cenários e temas. A violenta reação contra o decreto acerca da participação social, acusando o PT de “bolchevismo” e a participação de “soviética”, é de um didatismo total: a direita brasileira considera qualquer reforma uma revolução; e, por isso, contra qualquer reforma ela uiva por um golpe preventivo (a “contrarrevolução”).

20. Frente a este cenário, a maioria da direção do nosso Partido age como se ainda fosse possível adotar a tática de 2002.

21.Nunca apoiamos aquela tática, mas reconhecemos que em 2002 a tática de centro-esquerda era eleitoralmente “lucrativa”. Hoje é diferente: as alianças com setores da direita, as expectativas na postura do grande empresariado, a tibieza frente ao oligopólio da mídia, a moderação programática geram rendimentos eleitorais decrescentes.

22. Portanto, para além do erro estratégico contido nas atitudes citadas no ponto anterior, há um erro tático: este caminho não é adequado para vencer as eleições de 2014, nem nacionalmente, nem nos estados.

23. A radicalização da direita (e não apenas da oposição de direita) e a ofensiva do grande capital não dão margem para a reprodução da tática adotada em 2002.

24. Aliás, já em 2006 nossa tática foi distinta daquela adotada em 2002, graças ao que obtivemos em 2006 uma vitória eleitoral, política e ideológica. Já a tentativa de reproduzir, em 2010, a tática de 2002, resultou numa vitória eleitoral, mas num ambiente de defensiva política e ideológica.

25. Não se trata apenas de escolher a melhor tática para ganhar a eleição de 2014. Se trata, também, de escolher uma tática que tenha melhores repercussões estratégicas.

26.Lula fez um segundo mandato superior ao primeiro. Graças a isso, não apenas o povo melhorou de vida, mas também Dilma foi eleita em 2010. Analogamente, se a esquerda quiser continuar governando o país a partir de 1 de janeiro de 2019, é indispensável que o segundo governo Dilma seja superior ao primeiro.

27. Mesmo que Dilma vença as eleições presidenciais de 2014, a oposição de direita não vai deixar de existir. Pelo contrário, vai continuar com suas duas táticas: por um lado preparando-se para as eleições presidenciais de 2018, por outro lado trabalhando para impor a política deles ao segundo governo Dilma. Isto fica claro no discurso sobre a suposta inevitabilidade de um “ajuste” em 2015, ganhe quem ganhar.

28. De nossa parte, não basta vencer as eleições presidenciais. O segundo mandato Dilma só terá a força necessária para fazer mudanças estruturais no país, se conseguir combinar vitória na eleição presidencial, ampliação da presença institucional da esquerda (no parlamento nacional, nos parlamentos e governos estaduais), aliança com os movimentos sociais e partidos de esquerda, com democratização da comunicação social e uma reforma política ampla, feita através de uma Constituinte Exclusiva.

29.Por isto, consideramos fundamental o engajamento do Partido na luta pela reforma, pela constituinte e na realização do plebiscito popular.

30. Neste sentido, reiteramos nossa defesa da impugnação da candidatura de Candido Vaccarezza a deputado federal pelo estado de São Paulo. De forma geral, o Partido deve ser duro com personagens deste jaez, que como André Vargas e Luiz Moura, integram a quinta coluna da direita no interior de nossas fileiras.

31. Na luta política contra o PT, a oposição de direita usa e abusa das insuficiências e contradições do governo e do próprio Partido. Por exemplo, a incompreensão acerca do papel do grande capital.

32. Como já dissemos várias vezes, o grande capital não é “ingrato” nem “desinformado”, apenas sabe que certas intenções que manifestamos, certas opções que fizemos e os êxitos que acumulamos, são incompatíveis com o padrão de acumulação hegemônico no grande empresariado brasileiro.

33.Dizendo de outra maneira, o atual padrão de acumulação do grande capital necessita da perversa combinação de desemprego e salários baixos, com preços e juros altos.

34. Desta incompreensão acerca da postura do grande capital, decorre a incorreta insistência numa política de alianças do PT com setores da direita política e social.

35. Em nossa opinião, para manter o eleitorado de esquerda e disputar o eleitorado de centro, precisamos demarcar claramente com as posições da direita, apontando o que eles fizeram, o que nós fizemos e principalmente dizendo o que faremos no próximo mandato.

36. Outra incompreensão existente no nosso Partido diz respeito ao papel, que reputamos positivo e indispensável, dos movimentos e das lutas sociais, para nossas vitórias eleitorais e principalmente para o êxito dos nossos governos.

37. Entre as incompreensões destacamos, ainda, a que leva setores do PT e do governo a não compreenderem a urgência inadiável da reforma política e da democratização da comunicação; bem como aquela que insiste em chamar de "classe média" os setores da classe trabalhadora que, graças a nossas políticas, ampliaram sua capacidade de consumo.

38. Para ganhar as eleições de 2014, precisamos não apenas manter conosco o “núcleo duro” do nosso eleitorado, mas conquistar os setores populares que mantém ou desenvolveram desconfianças, dúvidas e insatisfações frente a nós.

39. Para isto, não basta falar do presente nem do passado. É preciso falar do futuro.

40. Em primeiro lugar, porque o atendimento das necessidades básicas de expressivas parcelas de setores antes marginalizados fez surgir demandas reprimidas que antes não tinham sequer a oportunidade de se apresentar.

41. Em segundo lugar, porque o difuso desejo de mudanças indica que a maioria da população quer novas perspectivas para si e para o país.

43. Em terceiro lugar, porque diferentemente das gerações anteriores, que ao comparar o passado com o presente veem um copo meio cheio, as novas gerações, que tem toda uma vida pela frente, enxergam um copo meio vazio e estão preocupadas em enchê-lo por completo. Tudo isso exige falar sobre o que será feito nos próximos anos para atender estes anseios.

44. Em quarto lugar, e principalmente, porque para ter os recursos necessários para atender as novas demandas, é preciso realizar reformas estruturais, que só serão politicamente viáveis se tivermos força para isto, e construir esta força inclui ganhar a eleição e o apoio do povo às reformas estruturais.

45. Por tudo isto, insistimos mais uma vez: nesta eleição de 2014, o Partido dos Trabalhadores tem como objetivo não apenas vencer as eleições presidenciais, elegendo a presidenta Dilma Rousseff para um segundo mandato presidencial, mas também vencer criando as condições para um segundo mandato superior, melhor, mais avançado do que o atual.

46. Apesar de ter estabelecido este objetivo (vencer criando as condições para um segundo mandato Dilma superior), o Partido dos Trabalhadores ainda não conseguiu transformar este objetivo em diretrizes programáticas claras. Isto fica claro da leitura das resoluções do 14º encontro nacional do PT. Fica claro, também, tanto nas coincidências quanto nas discrepâncias dos discursos feitos por Rui Falcão, Lula e Dilma Rousseff na Convenção de 21 de junho.

47. Em nossa opinião, o programa de governo 2015-2018 deveria partir do reconhecimento efetivo, não apenas retórico, de que continua posta a tarefa de superar a herança maldita proveniente da ditadura, do desenvolvimentismo conservador e da devastação neoliberal.

48. Esta herança possui três dimensões principais: o domínio imperial norte-americano, a ditadura do capital financeiro e monopolista sobre a economia, e a lógica do Estado mínimo.

49. Superar estas três dimensões da herança maldita é uma tarefa simultaneamente nacional e internacional, motivo pelo qual devemos defender e aprofundar a soberania nacional, acelerar e radicalizar a integração latino-americana e caribenha, com uma política externa que confronte os interesses dos Estados Unidos e seus aliados.

50. As quase três décadas perdidas (metade dos anos 1970, anos 1980 e 1990) produziram uma tragédia que começou a ser debelada, nas duas gestões do presidente Lula e na primeira gestão da presidenta Dilma.

51. Mas para continuar democratizando o país, ampliando o bem-estar social e trilhando um caminho democrático-popular de desenvolvimento, será necessário combinar ampliação da democratização política e políticas públicas universalizantes do bem estar-social, com um padrão de desenvolvimento ancorado em reformas estruturais: a reforma tributária, a reforma do setor financeiro, a reforma urbana, a reforma agrária, a universalização das políticas sociais, a reforma política e a democratização da comunicação.

52. Ou seja, precisaremos libertar a economia e a sociedade brasileira de um padrão de desenvolvimento econômico que prevaleceu não apenas durante o neoliberalismo, mas ao longo de muitas décadas. Se não conseguirmos fazer isto, se não conseguirmos mudar o padrão de desenvolvimento, sofreremos uma derrota estratégica, não importa qual seja o resultado das eleições.

53. Os militantes da Articulação de Esquerda, especialmente os nossos candidatos e candidatas, devem fazer uma campanha eleitoral que combine a defesa das candidaturas petistas, com a defesa das reformas estruturais indispensáveis a um segundo mandato superior.

54. Aos 50 anos do golpe militar, o conjunto da esquerda brasileira deve estar consciente de que as eleições de 2014 ocorrem num ambiente marcado pelo confronto entre, de um lado, a direita (social, política, “midiática”), cada vez mais feroz e histérica; e, de outro lado, as forças políticas que defendem a versão moderna das “reformas de base”. Este confronto — muito mais que um jogo, uma Copa ou uma Olimpíada — é que decidirá o futuro do Brasil. E que, por tabela, incidirá fortemente no futuro da América Latina e do Caribe.

Direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda
Brasília, 21 de junho de 2014


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