PED 2013: Considerações sobre o Processo de Eleições Diretas do PT

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Por Yuri Soares Franco* – 11/11/13, do www.pagina13.org.br


Neste último domingo o Partido dos Trabalhadores foi às urnas eleger suas direções zonais, municipais, estaduais e nacional. Mesmo sem a apuração final do resultado em nível nacional já é possível fazer algumas considerações.

A abstenção foi altíssima (girando em torno de 40%), o que significa que muitos dos “filiados” que “pagaram individualmente” a contribuição ao partido sequer se importaram em participar do principal processo de construção partidária. Ou então que estas pessoas sequer sabem que estão filiadas, com outras pessoas ou grupos pagando para regularizar sua situação financeira junto ao partido.

A Direção Nacional não cumpriu o seu papel de direção, que seria organizar e dirigir o processo com regras claras e garantindo um amplo debate e participação dos petistas.

A maioria da Direção Nacional do partido deliberou por mudar as regras várias vezes durante o processo, enterrando os avanços que haviam sido decididos pelo IV Congresso do PT em 2011, o que gerou uma imensa confusão e desorganização.

Cabe registrar que setores minoritários da direção nacional se colocaram contrários à estas violações das resoluções congressuais.

Filiados históricos e novos que cumpriram as suas obrigações políticas e financeiras, participando das atividades partidárias e contribuindo com o partido foram impedidos de votar por seus nomes não constarem nas listas, assim como a já citada altíssima abstenção.

É preciso combater o discurso que busca usar a desorganização realizada por estes setores majoritários para afrouxar ainda mas as regras de participação nos processos decisórios do partido. Uma pessoa que sequer sabe que está filiada ao partido possui uma baixa capacidade de contribuição política ao mesmo.

Precisamos sim ser um partido cada vez mais de massas, mas é tarefa do partido que acolhe os novos filiados formar politicamente as pessoas que nele ingressam. Quem ingressa no PT precisa conhecer a história do partido, os acertos e erros cometidos em sua história e principalmente quais são as políticas defendidas pelo partido ao qual estas pessoas estão se filiando.

A partir do momento em que tivermos uma massa de militantes, ao invés de uma massa de filiados formais, estas massas serão a força do partido para realizar a luta política e ideológica todos os anos (não apenas nos anos de eleições), travando o bom combate em defesa das nossas propostas em cada movimento social, bairro e cidade.

O PED se mostrou como um modelo esgotado de escolha das direções partidárias, fato este comentado por dirigentes e militantes de várias tendências.

O PT precisa se reinventar para continuar como o partido de esquerda referência da ampla maioria da população, tanto dos militantes já organizados no partido e nos movimento como daqueles e daquelas que ainda não estão organizados, e com os quais precisamos dialogar e oferecer um espaço democrático para a construção das suas pautas de forma coletiva.

Precisamos mudar o modelo de escolha das direções partidárias e garantir um amplo debate com as bases do partido sobre os desafios colocados para o próximo período e que vão exigir de nós uma melhor organização partidária com firmeza política e ideológica para enfrentá-los e aprofundar as transformações que temos realizados no país nos últimos anos.

Que venha o V Congresso do PT!

*Yuri Soares é militante do PT-DF e Historiador pela Universidade de Brasília


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