Forças de Kadafi anunciam cessar-fogo para meia-noite de sábado
Forças de Kadafi anunciam cessar-fogo para meia-noite de sábado
Argel, 17 mar (EFE).- O comitê geral de defesa líbio, equivalente ao Ministério da Defesa do regime, anunciou nesta quinta-feira que decidiu cessar suas operações militares contra os rebeldes a partir da meia-noite do próximo sábado (pelo horário local), informou a agência oficial de notícias líbia "Jana".
A agência indicou que o comitê tomou essa decisão para dar a oportunidade a esses "grupos terroristas armados" de "entregar as armas e receberem a anistia geral" prometida pelo líder Muammar Kadafi há poucos dias.
A "Jana" divulgou a informação em caráter urgente, algo raro na agência líbia, mas não forneceu mais detalhes sobre os motivos que levaram o Comitê a adotar essa medida.
A decisão do regime de Kadafi de cessar as operações militares contra os rebeldes - que aumentaram nos últimos dias - poderia estar relacionada aos pedidos da ONU pelo fim da violência na Líbia.
O enviado especial das Nações Unidas à Líbia, o ex-chanceler jordaniano Abdelilah al-Khatib, viajou para Trípoli há poucos dias para pedir às duas partes que adotassem um cessar-fogo imediato.
Na quarta-feira, em visita à Guatemala, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também solicitou ao regime líbio "pôr fim à morte" de civis, enquanto aguardava a decisão do Conselho de Segurança sobre a possível imposição de uma zona de exclusão aérea sobre o país.
"Ontem falei daqui com o ministro das Relações Exteriores líbio e lhe pedi o fim das hostilidades", disse Ban aos jornalistas.
O secretário-geral indicou que, junto à futura decisão do Conselho de Segurança da ONU - que continua reunido em Nova York nesta quinta-feira para adotar uma resolução sobre a Líbia -, continuará "lutando" para que o regime de Kadafi detenha os ataques contra a população civil.
"Matar habitantes líbios desarmados, que pedem uma autêntica liberdade, é totalmente inaceitável, é um crime contra a humanidade, e aqueles que o cometem devem responder na justiça", advertiu Ban.